Esse "desculpa por não fazer a Mona Lisa" é um exagero muito desproporcional, não só pela situação que eu quis que ele melhorasse sua habilidade de desenho, mas também por eu mesmo não ser um artista de tão alto nível (mesmo eu tendo sido reconhecido no trabalho ao ponto do meu patrão atual pedir um desenho pra eu fazer e ele moldurar num quadro, mas aí é outra história), assim como o "arte é uma desgraça" é um último prego no caixão como insulto a qualquer artista, já que é uma frase pronta que adultos mal-sucedidos e amargurados falam pra quem tem um mínimo potencial artístico, pra arrastarem essas pessoas pra não quererem mais se dedicar.
"Coitadolândia" eu não falei diretamente, lembro que o Nicolas falou um pouco sobre mas também nem tanto, assim como ele mostra, pelo menos nesses prints do ano passado, não querer admitir de jeito nenhum que essa falta de habilidade é culpa dele (por não ir atrás) e não da natureza (porque a arte não é um poder mágico, afinal, que poder bosta, é só saber desenhar no papel, eu queria cuspir fogo) e nem das outras pessoas (que "roubaram esse poder místico de desenhar" dele), assim como eu mostrei que o outro webamigo (Gabriel) melhorou uns meses de incompetência de desenhar em pouco mais de uma semana de treinamento e ele até mostrou um desenho de uma personagem de um projeto que estamos fazendo juntos (eu tô mais ajudando e dando ideias, mas o dono real é ele).Esse desenho foi de ontem, não tá colorido e nem digitalizado, mas comparando com o passado dele, foi ótimo.Enquanto isso, esse era o desenho do Wooloo (o webamigo que eu briguei) na época (de Junho, enquanto a discussão era de Agosto e o traço dele não tinha mudado), e como eu disse, ele tá em uma conta nova e, pelo que vi, ele mesmo admite que não quis mais usar esse nome (ou era o que deu a entender), e assim como a intenção é só relembrar essa experiência, e comparar com alguns elementos da minha carreira e vida, e o que eu também vi sobre e que combina com esse post, eu não quero que ataquem ele, ele já deve ter aprendido a lição e se arrependido há muito tempo. A questão é:
- Como eu disse em o Patinho Feio de Grafite e Catarse Cinza (duas postagens minhas; link nos nomes), outros artistas me julgavam de forma desproporcional ao que eu era capaz de aprender, entender ou sequer competir, teve gente me mandando """melhorar""" (sem explicar como, ou com dicas que não funcionavam pra mim, ou com o câncer que é o realismo na arte) o meu traço e que acabava matando muita amizade porque do nada eles decidiam que eram professores de arte de 1930, e resumindo minha reação a esse pessoal de antes...
- E como eu falei sobre o webamigo Gabriel, ele tinha um traço antes bem pior (em questão gráfica e de forma) que o Wooloo que eu disse antes (e que tive pouco desenho pra mostrar por ele desenhar pouco e o pouco que ele desenhou ter sido perdido) e ainda assim não se remoeu pro "ain vocês aprenderam sozinhos", "ain vocês nasceram com dom", "ain arte não dá futuro" ou "ain e se eu sofrer bullying", porque algo que se deve pôr acima da segurança é a disciplina, porque há uma diferença quilométrica entre planejar evitar riscos, e não fazer nada pelo medinho de falhar.
- Também como no blog sobre como desfoder a vida, houveram pessoas que me mistificaram e mistificaram outros amigos meus, incluindo esse Wooloo, que achava mais fácil e confortável ficar falando que os outros tinham dons mágicos em vez de se dedicar (e parando pra pensar, isso piora o que eu falo sobre considerar desenhar um "dom" como um tipo de ofensa, porque desmerece e mente sobre a disciplina da pessoa até o resultado), assim como arte não é só pra trabalhos grandes, podendo servir de passa-tempo como é meu caso na maioria das vezes (recebo tão pouca encomenda de commissions que meus desenhos são baratos justamente pra aumentar a demanda).
Assim como, ultimamente, eu estive falando sobre eu ter descoberto ter autismo e tar superando a depressão, e achei num grupo sobre ateísmo (que eu vejo publicações no Reddit por boa parte do conteúdo ser contra extremistas religiosos) um vídeo de um religioso falando que doenças e transtornos como depressão, autismo, ansiedade e TDAH serem mentiras criadas pela Indústria Farmacêutica, o que obviamente é uma mentira que o próprio religioso tá falando só porque esse tal Pastor Rodrigo falou e fez vídeos suficientes sobre, e isso é extremamente perigoso.
Assim como homofobia e racismo estão perdendo cada vez mais a justificativa religiosa, em que antes a religião usava esses preconceitos com a justificativa de que a Bíblia disse (o que por si só é uma falácia de apelo à autoridade e também um agravante a crimes de ódio), também perde a credibilidade de imediato quando se usa um pastor como referência pra falar que condições mentais não existem, assim como no mesmo vídeo fala que esses transtornos "não têm causas conhecidas", sendo que as causas são sempre cerebrais, químicas (dependendo do caso, a depressão pode ser causada por algum dano químico no cérebro, como café em copo de isopor que faz mal pro cérebro) e psicológicas (seja no autismo e TDAH que são um padrão diferente comportamental, ou a depressão que em sua maioria é por tristeza crônica, traumas ou outras dificuldades envolvendo ficar feliz), inclusive depois de descobrir que tive depressão, e depois autismo, eu de cara vi como vídeos como esse que tentam falar que doenças mentais não existem são uma das piores coisas que alguém pode falar, assim como vi que, em meados de 2020 em que a Pandemia tava no auge (que não só o Coronga, mas depressão e ansiedade aumentaram muito), ficou extinta a palhaçada de criarem lendas urbanas de Baleia Azul e Momo porque era uma falta de respeito colocar culpa em monstrinhos que não existem ao invés de ajudar as pessoas.
Agora falando sobre algo diferente, teve um vídeo do André (não lembro se era como André Young ou Andrezito) sobre tipos de sentimentos raros ou com nomes pouco falados, ou com nomes que só se fala em cantos específicos, esse vídeo não saía da minha cabeça mesmo que foi deletado, então eu tentei pesquisar por mim mesmo.
- Sonder: Sentir e imaginar como pessoas ao redor (mesmo desconhecidas, existindo ou passando pelo ambiente que você tá vendo) tem toda uma vida própria, que não são como meros NPC's, palavra que usei de inspiração pro spin-off Mutasonder de Projeto Dream.
- Ópia: Sabe quando você olha pra alguém familiar mas não sabe se é a pessoa que você lembra ou alguém só parecido? Essa é a ópia, por essa ambiguidade se tá reconhecendo ou confundindo com alguém.
- Monacopse: Sensação de estar fora do lugar em que realmente tá, um exemplo que posso explicar é como a gente se sente fora do lugar quando tem uma roda de amigos inteira conversando mas você não tá conseguindo participar, o que é bem comum, só não é inevitável.
- Énouement: Algo como, quando você já avançou muito na vida, mas nem dá pra olhar pra trás, ou quando dá a gente só sente que esses momentos passados acabaram e nunca mais vão voltar. Eu assisti ao filme Viagem de Chihiro na minha adolescência e percebi como o final desse livro e outras histórias (principalmente filmes infantis) exploram essa ideia de "presenturo" (presente + futuro), de que pra gente avançar, não podemos voltar atrás só pra olhar algo que passou e se apegar, porque isso ainda irá atrapalhar a nossa vida, assim como eu espero que a Miwa entenda.
- Velhiceira: Não é (só) uma emoção, mas a consequência de um ato, especificamente de comprar materiais antigos em uma loja, como livros numa biblioteca. Eu viajei pra Bauru uma vez em Novembro de 2023, e mesmo uma biblioteca que eu, meu irmão dois amigos fomos juntos tenha sido muito claustrofóbica e difícil de passar entre as salas, era uma biblioteca bem bonita, seja pelos móveis de madeira, ou pela iluminação meio amarelada ou porque, além dos livros e revistas, também tinha uns materiais como engradados de cerveja e máquinas de escrever, o que aumenta a nostalgia porque ver isso pessoalmente é raro.
- Rubastose: Aquela sensação estranha quando a gente começa a sentir o nosso próprio coração batendo, seja quando tá batendo muito devagar, muito forte ou com muita força por diferentes motivos.
- Kenopsia: Vazio, especificamente o vazio emocional quando se vê algo perdido, muitas vezes lugares abandonados, que inspirou a ideia de espaços liminares e uma trend cringe de "o vazio de..." (que o canal Espantalho, do Eu Hipe com aquela garota que não sei se é namorada ou só webamiga dele, de ver essa sensação de solidão em tudo que é desenho pra parecer "cult") que até o próprio Eu Hipe criticou (não sei se foi por uma autocrítica irônica ou porque até ele tava enjoado disso).
- Afasteza: Uma vontade não explicada de querer se afastar de todos, mesmo amigos, o que inclusive eu percebi o tal Wooloo fazendo, e até mesmo pude impedir outro webamigo meu (que não falarei o nome por não ser o foco exato) de fazer isso, e que, assim como eu falei que tem essa sensação do Énouement em Viagem de Chihiro, vi em filmes infantis e juvenis também arcos que o protagonista se sente muito mal (seja ódio ou desespero) e se sente obrigado a afastar dos outros, como o Sonic em Sonic 3 que (Spoiler) ignora os conselhos de Knuckles e toma a Esmeralda Mestra pra dar uma surra no Shadow ou o Alex em Madagascar 1 que, quando fica louco e se arrepende de morder o Martin, resolve ficar longe dele e dos lêmures e ficar mais perto das fossas.}
- Jouska: Simplesmente conversar com os próprios cenários hipotéticos, algo que pode soar estranho mas, se souber o que estiver falando sobre consigo mesmo, ou numa situação confortável, como um banho ou sozinho no quarto, pode ser meditativo.
- Crisalismo: Resumindo muito, meramente o conforto de estar seguro em algum lugar fechado, como a própria casa.
- Vemödalen: Também chamado de Tristeza da Torre Eiffel, é uma decepção quando tira foto ou no mínimo registra qualquer outra coisa de algo que todo mundo já fez antes.
- Ma (間): Essa sensação tem um nome que significa "vazio", não no mesmo sentido da Kenopsia de que "não sobrou nada", mas sim algo como "espaço não ocupado", o que Hayao Miyazaki usou como maior base para momentos de respiro que tem nos filmes da Ghibli, de quando os personagens estão fazendo nada, esperando ou fazendo algo muito simples, como se fossem checkpoints no filme, em que não tão fazendo nada, não por ser uma cena à toa, mas apenas um descanso, não só pros personagens que têm momentos calmos, mas pro público se acalmar e se preparar pra ação seguinte, o mais próximo que eu lembro disso é em vídeos sobre histórias pesadas (de terror ou casos criminais), em que o youtuber coloca uns segundos de clipes de cães e gatos fofos como um "detox emocional".
- Elipsismo: A tristeza de como não sabemos como será o nosso futuro (seja a curto ou longo prazo), referente a Elipses de filmes, em que há cortes na história pra pular momentos desnecessários (quase o oposto do Ma, exceto que o Ma não é à toa, por mais que seja um enchimento), o que inclusive eu cito sobre como resolver isso no blog sobre como desfoder a vida que falei antes.
- Kuebiko: O cansaço ou até preocupação depois de um ato de violência sem sentido, o que eu já senti algumas vezes quando eu era um adolescente muito mais impulsivo e já cheguei a bater nas pessoas quando minha raiva era crítica, e mesmo eu tendo raiva, e sabendo como a raiva é importante (porque é uma irritação ou explosão emocional, e temos direito de expressar o que sentimos), hoje em dia não chego mais nesse nível e sei que não é necessário.
- Laqueísmo: Vontade de ser atingido por um desastre, como sofrer um acidente, ser encharcado por uma tempestade ou até perder tudo que é material num incêndio, algo que eu nunca vi em experiências minhas e nem de amigos, mas já vi algo assim em Clube da Luta, que o narrador (que na verdade era o Tyler Durden verdadeiro, mas não falam isso pra não dar spoiler ou pelo meme da regra nº 1) acaba tacando fogo no próprio apartamento pra começar a se livrar da vida vazia.
- Eros: Amor segundo Platão, que se refere pela busca e pelo desejo de algo que ainda não tem, ou pela satisfação em apreciar (amor platônico), um amor que é necessário conhecer, por mais que hoje soe invisível num mundo tão material.
- Ludus: Outro tipo de amor menos falado, que Platão também cita, o amor lúdico relacionado ao jogo de seduções ou meramente de interações (brincadeiras) entre as pessoas.
- Philautia: Algo como amor próprio ou autoestima, aquele amor para si mesmo, de se valorizar, valorizar o seu corpo, saúdes física e mental e a própria beleza.
- Filia: Amor segundo Aristóteles, a satisfação em conquistar algo, seja um objeto ou uma boa relação, o que mesmo sendo bem precioso de se conquistar, está mais difícil de achar num mundo onde sempre que estamos na ânsia de querer algo, a gente não sente aquela mesma sensação (boa) quando conseguimos. Valorize o que ou quem você tem disponível.
- Pragma: Amor que se desenvolve a longo prazo, em suma uma boa relação de tolerância e compromissos que duram longo tempo.
- Storge: Amor familiar, natural e instintivo, bem simples e conhecido, incluindo a fraternidade.
- Ágape: Amor segundo Jesus, incondicional, para todas as pessoas, feito pra ser o maior dogma cristão, de unir e redimir as pessoas, e que embora seja um princípio importante na Bíblia, é difícil achar nas pessoas religiosas que são levadas pela ganância de dinheiro e fiéis, e por isso digo que, mesmo que eu diga os conselhos cristãos, isso não é uma pregação da religião em si, mas das mensagens mais benéficas e necessárias que posso oferecer.
- Exulância: Desistência de explicar algo porque a segunda pessoa não consegue entender, geralmente uma experiência muito pessoal, algo que eu sinto muitas das vezes quando eu explico uma filosofia minha ou uma ideia que tenho pra histórias como o Projeto Dream.
- Adronite: Frustração por demorar pra conhecer alguém de verdade, algo que eu sinto que sofro ultimamente porque tá difícil ter novas amizades na internet, principalmente porque ninguém usa Messenger ou Whatsapp pra conversar (o que pra mim é hipocrisia, os caras têm rede social pra não conversar), e tá mais fácil ter as amizades pessoalmente no trabalho e faculdade.
- Rückkerhrunruhe: Resumido como Retornismo, se resume a qualquer sensação que vem quando chega de volta em casa.
- Nodus Tollens: Uma sensação que ocorre quando a vida que nos passou antes não faz mais sentido, algo que eu não achei exemplo melhor além de uma certa redenção do Toddyn, seja quando ele resolveu mostrar o rosto e explicar o porquê de demorar tanto pra se mostrar, ou o vídeo mais recente dele sobre como ele deixou de ser ateu (link no texto com cor).
- Unismo: Aquela sensação de estar preso a um único corpo, espaço e tempo, talvez um oposto total do Sonder, e também um certo nível de ansiedade, elipsismo e monacopse, como se nada ao redor se aplicasse tão bem à gente, e embora eu tenha planejado um episódio que tratasse dessa sensação, eu não vou contar nem dicas desse episódio porque eu tô planejando, tanto quanto esse episódio, alguma carta de autor sobre o porquê de eu ter parado de escrever tanta história de multiverso, porque também vai se conectar.
- Liberose: O ato de se importar menos com as coisas, mas não algo como um edgy tipo "foda-se Deus e o mundo", mas sim algo estoico, de não se preocupar se ganhar pouco e perder muito, e evitar exageros econômicos e emocionais.
- Alschmerz: Cansaço com as próprias falhas e problemas, podendo levar a resolver elas (como o Toddyn) ou se lamentar por elas (como o Wooloo).
- Schadenfreude: Alegria e riso à custa da desgraça alheia, algo bem comum no humor antigo, principalmente no pastelão ou quando era comum assistir TV e tinha desde antigamente o Vídeo Cacetada no Domingão do Faustão, conheci esse nome por causa do Team Fortress 2 que tem um taunt com esse nome.
- Ohrwurm: Aquele momento que uma música não sai da nossa cabeça, o que praticamente acontece com a gente um monte de vezes e tem uma piada sobre isso em Divertida Mente 1, e eu passei por algo parecido depois de assistir Sonic 3 também, especificamente com a música Live and Learn do Sonic Adventure 2.
- Kummerspeck: "Bacon do estresse" numa tradução mais literal, e se refere a momentos em que a gente come pra aliviar alguma emoção ruim, algo que também acontece com frequência e até vi o meu irmão passar por isso.
Até mais!