[Usarei essa história, um pequeno autodesafio de fazer um Dark Fantasy curto, para fazer reboot de uma história que eu acabei abandonando - Detalhe triste: Era uma história bem fraca que eu abandonei no primeiro episódio]
Numa terra distante da Sumarta, um mero soldado entre os outros no exército sumartano, mais alto e mais forte que os outros, de um cabelo preto com alguns fios grisalhos e uma barba volumosa um pouco danificada, terminou de retornar de uma guerra ao lado de seus companheiros, alguns maiores, outros mais musculosos, outros pelo menos mais jovens e que poderiam continuar o exército se sobrevivessem, eles estavam em guerra contra um grupo de entidades que eles não sabiam o que seriam, mas para Sumarta eram nitidamente inimigos.
Os Fomorianos, como eram chamadas aquelas entidades, tinham um corpo similar ao de humano, aparentemente, o porte físico, as cores e algumas partes corporais variam com o que poderiam ser castas ou subespécies, afinal, numa época dessas mesmo a biologia dos materiais terrestres era algo bem iniciante e primitivo.
O general de cabelo comprido e barba danificada, chamado Foroman, esteve dedicado a destruir as tropas daquelas criaturas, ainda mais que a sua primeira esposa foi levada embora por aquelas coisas, e ele acredita que ela está morta, logo, usa como motivação para enfrentar eles com menos medo. Fomorianos aqui vieram de além do céu, mas usam cavernas como entrada para bases sob o seu solo, e com isso criaram grandes templos, calabouços, e inventos para não precisarem levar mais um ano para voltarem para a sua galáxia de origem.
Foroman, depois de três meses treinando e repousando, enquanto caça feras para comer suas carnes e vender seu couro, ossos e chifres para artesãos, é chamado por um ancião da Sumarta por um presságio ao Leste, e convidado para ir visitar um grande templo de madeira, similar a um grande Minka, com paredes de madeira, portas de papel, um telhado e os rodapés de pedras, telhas e tijolos, no centro de um enorme campo de arroz, por isso, sendo chamado Templo do Arroz, e que, por aparentar ser inofensivo, não precisaria de tanta mão de obra para ir até lá em segurança.
Porém, mesmo chegando em uma rota segura na Rota da Seda, e alcançando esse templo sem danos, ele sentia uma presença estranha, chegando dentro do templo, mesmo chamando para ser atendido, não era respondido, mesmo entrando no templo, onde tinha mesas, bancos e um altar de pedra em nome do chamado Deus-Elefante, uma figura antropomórfica, forte, com o rosto de um elefante furioso, e na cabeça dele, havia uma pedra que misturava o que um dia foram pedras-coração dos até então ditos como Fomorianos, Foroman chega à estátua e, quando tira dela a joia, o chão ao redor se desestabiliza, e quando o chão se quebra e Foroman cai num grande rio.
Se levantando, nadando naquela caverna, ele alcança uma passagem, com um chão de azulejos brancos com tinturas e gravuras azuis belas, com passagem a um belo palácio, com pilares coríntios e paredes de tijolos de pedra à vista, no mesmo padrão de branco com desenhos azuis, ainda abstratos, com algumas galinhas de penas e crista douradas, mordendo o chão com seu bico, tirando sementes e insetos que lhe foram deixados. Foroman não entendia, não faz sentido os Fomorianos construírem tudo aquilo debaixo do solo, Foroman pensava, e conforme ele andava entre os corredores extensos, ele via circuitos que levavam ao que ele não compreendia, mas não se passavam de computadores criados pelos Fomorianos para comunicar, contar e também anotarem informações e curtirem pequenos entretenimentos, como eram alguns com telas, e nessas salas, tinha Fomorianos maiores, e com corpo mais longe do que seria humano, Foroman estava com medo, ele nunca conseguiria deter um daqueles, só podia se esconder, até achar uma fuga.
No caminho, ele também encontra um laboratório daqueles seres, por onde havia frascos e recipientes para múltiplas substâncias, materiais de diferentes tamanhos, cores e nomes num idioma de cunhas, que embora Foroman entenda por parecer com o idioma Malesh, de Alta Barca, não tinha letras e gramática iguais, e por isso, ele não sabia o que cada material era, e quando ele olha para trás, haviam pessoas e animais de diferentes tipos, conservados em cápsulas com um fluido verde, talvez para adormecer e nutrir eles, entre eles, a primeira esposa de Foroman, que Foroman, desesperado, gritava seu nome, e com seu machado, quebrava o vidro, e soltava a sua ex-esposa que começa a recuperar consciência.
Fomorianos foram enviados para interferir, mas Foroman levava a mulher e o seu machado enquanto fugia, ele cortava a cabeça de alguns dos seres, ou acertava a pedra-coração em pontos vitais deles, e quando acha um lugar com elevador, três criaturas, chamadas Dracos de Valinácio, semelhantes a vermes ou serpentes do comprimento de uma anaconda e com a cabeça similar à de um inseto, iam em direção dele, e pra lutar contra eles com mais facilidade, Foroman larga a mulher, Liryan, e cortando os Dracos, degola o primeiro em um golpe liso e preciso, foi mordido por um enquanto dava um corte de tirar o pedaço do terceiro.
Liryan pega o segundo pela cauda, inutilmente porque estava sem força, embora ainda aparentava ter energia, talvez pelo mesmo fluido que deixava ela mais jovem e recuperada, e quando aquela fera se soltava de Foroman para ir atacar Liryan, Foroman reage, e cortando a garganta do terceiro, se impulsiona para virar mais e, pulando agressivamente, golpeia a nuca do Draco de Valinácio, o matando na hora.
Foroman: Você não deveria ter feito isso, não iria sobreviver.
Liryan: Por favor, me desculpe, eu não poderia fazer a minha vida custar a sua!
Foroman: Eu não quero destruir os seus sonhos, mas... eu tenho filhos com uma outra mulher, e o nosso filho de antes, morreu numa guerra contra os valinácios.
Liryan: Por favor, não me diga isso!
Foroman: Não podemos perder tempo, tem algo muito pior esperando por nós.
Os dois sobem o elevador que estavam tão perto, e esperavam, enquanto a cápsula, num sistema hidráulico que a levantava, e os levava de volta à superfície, eles olhavam um ao outro, e refletiam sobre o perigo que estiveram sofrendo até pararem naquela plataforma misteriosa, e quando chegam ao topo, eles saem para onde era na verdade o próprio Templo de Arroz, e com pelo menos uma daquelas galinhas douradas, talvez perdida, talvez parou ali por engano, mas enfim, Foroman pega aquela galinha, e Liryan pega o ninho com ovos dourados dela, e eles vão de volta à Sumarta.
Fim!
25 de jun. de 2025
O Templo do Arroz e os Frangos de Ouro
24 de jun. de 2025
Chronos Inc, capítulo 1
INTRODUÇÃO DA EMPRESA
A incorporação Chronos existe desde por volta do século XVI, e o uso de seus métodos de assegurar e catalogar os mistérios considerados como mágicos, ao invés de meramente combatê-los, a partir do Ordo Stella Alchemiae no Sacro Império Romano-Germânico. Atualmente, a Chronos é independente da Igreja Católica e está sediada na Itália, embora tenha bases espalhadas mundialmente.
GESTÃO DE ANORMALIDADES
A instituição é responsável por capturar, pesquisar e extrair energia e recursos úteis de entidades, elementos e equipamentos místicos. A Alquimia, antiga ciência esotérica, é a área necessária para interpretar de forma racional as propriedades sobrenaturais.
Pode envolver pesquisadores, guardas, forças especiais, também operários comuns que envolvem faxina, zeladoria, vigias menores na instituição, compradores e cuidadores de alguns tipos de anormalidades.
- Compradores: Assim são chamados os acionistas, agentes de marketing e também diplomatas entre países, ou gente que sabe de comércio sobrenatural. Esse cargo é muito desejado pois, agora que a Alquimia é uma fonte de muitos materiais comercializáveis, em um mercado de alta demanda, é um trabalho que ganha muito, de US$ 13.500 a US$ 133.900 por ano no Primeiro Mundo, com direito a vale-alimentação e vale-transporte.
CLASSIFICAÇÃO DOS PESQUISADORES
- A: Nível mais alto, que pesquisa entidades mais perigosas ou poderosas, podem usar artefatos mais avançados ou catalogar fenômenos sobrenaturais.
- B: Intermediário, que pesquisa entidades e elementos neutros ou pouco hostis, usam artefatos para defesa ou para auxiliar pesquisa.
- C: Intermediário, mas que pesquisa entidades e elementos mais inofensivos ou podem certificar relíquias sobrenaturais, seja de ferramentas de trabalho ou comercializadas para humanos.
- D: Baixo nível, que precisam verificar seguranças para próximos experimentos ou para o ambiente de trabalho.
- E: Estagiários, pesquisadores iniciantes ou então auxiliares das outras classes, em casos extremos os bucha-de-canhão.
CLASSIFICAÇÃO DAS ANORMALIDADES
ORIGEM
- M: Monstro; seres conscientes, embora não sapiens, podendo ser animais, plantas ou familiares (seres energéticos com consciência similar).
- P: Pessoa; entidades sapiens ou então humanoides, alguns mais inofensivos são livres dentro das instituições ou também trabalham.
- A: Arma/Artefato; objetos inanimados místicos, seja materiais químicos, metais, energia, produtos mágicos, edificações ou armas e vestimentas, alguns podem ser dados ou criados por tais entidades.
- L: Lei; podendo ser fenômenos na natureza causados pelo sobrenatural, como maldições, anormalidades na realidade, lugares ou constantes universais explicáveis pela Alquimia.
- In: Inofensivo; não irá causar dano ou causa pouco dano.
- Nt: Neutro; tem emoções e pode estar disposto a ferir quem parecer perigoso.
- Sg: Sangue; agressivo e causa dano físico.
- Cr: Cérebro; agressivo e causa dano psíquico ou espiritual.
- N: Nêmesis; perigo máximo, classificado "divino" ou "demoníaco" por tanto poder.
- Fl: Flamel; classificação para artefatos usados ou monstros contratados para defesa.
RELATÓRIOS
P-Sg-001 - As Belas Damas de Dionísio: Um conjunto de estátuas humanoides bem belas, esculpidas por Dionísio de Tebas na Grécia Antiga no século IV a.C, têm poderes telecinéticos e são muito violentas, mas quando bem cuidadas, podem presentear com P-Sg-001-L (uma bênção de sorte) e P-Sg-001-A (uma faixa branca com desenhos azuis ao estilo Chinoiserie, que protege de ameaças mágicas).
- Métodos de cuidado: Faxina diária, geralmente um pesquisador classe E junto com uma equipe de limpeza são mais que o suficiente, em caso de reação negativa, que leva à violência contra os operários, um guarda será acionado usando Taumossupressor (um fluido usado para bloquear ou diminuir atividade alquímica) para bloquear o poder telecinético, enquanto uma caixa de música é tocada para acalmar as entidades.
- Método de cuidado: A maioria das Gotas de Sangue de Deus do Fogo têm fogo suficiente para esquentar comida, seja em potência ou alcance, impossível de usar como arma sem algum cabo que resista ao fogo e seu calor. Também tais artefatos são restaurados com base em fé, por isso sendo abundante em regiões humildes e menos industrializadas, onde o ambiente cultural é maior.
- Método de cuidado: Atualmente indisponível. Quando estava no plano físico, a fantasma era completamente inofensiva, com medo dos adultos, e gentil com membros da família do médium que auxiliou a pesquisa.
- M-Nt-017-Sg: Como são registrados os Homo Lunalupum Arcadia, ou lobisomens, em sua forma transformada, o corpo é em média 50% mais alto, porém 30% mais magro, os músculos eram 90% mais densos, junto de um couro e pelos mais duros, nas garras dos pés (ou patas traseiras), tinham o dedão lateral como polegar, o mindinho lateral como uma espora, as mãos (ou patas dianteiras) tinham as proporções dos dedos como um Aye-Aye, porém no tamanho e escala de uma mão também maior que a de um humano. O rosto era como um babuíno, parecia humanoide, mas peludo e de focinho longo e pressas na boca como um lobo. Uivavam instintivamente à Lua, teorias indicam que é um canto ou preze por ela. Podem babar, e quando mordem alguém com a saliva espumante, é passado um vírus mágico, que se não tratado a tempo, pode tornar a pessoa um novo lobisomem.
- Métodos de cuidado: Na forma humana eles podem vagar na instalação durante as primeiras duas semanas do ciclo, já a partir da terceira, um medicamento psicoativo comum é iniciado, e a partir da quarta, um pesquisador classe B, se não formado como um psicólogo ou um psiquiatra, ambos devem estar junto com o pesquisador e o lobisomem paciente, consultando gatilhos de estresse, traumas familiares e também diagnosticar um meio de controlar e acalmar quando transformado. Na quarta, o lobisomem fica cada vez mais lupino, menos racional, e deve ser levado para seu quarto (também chamado de jaula por alguns), e então, um operário adestrador é enviado para cuidar do lobisomem transformado durante esses dias até a metamorfose terminar e acabar, e depois, o adestrador é dispensado. Dependendo da reabilitação, a longo prazo o lobisomem pode andar na instalação sem perigo, e para evitar que torne as mordidas infecciosas, o lobisomem toma um anticolinérgico para diminuir a saliva, e os operários tomam, entre as vacinas, uma contra o vírus mágico, chamado Lupivírus.
- Métodos de cuidado: O pergaminho é cuidado por dois seguranças comuns enquanto a sala é limpada e verificada semanalmente por uma equipe de limpeza e um pesquisador classe C ou D, se houver danos nas letras do pergaminho, é necessário tinta azul para recuperar o efeito mágico do pergaminho, se disponível, Azul de Manganês, aparentemente devido à forte ligação da cor azul aos nórdicos, aos ventos e à sabedoria. Aparentemente, deixar outros livros ou então outros documentos informativos deixa a magia do pergaminho mais forte e com menos riscos, por isso, o pergaminho não é colocado em uma sala qualquer ou em apenas uma caixa, mas numa estande especial de uma das bibliotecas europeias da Chronos Inc.
- Métodos de cuidado: Normalmente são previstos quando o céu aparenta ficar mais escuro mesmo longe de anoitecer, e mais cinzento mesmo sem nuvens, ou o vento ficar gelado mesmo no Verão. Uma equipe da Chronos Inc deve ser enviada imediatamente, e os soldados irão exterminar as pragas antes que elas cheguem nas plantações. Antes o nome era Pragas de Abadom, mas teve que ser mudado, não por medos e desesperos populares, mas por esse nome deixar esses insetos mais fortes e rápidos, aparentemente as anormalidades extraíam força a partir dos nomes que damos a elas mesmas.
L-Sg-000-1 - Maldição de Yesh: Uma maldição alquímica em que criaturas, monstros e usuários de alquimia podem pegar fogo quando sob o sol, uma maldição comum após um uso inadequado de magia, catalogado com nome baseado em Levi Yesh, um bruxo da Nova Zelândia, embora descendente de britânicos cujos estudos que envolviam plantas resultaram em múltiplas descobertas, como:
- Luxpedali Argentus: Uma flor prateada cujas pétalas, que podem ser extraídas e processadas num corante comum para tinturas encantadas, e a seiva é tóxica, porém útil para uma tinta violeta antibacteriana, muito usadas na região do Oceano Índico.
- Luxpedali Ignisars: Um tipo de cipó cheio de flores avermelhadas, com tom degradê amarelo suave nas bordas, sua seiva é comum para xaropes e licores com efeito psicoativo leve, que induz desde euforia momentânea a visões do futuro, o mel de quando a flor é polinizada deixou abelhas produtoras maiores e mais fortes, e consumir ela periodicamente aumenta a força da pessoa, para algumas tribos é comum dar esse mel nos primeiros anos da criança quando ela desmama, e as sementes das frutas desse cipó são usadas para fazer um óleo altamente inflamável e volátil, embora possa ser consumida para dar resistência a fogo, óleo chamado Fogo Selvagem de Ignisars.
- Luxpedali Duocapita: Uma flor azul, com variações locais brancas ou pretas dependendo da quantidade de cobre na terra plantada (quanto maior, mais escura ou vibrante a cor), que aparentemente também é uma boa flor para abelhas, e que produzem um mel único, azulado de cor vibrante e bela, um alimento de luxo, e que esse mel foi muito importado por países europeus, e alquimistas já o misturaram com mandrágoras, meimendro e/ou
cereja-do-infernobeladona, plantas anestésicas e afrodisíacas populares, e que foram úteis para um tipo de poção curativa mais forte, porém, devido ao processo demorado para misturar e ferver os ingredientes, e de importar esse mel, porque são flores que não crescem em qualquer bioma e, por serem mágicas, são muito fiscalizadas pelos compradores, essas poções são mais caras e raramente são feitas fora da Europa ou Austrália.
- "Húbris, quando a arrogância é o motivo da sua queda, húbris, o motivo dos mortais caírem e morrerem com falhas que para quem os comete parecem nada. Os Céus vos defenderam, mas vós não vereis o avanço do vosso mundo e do vosso reino, mesmo que destruam a minha carne, e virem a força dos monstros contra eles mesmos, nós só retornaremos mais fortes, eu posso ser o último de minha ordem, mas não sou o único capaz de vos impedir, a Morte é a última a ter seu fim, porque a Morte é sempre o fim, até mesmo do próprio tempo"
- M-N-788-A - Arca de Magnus: Para impedirem que o corpo também reaja a outra influência mágica, o desfizeram em milhares de partes, a carne era tão dura que, junta dos ossos, foi feito concreto para uma única instalação, foi feita uma grande instalação para proteger todo o DNA da Terra, para reiniciar a vida caso ela acabe num Apocalipse. Os músculos eram mais duros que titânio, os ossos eram como pedra de verdade, o sangue foi extraído para fazer um combustível mágico para várias cidades na América Latina a fim de drenar essa entidade em forma de uma contribuição, e o concreto da carne e ossos desse ser foi suficiente para que a arquitetura tenha mais de 10 andares, e sobrasse concreto para restaurar patrimônios antigos, como na Grécia e Roma, os olhos eram tão grandes e únicos que, mesmo que a Merkokulos (uma organização comercial de anormalidades sapientes que use olhos como moedas e tesouros) estivesse interessado por eles em troca de uma frota inteira de sua equipe trabalhando para a Chronos Inc, a empresa diz que não teria como comprarem de tão inestimável que seria o valor, e esses olhos são parte da decoração do andar térreo que, mesmo não sendo o maior andar, tinha cerca de 52.600 m² de área, contando muros que contornam a edificação, e embora tenha também a forma de um castelo, com os andares superiores relativamente menores, tinha uma paleta mais futurista, com cores branco, verde e vermelho em sua obra.
2 de jun. de 2025
A Relatividade do Terror
- Os episódios parecem apresentação de slide e o áudio é bem nada a ver;
- A série foi inteira feita só pra marketing de desenhos do Urbanspook (o que soa errado, porque logo o personagem que fez o "Fucktoy Cory" acaba soando como o self-insert do autor);
- O Urbanspook é homofóbico, capacitista (usando autismo como ofensa), tenta bancar de "mais louco que todos nós" (falando que não tem limites pessoais, enquanto além da existência do... Cory - não vou repetir o outro nome! -, também esse imbecil fica usando como meme, porque é superdescolado usar um equivalente às artes do Shadman só que muito pior, pra ilustrar """gente fresca e woke"""/j);
- Tem relato que ele já fez animações tão gore e erradas quanto, mas como não sei a história toda não consigo afirmar;
- A fandom dessa série, como o subreddit de Urbanspook, só existe pra puxar saco do autor, o que é extremamente perigoso, porque uma coisa é não ser bom com críticas (e o Urbanspook parece o Chris Chan respondendo trolls, pqp, além disso, contra argumentar ou evitar ataques, e avaliar críticas válidas e construtivas e usar como base do que melhorar é fácil de fazer, ainda mais com o tempo), outra é só receber gente falando bem mesmo das coisas erradas que tá fazendo, o que ironicamente é o que fez a série cair junto com a fandom, ninguém quer mais saber dela e tudo o que tô falando é só um desabafo porque essas avaliações não saíam da minha memória.
- Além disso, o autor até tenta assustar, mas ele fazendo a história parece o que tanto criticaram no JC The Hyena quanto fez Sonic.exe, com narração explícita, apelo expositivo demais, tenta falar que é "A Coisa Mais Assustadora" o tempo todo, e o gore que esse autor faz dá mais raiva que gore normal (gore já me faz ter raiva da humanidade, mas esse gore me faz ter raiva da humanidade e de tamanha ruindade narrativa, a polícia da série parece polícia da Noruega de tão inútil), as narrações me dão apatia (seja porque as mortes e plot twists não têm peso, ou porque tudo de "novidade" da história é desinteressante), e os barulhos dão dor (até suspeitei que tivesse algo a ver com o capacitismo do Urbanspook, já que autistas têm uma sensibilidade sonora maior, e os jumpscares são de estourar os ouvidos).
O que tanto falaram sobre o Cory pode ser repetitivo demais, mas é justamente o defeito mais gritante, porque foi logo com um personagem de 11 ANOS, e que o autor fica tratando como se assassinato e outras paradas contra crianças são terríveis justamente por serem feitos contra crianças (é óbvio? Sim, mas se esses crimes são tão comuns, ao ponto de ter mídia tratando com desrespeito, é porque tem gente que não faz a mais remota ideia do caso). Bem como o Core disse sobre o Analog Horror do pintor, "Parece o BanBan dos Analog Horror".
Eu já tinha feito antes uns blogs que eu explico sobre como um terror *bom* é feito, e resumindo, temos:
- Ambientação: O mundo tem que ter no mínimo seus elementos centrais e principais pré-estabelecidos, preparando terreno para onde os personagens estão e também os elementos (não necessariamente monstros, mas a fonte do medo em geral) que estarão carregando o medo do desconhecido.
- Imersão: A sensação de que a história é real ou pode ser real deixa mais desconfortável, e pode variar, como o medo de algo acontecer com você que tá vendo esse terror, ou como o elemento do medo está agindo nos personagens feitos pra você ter empatia.
- Mistério: Medo do desconhecido, às vezes uma história sobrenatural em que você não sabe a procedência e explicação (como qualquer história de terror mística ou mitológica, no Brasil tinha Setealém antes da moda de Backrooms, esse medo de parar em uma dimensão alternativa onde estar sozinho deixa de ser um medo, e vira uma esperança), mas sabe que é assustador, ou um assassino cruel que você não sabe uma motivação convincente, e espera que os personagens bons fujam ou então o vilão morra (como os assassinos de filmes Slash que envelheceram mal mas ainda entretêm, ou os assassinos do filme Funny Games, apesar que nesse filme os vilões vencem).
Falando no Analog Horror terrível do pintor, outra coisa que também vi falarem tanto que isso não sai da minha mente é aquilo que, englobando de forma genérica, chamo de "comédia feminina", que envolve aqueles tipos de comédia duvidosa comum em comunidades femininas, que envolve o seguinte:
- Stand ups falando sobre sexo, genitais e vida sexual - Por que esse é ruim? Ele é comum pra reduzir homens e criar um falso empoderamento feminino, o que não seria tão preocupante se não fosse reflexo de um humor machista que fazia da mesma forma porém em sentido oposto (reduzindo mulher e aumentando homem), o que fica ruim porque, pagando da mesma moeda e justificar insistentemente, isso só faz soar que esse humor duvidoso era certo também no polo machista, em suma, sendo uma questão de oprimida virando opressora, inclusive falando mal de homens e moços que têm nada a ver com o machismo que causou isso.
- Regina George - Como uma personagem se tornou uma literalmente eu feminina? Claramente por muitas mulheres e moças verem na figura de uma patricinha debochada, com uns momentos de valentona, não como um tipo de personagem inconveniente pra ser superada, mesmo só precisando fazer isso moralmente, mas como um tipo de empoderamento ou símbolo de elegância e liderança (o que perde o sentido, considerando que amigos não tem líder no sentido "o líder pisa nos colegas", e sim "o líder apoia e organiza os colegas", e que assim como comparei com o meme de "literalmente eu", o conceito de machos alfa e até fêmeas alfa também funcionam assim: Liderança não é força e brutalidade, e sim coordenação e empatia, o que fãs da Regina George não entendem por ver, como é retratado no grupo dessa personagem e em outros trios de patricinhas, aquelas ao lado da líder nunca têm uma personalidade própria), e já vi um vídeo do Caramelo Animation falando algo interessante, de que uma pessoa com personalidade da Regina George, na vida real, seria o alvo de bullying.
- NewMFX - Resumindo muito porque essa parte já tá longa... é pornô escatológico, e que muita gente não sabe que é um contexto bem pesado e até mesmo cruel de memes como "Eu sou uma rata, senhora" (que mesmo sendo um meme que chegou a saturar, é engraçadinho sem contexto, mas com o contexto fica esquisito e nojento), e pelo que vi num vídeo do Arttur, as pessoas dessa comunidade chamam as membras desses vídeos de "chocoqueens" (um termo que já diz muito dessa comunidade que romantiza e eufemiza coisas como coprofilia.
Por eu ter falado de putaria... Que tal concluir falando um pouco sobre a psicanálise de Freud e um pouco de mitologia grega?Freud é considerado pai da Psicanálise, e muito do conceito de "freudiano" ser associado a psicologia sexual ou até mesmo incesto por ter a ver justamente com a maioria do que Freud pesquisou ter a ver com intimidade e complicações familiares. O Complexo de Édipo, por exemplo, não se trata só de incesto mãe-filho como o conto mitológico, ou sobre o filho querer namorar quem parece com a mãe, mas sim com como o filho, especificamente o filho masculino, tem uma tendência instintiva ou institucional a rivalizar com o próprio pai (algo tipo concorrência por quem receberá afeto da mãe do filho ou esposa do pai), e o amor pela mãe pode incluir amor meramente fraterno, e que essa interação é instintiva, só precisa ser controlada pra não se tornar um fetiche.
Fetiches podem ter diferentes motivos, e Freud desenvolveu o termo traduzindo "feitiço" (do português) pra francês ("fétiche"), e esse termo também é válido pra artefatos de adoração (admito que no conto de Akinaduba eu usei esse termo pra um artefato mágico propositalmente pra uma piada de duplo sentido homossexual - feliz mês do orgulho), e a comparação ao fetiche sexual vem justamente de algo que parece ser indiferente ou até mesmo repulsivo, mas pra pessoas específicas pode ser fonte de atração.
Atração por pessoas coxudas ou bundudas (como é ilustrado em artes antigas, com esculturas de mulheres até mesmo gordinhas, como Vênus de Willendorf) pode ter a ver com mulheres bem alimentadas, logo, que irão sustentar melhor um filho futuramente, esses detalhes parecem indiferentes ou até mesmo pragmáticos demais, mas pra quem tem atração por interesse romântico ou sexual, é um atrativo amoroso. Peitos grandes podem ser pela lactação, seja pros filhos ou, assim como Freud trata a oralidade e o consumo do leite como a primeira intimidade que a pessoa fará na vida, a pessoa possa ter essa vontade de mamar os peitos de uma mulher.
Pra interesses nos homens? Músculos são um fetiche comum pela presença de alguém forte ser necessária, e no caso de humanos, a maioria dos que vão ocupar esse cargo vão ser homens inevitavelmente, assim como partes íntimas, grandes podem ter a ver com força e dominação (seja pelos motivos mais óbvios e físicos, mas também biologicamente, a testosterona e a saúde genital masculina podem aumentar o tamanho dessas partes), antigamente gregos consideravam partes grandes coisa de pessoas selvagens ou até de monstros, o que aos poucos foi criticado junto com a libertinagem dos gregos (aqueles papos de "homossexualidade" na Grécia na verdade são frutos desse povo ver relações homoafetivas como prazer sexual, e fruto do machismo e misoginia ao tratarem mulheres como inferiores - desde aquela frase "tão macho que pegam outros machos", a também como os homens na arte grega eram sempre representados pelados justamente pra mostrar mais do corpo masculino, e muitas lendas e mitos condenando ou vilanizando muito mulheres, assim como são muito comuns histórias da deusa Hera sendo retratada de forma bem sádica e desproporcional às amantes do Zeus).
A atração por femboys eu não diria que dependem dessa misoginia libertina da Grécia Antiga, e nem com eunucos, mas sim porque há certa representação estética e de elegância de formas que hoje em dia são femininas, mas antigamente eram apenas classe, e por esses padrões de moda serem a maioria europeus, é quase inevitável imaginar femboys brancos ou no máximo asiáticos (enquanto no Japão também tem a androginia como símbolo de beleza, embora mais "proposital", intencionada pra isso), enquanto homens negros são associados a masculinidade e força justamente por terem mais culturas africanas em que o homem forte que é o símbolo nobre, antigamente representados como "selvagens", mas hoje em dia algo muito apreciado, em partes um arquétipo de guerreiros e atletas ideais, e eu diria que desde romance a conteúdos adultos de mulheres claras com homens escuros não tem a ver com racismo e objetificação, mas com a superação do racismo, e o amor entre grupos físicos tão diferentes.
Freud também catalogou um tipo de "fenômeno" chamado Medusenhaup.
Sabe a lenda de Medusa, que dependendo da história era uma entre as górgonas (uma raça de entidades femininas belas) que foram amaldiçoadas por blasfemar Atena, e dependendo da interpretação a Medusa não era imortal porque a Atena se relacionou com Poseidon (e por Poseidon e Atena se odiarem, Atena amaldiçoou mais ainda por vingança), e que em outra versão a Medusa foi abusada por Poseidon, e Atena, não querendo admitir uma interação com o tio que ela odeia e vendo aquilo como traição, a amaldiçoou?
Perseu degolou Medusa pra usar a cabeça dela como arma contra um rei que tava assediando a mãe dele, e essa estátua de Luciano Garbati inverte isso pra representar a subversão do machismo estrutural e da injustiça a vítimas de abuso.
Então, Freud comparou a visão petrificante com um choque de realidade, e Perseu decapitando Medusa com um tipo de "castração" que o jovem sentia ao descobrir que mulheres não têm as mesmas genitais que os homens, o que parece idiota, mas numa época em que não existiam "livros pornô", nem revistas, fotos, filmes, vídeos, e a sociedade era tão distanciada dos impulsos sexuais e ensinada a odiá-los, que Freud chamava de "complexo de castração", isso era praticamente um evento canônico masculino, já que na época jovens não tinham tanto acesso a artes sexuais, e isso durou mesmo umas décadas depois.
Freud também desenvolveu, com base no conceito de Consciente, Inconsciente Pessoal e Inconsciente Coletivo do Carl Jung, o conceito de Ego, ID e Superego, que praticamente as duas teorias psicológicas se completam, como:
- Consciente: Camada em que controlamos nossos pensamentos e atitudes, a parte racional que era apenas a superfície da mente humana. Freud chama a parte puramente racional de Ego.
- Subconsciente ou Preconsciente: Camada intermediária entre racional e irraccional, como o Superego, que envolve as morais que a pessoa pode tanto construir culturalmente quanto carregar emocionalmente, ou também conhecimentos que se aprende inconscientemente, mas podem ser usados conscientemente, como a experiência e conhecimento.
- Inconsciente Pessoal: Pra Freud, é o ID, ou Identidade, que envolve instintos, emoções, memórias e impulsos, são elementos mentais extremamente complexos de controlar, mas ainda assim compreensíveis.
- Inconsciente Coletivo: Pra Carl Jung, essa camada seria algo também inconsciente, mas que não se limita a pensamentos e instintos pessoais, mas sim carrega arquétipos que todos têm acesso. Pra Jung, as camadas inconscientes, como as ideias pessoais e os arquétipos, são necessários para a Imaginação Ativa, um método criativo de criar ideias diretamente da própria cabeça, sem referência externa.
Escrevi isso aqui por puro tédio e meio que como um desabafo pra reclamar desse tipo de coisa que eu vi, que pra uns pode não ser grande coisa, mas é pra esmagadora maioria e podem até deturbar arquétipos e conceitos normais, que nós podemos criar pessoalmente ou coletivamente, e é necessário termos uma certa ética pra controlarmos o que iremos falar, expressar ou propagar, já que mesmo que palavras não nos machucam, elas podem motivar atitudes que irão nos machucar.
Até mais!