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Homem-Aranha: O Herói de Todos os Públicos

5 de mar. de 2025

Por que escrevi tanto!?

Depois de 10 contos em sequência durante um feriado prolongado de Carnaval, eu sinto que pude libertar várias ideias que estive acumulando antes e que eu pude expressar em uma longa variedade de histórias. Era um conjunto de contos que eu estive acumulando na cabeça, e assim como eu tirei tempo de assistir ao Dragon Ball Daima e ver o quão bom é esse anime (e ver o quão retardada é a comunidade de animes pra catar pelo em ovo pra falar mal do anime só pela modinha, ou o quão degenerada a fandom de Dragon Ball que fica discutindo à toa sobre níveis de poder e lógica canônica), eu também tirei pra escrever esses contos e preencher mais uma vez esse site.

Vida Secreta da Vovó
Esse conto foi feito pra ser surreal, com personagens principais sendo raposas humanoides e uma história feita pra ser uma aventura com múltiplos mundos diversificados e inesperados, e mesmo que me dissessem que a história não fizesse o menor sentido (que não vou citar nomes, porque foi só uma pessoa mas é uma webamiga que tô considerando), vou deixar bem claro que nem tudo é feito pra ser completamente analisado. Óbvio, ver alguma obra com atenção, vendo detalhes visuais, auditivos e narrativos, é bom, mas muita das experiências que a gente tem que importa de fato são aquelas que a gente absorve inconscientemente, ou seja, só lendo ou assistindo, e até com músicas pra ouvir, nunca conscientemente, que é de descobrir o sentido ou dar um pro que acabou de consumir.
No fim vivemos num mundo absurdo, uma esfera rochosa rica em água e vida, e que somos frutos de um monte de macacos calvos com ego inflado que acharam que era uma boa ideia pagar pra viver no próprio mundo em que nasceram, se isso não faz sentido e não questionamos, não é um mundo com mundos coloridos, raposas falantes e magos surfistas que terá que fazer um sentido e ser questionado.

Até que era pra ter mensagens mais sérias ou reais, como não usar drogas (nem falando do mundo mágico e doido, mas de por exemplo, quando a Anaria recusa uma bala das mulheres-águas-vivas e já é reprimida com um aviso ruim de que ela poderia não voltar, como se elas estivessem a chantageando pra aceitar aquela última área), mas uma das mensagens mais óbvias que teve foi do celular (e sobre como ficar muito preso em telas só pelo tédio e não pra algo útil como um entretenimento mais completo ou até pra aprender, faz mal, e a Anaria tava aproveitando um mundo novo por tudo ter sido um entretenimento maior que o celular poderia trazer).

Qual é o elemento da vida?
Esse conto eu fiz baseado no "Where did life go" de Doctor Nowhere, que embora não seja de terror, foi bem bizarro e estranho, mas com uma mensagem boa de apreciar a vida nos mínimos detalhes, mas com a adição de magos (algo que sou fascinado, ainda mais aqueles de ilustrações de fantasia ou algo como os livros do Tolkien), mundo dos sonhos, alquimia (que eu reutilizo itens do Projeto Dream) e astronomia (que leva ao contexto do mago ver o mundo humano) e uma crítica à urbanização excessiva (que chegam a ser problema sério no Sudeste que inclui o estado SP), esse foi mais fácil de explicar.

14 dias de Kubler Ross
Kubler Ross tem o nome baseado Elisabeth Kübler-Ross, uma escritora e psiquiatra suíça (além do Carl Jung, agora tenho mais uma psicóloga pra inspirar minha arte, pois é; e apesar da coincidência, nenhum momento da história sobre melhoria de vida, arte ou psicologia eu inspirei em Bob Ross) que escreveu os 5 Estados do Luto (que tentei representar com a Susaninha sendo a Negação, a Valéria sendo a Raiva, a Maria sendo a barganha e o Kubler sendo a depressão, e a Betina sendo a Aceitação), somado com uma crítica ao 6x1 (que faz mal pros trabalhadores justamente por causa dos trabalhos muito pesados ou muito repetitivos, com clientes filhos da puta e tanto estresse que nem o dia que sobra consegue aliviar) e à escravidão (seja da analogia entre essa e o 6x1 ou contra a escravidão colonial, ainda mais pela família Ross ser de pessoas negras comuns).

Pilar da Vida
A ideia inicial era pra ser só um conto pornô, mas com o tempo deixei isso de lado porque não seria o suficiente e claramente ninguém que quisesse tornar minhas produções mais profissionais teria interesse, então adicionei esse contexto de mundo mágico (reutilizando itens do Projeto Dream, como os pontos carteais elementais mas invertidos, as pedras mágicas e as flores mágicas), gênios (que eu misturo a ideia de realizar desejos com esse contexto de desejo sexual) e também Platonismo por trás de uma mensagem a favor dos LGBT+ (com aquilo do "conceito de sexo e gênero" que seria maior e mais genuíno, e qualquer variedade seria algo "particular" - ou seja, quando é algo individual e físico feito do tal conceito).

Choro das Corujas
Esse conto eu fiz reutilizando uma ideia de personagem que eu ganhei do meu webamigo Nicolas, eu ainda vou usar a personagem em si (Irene a Coruja) pra artes adultas, enquanto o Choro das Corujas só reutilizou o conceito pra um contexto mais sério.
As corujas de Choro das Corujas obviamente usam roupas normais e são de uma história séria, diferente da Irene, e esse conto foi usado pra explorar um cenário extremamente triste, distópico e niilista (com a citação dos Arbrestes poderem estar mortos tendo a ver com a frase de Nietzche, sobre Deus estar morto, que é uma metáfora ao quão sem esperança está o mundo ou o quão sem propósito espiritual está a vida).

Era Uma Vez...
Pinóquio

Eu fiz misturando o conto do Carlo Collodi com o filme antigo da Disney, seja pelo Pinóquio ter sido feito de uma madeira falante, ou o Pinóquio sendo enforcado pelo gato e pela raposa, enquanto tem a história do Pinóquio sendo engolido pelo dragão Oniryu (que, assim como substitui a Baleia Monstro, tem também uma referência à Segunda Guerra Mundial, seja pelo dragão ser japonês e ter nomes japoneses, ou por ter também o chefe chamado Hanz, de um nome alemão, e os personagens no geral sendo italianos) e depois vomitado pra fora e ressuscitado em uma forma humana, mas algo que eu cito é que eu odeio o Carlo Collodi e a versão dele do Pinóquio.
Contos de fada, ou Fábulas, têm como propósito usarem histórias mágicas como exemplo pra contar uma lição, alguns eram agressivos antigamente (como a Chapeuzinho Vermelho, a Cinderella e João & Maria), mas bem, o conto do Collodi do Pinóquio é bem escroto, e não é violento porque "os tempos eram outros" ou pela mensagem mais agressiva como eu disse, era só algo edgy, com o Pinóquio agredindo o Gepeto, incriminando ele, matando o grilo que tava o avisando que ele tava fazendo merda, vendendo o livro que o Gepeto comprou vendendo itens pessoais dele (porque aparentemente um carpinteiro, duma época que a madeira era ainda mais necessária, era falido) pra comprar bilhete de circo (porque do nada uma madeira que acabou de ganhar corpo já começou a se importar com entretenimento barato), e por algum motivo, além do grilo falante, também a fada dessa versão do conto também morre do nada e sem o menor peso, e o Pinóquio dessa história tem necessidades de comer e dormir (algo bizarro, porque ele é só madeira, não tem órgãos), só pra ter a mensagem de que "a vida não é um conto de fadas" (o que perde o sentido, por causa das coisas mágicas que foram mostradas e até uma delas avisando o Pinóquio dos problemas, deixando a mensagem desnecessária e inútil), por isso que misturei com versões mais felizes como a da Disney, e também elementos originais que adicionei (como o Consciência namorando a Mable, ou a irmã Giulia e a fada que a levou ser aparentemente também a Mable, e o bar de refrigerante e o dragão Oniryu).
Foi até que apertado pra adicionar os momentos do nariz do Pinóquio crescendo justamente por eu precisar de momentos em que ele não conseguiria esconder algo com mentiras, e por isso adicionei coisas como o Pinóquio usando o nariz como gancho, ou quando o Pinóquio é despedaçado eu detalhando que ele perdeu o nariz.

Branca de Neve e os Sete Anões
Essa versão também misturei um pouco a versão da Disney (inclusive assisti à versão antiga enquanto escrevia) e o conto original (embora muito pouca coisa, como a Rainha Má, disfarçada de velha, mordendo a maçã pra mostrar que não era envenenada, porque no conto original a Rainha Má enganou a Branca de Neve umas três vezes, com um pente envenenado, um espartilho que a Rainha Má aperta até quebrar a BdN, e depois a tal maçã, além do Príncipe Encantado não ter curado a Branca de Neve a beijando) e um pouco de mitologia (entre os elementos mitológicos, adicionei o fato dos anões terem magia, pra completar com a personalidade e função de cada um, assim como contextualizá-los ao reino da Branca de Neve e da Rainha Má, uma citação rápida do Valhalla), e há referências históricas (como a Revolução Francesa que cito logo abaixo, e Brasil Colonial por ter uma estátua de madeira escondendo pedras preciosas, referência ao Santo de Pau Oco), e também tive um mini esforço pra adicionar também detalhes como terem sido três caçadores (inclusive com uma pequena comédia com eles falhando em matar ela, e também um contexto de como eles enganam a Rainha Má com um coração de porco em vez de aparentemente dar uma caixa vazia).
Teve também na minha versão a Branca de Neve ajudando os anões a curarem os problemas deles e deixá-los mais fortes, o que consequentemente é retribuído com os anões vingando a morte da Branca de Neve (e o Zangado decapitando a Rainha Má, além de combinar o final da versão dos Grimm, em que a Rainha é executada, com Revolução Francesa por ter uma rainha chamada Antonieta sendo decapitada, também o anão mais irritado seria o que mais combinava com a cena), e até o Príncipe Encantado ressuscitando a Branca de Neve de outra forma (que foi bem mais íntimo, mas teve esse simbolismo da tal poção feita de felicidade do reino, e o nome Encantado de Castela foi meio que uma sacada que fiz em, assim como Branca de Neve era mesmo o nome da personagem e não só um título, também tem Castela no nome, sendo o reino mais conhecido e influente da Espanha).

Cinderella
Aproveitei que na versão original em livro o nome da princesa era apenas Ella, e lembro que em uma das versões Cinderella vem de Cinder (um tipo de cinzas grossas, geralmente cinzas vulcânicas ou de madeira muito mal queimada, que até aproveitei pra dizer que tinha a ver com as cinzas que a Fada Madrinha transformou em diamante, que por sua vez eu misturei com uma das versões live action da Disney, em que os sapatos eram de uma magia diferente que a Fada Madrinha usou e por isso não desfizeram com a Meia Noite), porém, sendo direto ao ponto, foi até que simples e curtinho porque aqui a madrasta e as irmãs não eram tão más (a madrasta que era muito rígida, uma irmã era a típica irmã odiável, e a outra era até boazinha; os nomes Iana Durand, Ella e Selene tinham algo a ver com ID/Instinto, Ego/Consciência e Superego/Moral), e tem também o príncipe, Freudrich, tendo Freud no nome, sendo Sigmund Freud o pai da psicanálise (que evoluiu pra psicologia e psiquiatria) que fez o conceito de ID, Ego e Superego que também uso como base pra magia em Projeto Dream.
E o título dessa versão minha tem um easter egg com referência à frase "My name is Bond, James Bond" do 007.

A Bela e a Fera
Essa história eu fiz com mais base em ideias originais, com um pouco da base na Disney (seja por ser a versão que mais conheço ou pelo design que desenhei no post desse conto), porém, assim como o da Cinderella foi bem curto e simples, nem adicionei alguma subtrama com o Gaston ou um equivalente, mas sim uma história com a nobre Julia, que seria, no título, a tal Feia, com base no título O Bom, o Mau e o Feio, aquele livro de velho oeste também muito popular e importante pro cinema.
Sobre a Fera, eu desenhei com cabeça de javali, cabelo de leão, orelhas de cabra, olhos de cobra, chifres de boi e de rinoceronte, mãos de urso e cauda de cavalo, e nessa história a Fera era temida mais por ter sido algo como um ditador pra aquele povo que por ser um monstro a ser abatido, e baseei inicialmente a origem dele no folclore brasileiro (especificamente a origem dos lobisomens segundo a lenda brasileira) e adicionei um pouco de citações cristãs (como a associação da Fera a demônios, ou o simbolismo da cruz pra cima - Jesus - ou pra baixo - Pedro, que foi crucificado de ponta cabeça por se ver indigno de ser "morto igual ao seu mestre", assim como este também é associado a um livro chamado Apocalipse de Pedro, que apesar de não ser escrito por ele, é um livro sobre apocalipse e uma rede de punições violentas e simbólicas -, ou o sonho final da Bela tendo uma certa inspiração nas profecias do capítulo 7 de Daniel).

Planolândia
A Planolândia eu já sabia muito dessa história porque eu via o Carl Sagan, o Davi do Ponto em Comum e o Pedro do Ciência Todo Dia falando sobre essa história como um tipo de introdução pra falar de quarta dimensão, e até vi algo parecido em Miekagure dum vídeo do Tropia (que no trailer do jogo eles usam uma versão 2D do jogo com momentos 3D pra explicar como seria o jogo normal, que é 3D que usa a quarta dimensão pra explicar o salto dimensional do jogo), assim como eu já joguei Fez (um jogo de plataforma 2D com uma feature de movimentação 3D e lore envolvendo essa tal manipulação dimensional, e que eu recomendo que joguem pois a experiência é realmente única), e a Planolândia eu usei um pouco mais baseado em uma das intenções originais do conto, que era criticar as classes sociais e o conservadorismo.
Obviamente tem uma introdução na versão minha de "uma nova era em que homens são triângulos e mulheres são círculos", que fiz pra criticar a Damares Alves falando que "estavam numa nova era em que menino usa azul e menina usa rosa" (que é ridículo ao limitar o gênero e a moda, seja de jovens ou adultos, a cores básicas, enquanto defendiam ideologias ultrapassadas, e obviamente, mesmo eu sendo contra o Bolsonaro e o PSL atualmente, eu ainda sou contra o Lula e mais ainda contra o PT num geral), além de referências momentâneas a um tal George Stinney (que foi condenado à cadeira elétrica por um crime que nunca cometeu e só foi descoberto inocente um século depois) e George Floyd (que apesar de não ter sido inspiração total do quadrado George, também combina por ele ter sido morto de uma forma bem injusta e sem ter feito nada de errado no momento que aconteceu), e um pouco de crítica a famosos como P Diddy e Epstein (que, assim como os triângulos, eram influentes e estavam fazendo coisa errada com gente mais vulnerável) e ao Heinrich Kramer (um monge que escreveu o Malleus Maleficarum, um livro que incentivava e ensinava a torturarem e matarem mulheres por qualquer mínima acusação de bruxaria, algo que, além de desumano, digamos que foi muito atrasado, porque foi a umas décadas depois do fim da Idade Média, em que já estavam usando o Renascimento na arte e o Iluminismo na filosofia, que questionavam a autoridade da Igreja).
A Esfera interferindo na Planolândia da minha história foi bem mais intenso por ter uma intervenção mais ativa da Esfera, assim como teve ela alterando a realidade pra dar mais força aos quadrados, e também tendo, assim como no conto original o quadrado saindo da Planolândia, aqui a Esfera mostrando a Segunda Dimensão pro quadrado, o que misturei com como se tivesse surgido uma religião ou idolatria na Segunda Dimensão dessa minha Planolândia, que aliás, era dita antes como plana e sem cor por justamente essa ligação entre a Terra Plana (relacionado ao plano, ao reto e ao ultrapassado) e autoritarismo (seja pelos triângulos ou por ser até mesmo um reino dito como antes sem cor e com castas com base em formas e cores).

Cada conto tem suas próprias mensagens, contextos e emoções que dá pra extrair, mas uma mensagem que todos eles têm em comum é de aproveitar a vida, e cada conto fala sobre vida, morte, ressurreição ou perspectiva de vida num geral.

Falando em ressurreição, algo que me irrita muito são essas pessoas """cult""" que reclamam que ressurreição em histórias tiram o peso da morte, o que por mais que seja compreensível, até esse raciocínio tem limites, eu tinha uma webamiga que, a qualquer momento que eu falava de ressurreição, ela reclamava e não gostava quando eu argumentava.
Eu sinto que muitas pessoas têm simplesmente fetiche com a morte (não falando de necrofilia, calma, é justamente sobre as pessoas terem um prazer estranho em personagens morrendo e não voltando), ou são edgy, que acham que pode todo tipo de poder menos trazer pessoas ou seres de volta, não pra "valorizar a morte" (porque há personagens numa história que podem ter o tal propósito de morrerem, ou continuarem a jornada, ou terminarem a jornada vivos, tudo tem um contexto pra esses casos, assim como, se as regras são bem estabelecidas, a ressurreição pode ter até mais valor que a morte), mas por algo como o que eu reclamei do Carlo Collodi, de serem edgy e com a mensagem barata de "a vida não é um morango", ou de tentar filtrar a realidade porque "sério e mórbido = realista" que muita gente repete que nem papagaios.

De qualquer forma, como eu disse antes, aproveitem a vida, porque diferente da fantasia e da ficção, aqui ela é só uma e não vai voltar se você desperdiçar, aquele desenho que você deixou de fazer por achar que seria fácil demais, ou aquela caneca do Sonic que você deixou de comprar porque na sua cabeça era muito cara, ou as semanas que você poderia tar estudando logística, história e física mas você gastou reclamando do Oscar desse ano e que o café tá caro, você só tá jogando todo esse tempo fora enquanto mente pra si mesmo que tem tempo infinito, a Terça-Feira que vem é totalmente diferente da Terça-Feira passada, mas a sua carne é sempre a mesma não importa o quão bem ou o quão ruim você trate, e no leito de morte você vai tar lamentando as oportunidades que você negou.

Não se esqueçam!