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Homem-Aranha: O Herói de Todos os Públicos

2 de fev. de 2025

O Deus dos Presentes

Geralmente eu uso esse blog quando não tô no Projeto Dream ou quando tem algo que fez muita diferença na minha vida, mas bem:
  • Sobre eu não tar escrevendo Projeto Dream hoje é porque eu realmente tava cansado de escrever a história, o episódio que eu estive fazendo, mesmo sendo filler, não será um spin-off, porque vou arriscar fazer uma temporada sem spin-off nenhum;
  • Mas sobre algo importante, uma que eu gostaria de mostrar é essa variedade de brinquedos e outros gadgets (incluindo um limpa-língua) de diferentes épocas (tem aí um Sasuke e um Capitão Pikachu desses últimos meses, mas também uns brinquedos que ganhei entre minha infância e adolescência).
[Sim, entre eles tem um Luigi que viu coisas que comprei em Campos de Jordão, e entre os Pikachus velhos, um tá encima de uma mesinha daquelas de caixa de pizza que achei enquanto tava tirando lixo do parque]

De qualquer forma, o que eu admito que o foco desse blog não é nenhum desses brinquedos, principalmente porque seria mais interessante eu fazer um vídeo sobre isso no meu canal, mas por enquanto o canal tá congelado porque eu perdi o interesse em fazer vídeos, e se eu fizesse eu teria que dedicar muito só ao canal, o que arriscaria o trabalho e os blogs (não tô citando a faculdade porque até esse cenário ser real eu já vou tar formado), mas falando em dedicar a publicar conteúdo, algo que eu vi e irei citar antes de falar do assunto principal, é sobre um tal Thomas Romain, um desenhista e animador francês que ficou conhecido por tornar desenhos aleatórios do filho em obras de arte, criando personagens e cenários com inspiração neles.
Pra um pessimista, o pai taria humilhando o filho, pela diferença de criatividade e de traço, mas pra um otimista ou simplesmente quem é experiente o suficiente com arte, essa interação é perfeita, porque além do pai estar mantendo a prática e o filho ter até alguém pra se inspirar, o filho desenhou claramente com base em ideias aleatórias que pôde imaginar, e o pai completa com a própria habilidade de detalhar os personagens, cenários, e no quinto desenho acima até indicando um sinal de cultura dos bonecos. Isso chega a me lembrar O Pequeno Príncipe.
O protagonista desenhou uma cobra depois de engolir um elefante, o que é óbvio e intuitivo pra uma criança criativa o suficiente, mas pra gente pragmática demais, seja um adulto ou até algum adolescente que se acha maduro, vai ser só um chapéu, seja por não ter detalhes como escamas, o olho quase se camuflar numa das pontas, ou onde tá o elefante ter mesmo a forma de um chapéu, e essa é uma das mensagens desse grande livro franco-americano (ou seja, da França e dos Estados Unidos), de como a gente perde a criatividade com o passar do tempo, entre os motivos por como a sociedade nos pressiona e modela a sermos sem graça e sem esperança. Eu posso não ter chegado a um nível de "adulto cinzento", mas sentia que tava ficando menos criativo que antes, até que eu recorri a pesquisar sobre a Imaginação Ativa.
Carl G. Jung (que aliás, o nome desse autor é a inspiração do meu personagem Jungher, embora o poder do Jungher seja baseado em Reprodução Proibida de René Magritte) é um psiquiatra suíço que escreveu o Livro Vermelho, ou Liber Novus, para pôr em prática a Imaginação Ativa, que combina a capacidade de combinar ideias e conceitos que o próprio artista já está pensando (seja algo que ele já sabe ou aprendeu, sem referência externa), e embora pareça ter base em pseudociências e filosofias abstratas como a Alquimia (que embora seja base de ciências como química e física molecular, ainda usou muito da arte e do abstrato pra explicar conceitos mais complexos), teve sua aplicação prática (inclusive essa técnica me ajudou muito), e o Jung usou como base pra explicar a "fonte" da Imaginação Ativa o inconsciente coletivo.
O inconsciente coletivo é, na suma mais pura, um conjunto de ideias que qualquer pessoa pode imaginar de arquétipos, estereótipos e outros conceitos que misturem o literal (qualquer detalhe a ser ensinado) e o abstrato (a parte dos significados e a conexão dessas ideias em uma nova), e por isso a Imaginação Ativa pode extrair ideias complexas mesmo da própria mente, por combinar conceitos literais e abstratos que qualquer um pode imaginar.

Mas fora isso, eu tava precisando contar, ou no caso relembrar, uma história que eu vi do canal do Sábado Qualquer sobre John Frum, e uma certa conexão entre Segunda Guerra Mundial, tribos na Papua Nova Guiné e 2001 - Odisseia no Espaço.

Durante a Guerra do Pacífico (entre Dezembro de 1941 e Setembro de 1945) na Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos e o extinto Império Japonês tiveram bases espalhadas em ilhas no Oceano Pacífico, incluindo Polinésia e Oceania, por alguns motivos logísticos e estratégicos de ambos os lados, porém, nesse meio tempo, algumas tribos primitivas (obviamente não num sentido eugenista como "inferiores" e sim num sentido literal, já que eram tribos de tecnologia muito básica e inicial) acabaram presenciando, além de bases daqueles homens de diferentes cores, também aviões que vinham trazendo os suprimentos: Pousando para depois serem descarregados, ou droppando as caixas com seus paraquedas diretamente.
Pra gente num mundo já atualizado, tecnologicamente complexo e globalizado, pode ser óbvio como esses aparelhos funcionam (mesmo que muito resumidamente, e só profissionais saberão até mesmo a montagem dos equipamentos), mas pra tribos que não tinham nem pólvora ou armas de ferro podia soar absurdo ou até mesmo algum tipo de magia, as marchas podiam ser vistas como um tipo de dança em nome das entidades, os rádios podiam ser artefatos para comunicar com o deus, as torres de transmissão podiam ser monumentos em nome desse deus, ou os aviões podiam ser entidades do tal "deus das caixas" ou os próprios deuses que trazem caixas aos soldados, e algumas das tribos na Oceania passaram até hoje a seguirem um conjunto de cultos com base nos aviões.
David Atenborough, um pesquisador britânico, viajou à Papua Nova Guiné inicialmente pra pesquisar sobre as tais Aves do Paraíso, que eram conhecidas pela sua variedade de cores, e no meio desse caminho pesquisando esses pássaros, ele conheceu uma tribo que cultuava esses "deuses das caixas", e assim como tinha um ou vários deuses relacionados a esses aviões e às caixas de suprimentos, havia um tal salvador humano pra eles (um equivalente deles a Jesus, Maomé ou Buda) chamado John Frum, que não se sabe muito além dele ter seu legado relacionado a uma promessa que ele teve com algumas dessas tribos papuásias de voltar pra eles, há a entender que o nome desse salvador veio de "John from America", o que pode ser óbvio mas, pra povos que claramente na época mal sabiam inglês, cabeu como se fosse o nome desse tal soldado John.
Chega a ser curioso como toda uma religião se formou tão recentemente, sem ser por puro meme (como a do Monstro de Macarrão que foi feito pra satirizar os Estados Unidos sendo "laico" mas tendo por muito tempo um tipo de "fiscalização" da religião das pessoas) ou crítica (como o Luteranismo que surgiu por causa da corrupção que a Igreja Católica teve na Idade Média), ou seja, surgindo de forma meramente inconsciente, e também tendo esse elemento mitológico, deles verem algo real (os aviões, rádios, etc.) e darem algum significado místico (por acreditarem que tinha a ver com rituais e entidades), e a ligação que eu quis dizer com 2001 - Odisseia no Espaço é:
Arthur Clarke, que além de autor de livros como 2001 e suas sequências, e ter previsto a internet e as viagens espaciais, também foi inventor do Ramjet, um tipo de motor otimizado para aviões a jato, e uma frase dele que combina com essa história dos cultos a cargas na Oceania é "Uma tecnologia avançada o suficiente é indistinguível de magia".
O que aliás acaba coincidindo com alguns elementos de Projeto Dream, isso é, pelo menos pras Larapink, que são mulheres feiticeiras de muito alto nível (senão o nível em poder, ainda o nível em status, conhecimento e território), mas elas desconhecem muita coisa, incluindo não saberem que era possível os mutantes terem poderes por genética, e achavam que elas tinham alguma energia espiritual especial, além de (assim como uso os mutantes como uma metáfora ao autismo), uma frase da Laura é uma referência ao estereótipo de "cara de autista" ou "parecer um autista", já que tem gente que acha que autismo afeta aparência.
Assim como eu planejo mais momentos e interações entre as personagens, principalmente as Larapink, dessa vez com alienígenas, seja pela piada, pelo desenvolvimento das personagens descobrindo coisas novas ou pela crítica social leve misturada numa história fantasiosa, afinal, mesmo o Projeto Dream sendo uma história de aventura, com ficção científica e fantasia mágica misturados, e adições de ação, terror/suspense, surrealismo (pelas inspirações em Jojo, Ena e Twin Peaks) e investigação paranormal, basicamente o segundo e o terceiro gênero se completam porque justamente o que difere tanto a ficção científica da fantasia mágica é a inspiração na ciência, seja por ter leis naturais próprias, tecnologias próprias ou maior inspiração em fatos reais e atuais para algo novo, afinal, um dos maiores nomes da ficção científica, Julio Verne, já previu a Viagem à Lua, os submarinos elétricos, câmeras e fotografia, e os Ducktales previram o streaming.
Curiosidade pessoal sobre mim: Teve uma prova do livro (que numa escola que eu estudei tinha em cada semestre junto com a prova de português) de Volta ao Mundo em 80 Dias, também do Júlio Verne, mas como eu não tinha o menor interesse ou foco em ler, e a educação brasileira é uma merda e, ao invés de ter toda uma preparação pra incentivar a ler, eles só empurravam livros goela abaixo de todos nas salas, mesmo eu tendo o livro eu só consegui acertar as respostas porque assisti a uma versão da Disney em que os personagens clássicos atuavam como os do livro:
    • O Mickey era o Phileas Fogg;
    • O Pateta era o Jean Passepartout (parece que no original tinha um trocadilho com Passaporte, mas no livro que eu li o personagem era chamado Jean Chaves);
    • A Minnie era a Princesa Aouda;
    • Se eu não me engano o Tio Patinhas era o Fix.
Enfim, eu pensei que esses assuntos não iam se conectar de jeito nenhum, mas eu consegui me superar e provar que eu posso mesmo conectar pontos bem mais distantes do que eu conheço ou presenciei, e obrigado àqueles que me desejaram feliz aniversário.

Até mais!