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Homem-Aranha: O Herói de Todos os Públicos

30 de jul. de 2025

Por que o retrofuturismo encanta tanto?

Fiz esse blog porque tem coisa que não coube no anterior.
 Muita gente acha que a estética neon do Vaporwave veio do Cyberpunk, o que pra falar a verdade é uma puta burrice considerando que do que o Vaporwave teria supostamente em comum com o Cyberpunk é só o neon e as letras japonesas (muita gente cisma que o Blade Runner antigo é melhor, mas o Blade Runner num geral parecem mais Vaporwave que Cyberpunk), de resto, tem nada de Cyberpunk, pelo contrário, a estética retro dos anos 90 chegava a romantizar ou exagerar os avanços tecnológicos da época (um filme do Seagal tem uma cena de um personagem falando "1 Gigabyte deve resolver", antes de quebrar um sistema, o que mostra como antes o pessoal não fazia ideia nem de como internet e RAM funcionavam, afinal, antigamente 8 Megabytes era algo exagerado, e na cena nitidamente o personagem fala do Gigabyte como se fosse uma ferramenta).
[Esse vídeo é maravilhoso kkkkkkkkkkkk Aliás, quem assiste ao Freaking Pause Pra TV do Colônia Contra Ataca talvez também conheça como esses filmes representam muito mal personagens usando "aparelhos do futuro" e na prática todo mundo parece retro gamer]
 O Vaporwave, na prática, combina múltiplas estéticas que envolvem retrofuturismo (Neon, Glitch, Windows 98, computadores e as roupas coloridas) e artes relaxantes visuais (como cores pastéis, como rosa e roxo, animes da época ou dos anos 80 que seguiram populares depois, talvez daí letras japonesas e não do Blade Runner, assim como estátuas gregas que não duvido que tem um certo teor de Pop Art, já que além de simbolizar nostalgia e elegância, também o Pop Art que envolve colagens de coisas velhas teve muito sucesso nesse século) e também músicas estimulantes (calmas como música de elevador ou músicas acústicas que, junto do estilo de anime antigo e VHS, forma o lo-fi hip hop, ou frenéticas como o synthwave). Esse estilo aliás eu me baseei pra ideias principalmente iniciais do planeta Stereo em Projeto Dream, incluindo os Tamafones, que são baseados em Tamagotchis e a interface dos Tamafones originais é como do Windows 98.
 Frutiger Aero, por outro lado, é 100% otimista, com fotos e ambientes coloridos, de cores vibrantes, diferente do Vaporwave em que as cores eram mais suaves, geralmente tendo visuais com base em cidades limpas, o Windows Aero (que inclui o Vista e o 7) e celulares da época, e há muitos visuais de gramas, água e auroras, um visual extremamente dinâmico, que hoje em dia é associado a um "futuro feliz que nos prometeram" (e não cumpriram), muita gente destrinchou, entre eles eu vi um vídeo do Caramelo Animation e um do JJ Omega sobre, assim como vi e ajudei a editarem uma página da Fandom sobre estéticas que era sobre o Frutiger Aero. O Frutiger Aero, em suma, não foi só uma inovação estética que envelheceu tão bem que querem de volta desde quando acabou, como também tinha essa estratégia de deixar os computadores e celulares mais atraentes e intuitivos (marketing e adaptabilidade do público) pras pessoas usarem, o Skeumorfismo que forma esse realismo digital ajudou muito nessa estratégia.
 No vídeo do Caramelo e Arttur diz que o Wii U ter fracassado afetou muito a imagem do Frutiger Aero, mas há coisas que dá pra considerar passos maiores do fim do Frutiger Aero, como o Windows 8 que adicionou um minimalismo extremo e tentou fazer o Windows de computador funcionar como em Windowsphone mas na prática fudeu a usabilidade do aparelho, ao ponto de ter o Windows 8.1 tirando os defeitos (e bugs também), ou a Apple fazendo aparelhos mais minimalistas, assim como o iPhone aos poucos foi regredindo desde o iPhone X, com só um orifício pra carregador (forçando a comprarem adaptadores ou airpods que foram uma ideia tão vagabunda que criaram fio pra essa merda que era pra ser sem fio) ou a palhaçada de vender celular e carregador separadamente, com a desculpa que é pra diminuir emissões de carbono (como se fosse menos poluente comprar um celular e jogar fora depois de descarregar em minutos porque as baterias de iPhone sempre foram uma piada, ou comprar mais caixas, com mais papel e plástico e jogar papel e plástico a mais fora, é tipo aquele meme do Agronegócio usar 70% da água do Brasil mas a pressão de economizá-la ser só pros civis).
 O Wii U, aliás, fracassou justamente porque a Nintendo ficou inventando moda de mais, com um controle que ninguém sabia se era acessório ou videogame separado, assim como o controle era vital pro console, mas não era vendido separadamente, a bateria é curta e é horrível de jogar enquanto carrega, assim como a biblioteca de jogos varia entre tentar usar o gamepad e ficar muito ruim, ou nem tentar usar o gamepad a não ser alternar entre jogar na TV ou na tela do Wii U. De resto, como diz o Sr. Wilson mais uma vez, é hipocrisia da Nintendo essa ideia de fazer um videogame de você jogar de um canto e seus amigos verem do outro, enquanto na exata mesma época tava tendo crise de strikes no Youtube por causa de vídeos de jogos da Nintendo.
[Vendo esse videogame bater um total de 13 anos hoje é surreal, assustador]
 Falando em tecnologia, empresa filha da puta e assustador, tem uma série que ficou muito no hype que foi Ruptura, acho que justamente pela série se resumir a "o vazio da escala 6x1" (apesar que, considerando os trabalhos nos EUA e a crítica ainda mais intensa dessa série, é 7x0), por causa de espaços liminares estranhos (desculpa o pleonasmo), a iluminação fria indicando que não há luz natural por perto, e a mistura estranha de móveis nas salas, junto do foco da história: uma cirurgia que divide a pessoa entre uma personalidade com vida normal e outra que só trabalha na Lumon, até o Refinamento de Macrodados da série é obviamente feito pra ser mais misterioso e indicar o quanto essa empresa aliena seus operários, com um trabalho bem abstrato, e querer deduzir o que isso significaria, como diagnosticar algoritmos ou reprogramar emoções, são só formas de tentar explicar algo feito pra ser inexplicável.
 Algo não tão diferente por exemplo das Três Ostras do filme O Demolidor (no caso Demolition Man, estrelado pelo Stallone), de uma cena do personagem do Stallone reclamando dos banheiros em San Angeles não terem papel higiênico (ao ponto de preferir receber umas multas pra limpar a bunda), e realmente era uma piada sobre "ain, olha como o futuro é estranho", mas curiosamente tem gente que realmente foi teorizar sobre o que poderia ser, a teoria mais certa que eu vi é que as ostras seriam botões (uma é pra bidê, outra é pra sabonete líquido, a terceira é pra secador de mão, daí que não precisam de papel), então meio que a piada muda de "nossa, como eles limpam a bunda?" pra "kkkkkkk Stallone é boomer e não sabe apertar os botões", o que me lembra esse meme que resume muitos autores de ficção científica.
 Reparei como eu ironicamente sou como o do lado esquerdo do meme, mas nem é por eu tentar levar a sério de mais as tecnologias ficcionais da minha história (afinal, eu simplifico muita coisa, mesmo quando cito as peças, eu não explico com exatidão o que compõe elas ou onde se coloca, só falo quais são usadas, assim como a maioria dessas tecnologias que eu vou desenhar pras minhas histórias são fictícias então não posso tratar como se, sei lá, um motor espacial que cria os Portões de Partida, ou uma máquina de campos de Higgs fosse possível em realidade), mas ao menos assim é melhor pra uma ficção científica que algo tipo "WOOOOU ELE FEZ UM MODEM WI-FI COM PALITOS DE DENTE!!!", afinal, há um limite entre tecnologia e magia. Qual exatamente? Sobre como os materiais ou até seres são tratados, por exemplo:
  • Numa ficção científica, se tiver lobisomem, ele pode ser uma subespécie humana ou uma doença viral mutagênica, já numa fantasia mágica o lobisomem pode ser mais simples: humanos amaldiçoados por alguma magia lunar maligna, seja porque uma bruxa o amaldiçoou como punição ou porque o homem escolheu se autoamaldiçoar por poder.
  • Numa ficção científica, os portais geralmente são buracos de minhoca (um tipo de liga-ponto gravitacional pra interligar pontos no espaço), já numa fantasia mágica podem ser simplesmente anéis de energia mágica interligados por algum poder do vazio.
  • Numa ficção científica, poderes podem surgir de aparelhos complexos com múltiplas funções ou mutações humanas ou espécies próprias com poderes vindos de uma função evolutiva, já na fantasia, a magia já fonte dos poderes, e quando há algo mais biológico, é por alquimia, e em tecnologias, é algo também fantasioso como steampunk (incluindo usar substâncias mágicas como combustível).
  • Numa ficção científica, há um monte de teorias quânticas pra explicar a existência do multiverso como algo natural da física, como o Multiverso Acolchoado de Brian Geene que eu expliquei num vídeo sobre o Tropia, já numa ficção científica, uma entidade pode ter criado as realidades, seja por algum desejo próprio ou para alguma utilidade na existência.
  • Agora algo mais a ver com o que falei acima, essa piada de "construir um roteador com palitos de dente" é transmutação, simplesmente transmutação, não teria genialidade que tornaria isso viável, diferente do assunto de que "tecnologia avançada o suficiente é indistinguível de magia" (Arthur C Clarke), em que algo que podia ser simplesmente sobranatural ainda tem explicação lógica.
Agora sim pude compilar o máximo de assuntos que eu podia antes de ir começar a temporada nova de Projeto Dream, que aliás está em hiato faz quase um mês, mesmo considerando spin-offs, porque eu realmente quis dar um tempo e reorganizar uns pensamentos antes de continuar, assim como eu não quero apressar.

Até mais!

29 de jul. de 2025

Músicas tristes e Hard-Life

 Tô fazendo esse blog antes de voltar a escrever o Projeto Dream.
 Um tipo de música que eu acabo ouvindo muito eventualmente são aquelas músicas tristes, seja com vibe emocionante, relaxante ou inspiradora, há músicas que ouvi como Fell in Love With a Dream (que eu descobri por causa de um vídeo de playlist de lo-fis) e World of Clay do DJ Kupla, ou a música Shark and Whale do jogo Rogue Legacy, acho que essas músicas são tão encantadoras, não por algo como a catarse (libertar sentimentos reprimidos, a maioria negativos), mas por serem como canções de ninar infantis em sua melodia.

 Sobre Hard-Life, eu resolvi desenhar alguns dos personagens principais, como o Akio (eu já imaginava ele com roupa preta, mas adicionei elementos como os detalhes vermelhos pro simbolismo de alguém forte e/ou sério, e também as peças mágicas dele, a beauty mark é um detalhe que adicionei recentemente), o Takeshi (que eu imaginava ele sendo o "bobo" do grupo ou coisa parecida, e o azul é porque é uma cor leve e também uma cor que associo a poderes psíquicos, assim como as palavras azuis do Caminho das Palavras que é a variação que ele mais usa) e a Seiko (que eu fiz ela loira - gyaru - e com roupas vermelhas e brancas, pra representar alguém dinâmica, inicialmente agitada e feliz, mas mesmo mais madura ainda extrovertida, adicionei também tamancos e mochila de pilha). Todos com carinha de "-v-" porque são japoneses.

 Fiz também um Ziéula (o nome dessa espécie eu adicionei recentemente, antes não tinha nome) e o Vajan (plural: Vajanlau) do episódio Três Mundos (e talvez eu volte a usar pelo menos os Vajanlau), de Fenômenos (que aliás, essa série - Fenômenos - por mim é uma das piores porque fiquei usando pra um monte de powerscaling barato porque na época eu tinha hiperfoco nessa porra e mal sabia que isso mata o apreço das histórias).
 Sério, tem até uma analogia minha associando partes de uma história a partes de um corpo: Os braços são a ação e aventura, as pernas são a consistência de roteiro, o tronco é o conteúdo, mensagens e worldbuilding, o sistema de poderes é entre as pernas... Fenômenos era uma história pato (asas fracas, pés que andam torto, corpo pequeno, mas tem patos e marrecos que a parte chega a 40 cm de comprimento).

 Fora isso, também temos o design de um dragão normal, um dragão-tigre (baseado na cobra-tigre, por isso sendo amarelo com manchas pretas e seu poder venenoso, esse dragão não cospe fogo) e um dragão crídrico (que irei elaborar num episódio futuro). Também um Dragão Faro (uma raça de deuses-dragões que criaram os "aromas" da realidade, isso é, em resumo a natureza e o que deixa ela bonita e cheirosa).
 Apesar de MUITO parecida com a Luna Pleine, esse design atual dela não foi reciclado de Projeto Dream, pelo contrário: A Sasha teve seu design reusado pro da Luna Pleine em Projeto Dream. Sasha, pra quem não lembra, vou resumir: É uma aventureira russa e caçadora de mistérios mágicos, ela foi planejada como lésbica, mas nunca decidi isso na personalidade, cenas ou ao menos uma possível namorada pra ela. Como tô continuando Hard-Life (basicamente em homenagem porque foi uma história que usei como um treinamento pra muita coisa do Projeto Dream atual), posso elaborar isso com detalhes.
 Galos, por sua vez, eu me baseei no Galuf de Final Fantasy 5 (pela cara, cabelo, bigode, ele nitidamente parecer bem velho e também vir de outro mundo e ter muito potencial mágico), Goku (inclusive era pra roupa dele ser laranja, mas ia ficar parecendo só um Galuf elfo vestido de Goku) e a região Kalos de Pokémon (o nome dele é tipo Galuf + Kalos), e a filha dele Lanisandra foi baseada na princesa Orihime do Taoismo (por isso ela é uma tecelã, filha de um homem poderoso, mas também esposa de um fazendeiro).
Um grande hiperfoco meu é em monstros, tanto que já fiz blogs sobre vampiros, lobisomens, medo do escuro, mitologia, mímicas (aqueles baús que mordem), um monte de lendas, mitos e até o contexto de muitos desses seres, e tem uns seres bem subestimados, também do folclore europeu, como:
  1. Panotti: Humanoide com orelhas tão grandes que são úteis como proteção ou para dormir.
  2. Blêmio: Humanoide sem cabeça, que o rosto (e cérebro talvez) ficam no peito, são tribais.
  3. Monópode: Humanoide de uma perna, com um pé tão enorme que serve de guarda-sol (eu não tô zoando, as ilustrações que vocês mais vão ver do monópode é ele deitado usando o pé pra se proteger do sol).
  4. Nouli: Humanoide de pés invertidos (mas não coube no desenho >:( ).
  5. Gorgada: Humanoide feminina extremamente peluda (e pelo que entendi nas ilustrações também é gordinha).
  6. Monstro de Ravenna: Humanoide com corpo de criança/cupido renascentista, braços de asas, alguns símbolos no peito (que não deu pra desenhar), e também se apoia em um pé de ave. Pelo pouco que eu sei ele é símbolo da cidade de Ravena, Itália.
  7. Monstro de Cracóvia: Esse foi surreal de desenhar, e também um monstro que tive tanta obsessão em saber quem era que parte do meu hiperfoco por monstros aumentou daí, ele é humanoide, gordo, com cílios grandes, orelhas de peixe, nariz de mosquito, pés e mãos membranosos, rostos nas juntas e mamilos, olhos na barriga (que formam um rosto com o umbigo). Por algum motivo tem algo a ver com Cracóvia, Polônia.
  8. Astomi: Acho que esse é um pouco mais conhecido, ele é uma raça humanoide sem boca, com roupas grossas e que se alimenta de cheiros bons, e cheiros ruins são venenosos pra eles. O pouco que pesquisei indica que foi baseado em más interpretações de pessoas na Índia que, num ato similar a um voto de silêncio, tampam a boca segurando uma madeira pra se recusarem a comer ou falar, o que foi interpretado como pessoas sem boca.
    • Sabe os centauros que são meio humano meio cavalo? Funciona parecido, surgiu de interpretações exageradas de guerreiros de povos inimigos, como nórdicos, celtas e persas que montavam em cavalos em vez de usar na frente de carroças/bigas (biga é um tipo de carroça pra corrida, seja em guerras ou competições).
 Fora isso, sobre algo oriental que eu gosto muito, e vi num vídeo do Hamlet ARL (só não tem link porque faz muito tempo que vi e não lembro o vídeo exato), a Teia de Indra, ou Rede de Indra, que dependendo da versão, é uma rede de tricô com nós e joias, ou uma rede de teia com gotas nas linhas, e cada joia no nó ou gota de orvalho refletia o brilho uma da outra, essa metáfora explica o Anatta (Não-Eu, algo como a morte do Ego, a supressão da vaidade e da perspectiva subjetiva da realidade) e o Anicca (que muitos confundem com o Anatta, mas a impermanência é do Anicca, de como tudo se transforma e cada elemento depende um do outro), o que lembra os conceitos de transmutação da Alquimia medieval, e também o Deus Siva Natura (Deus Seja a Natureza) de Baruch Spinoza, apesar que é o contrário pro Spinoza: Cada elemento ou conceito existe por si próprio, e possui seu interno como absoluto, quando não há mais nada que o elemento possa se interligar.
 Sobre ambiente, tenho esses desenhos que fiz: Um de Nidavelir e outro de uma cidade em Anakos, ambos de Projeto Dream. Nidavelir eu me baseei em arquiteturas de livros do Tolkien (apesar que aí tá simples demais) mas com tema de um reino numa caverna gelada. Já Anakos eu me baseei no brutalismo que é uma arquitetura brutalmente usada em países europeus soviéticos, seja a URSS ou a Europa Oriental (aliás, é a arquitetura dos ambientes de Half-Life 2), um pouco também baseado em favelas do Rio de Janeiro RJ (nesse esquema de uma casa encima da outra).
 Mas sobre um ambiente que critica o capitalismo, corporativismo e a ganância humana que atrapalha o desenvolvimento das civilizações, tem uma parada que me encanta muito que é o Cyberpunk. O Cyberpunk é um estilo de ficção científica que claramente todo mundo conhece hoje em dia, apesar que a moda atualmente seja Frutiger Aero, e também apesar que quando falo de Cyberpunk o pessoal instintivamente acha que vou falar do jogo 2077 (o que me fez odiar esse jogo porque criou a ilusão que o Cyberpunk 2077 patenteou essa categoria), mas tem algo que faz o Vaporwave eventualmente ser confundido com o Cyberpunk.
 Como tem muita coisa pra falar só sobre Vaporwave e Cyberpunk mas não ia caber como planejado, deixarei pra outro post.

Até mais!

28 de jul. de 2025

Banban o Cookiezinho, episódio 2

[Assim como o episódio anterior, será uma história bem bobinha pra distrair e achar fofo, vou usar mais discurso indireto pra interação dos personagens, então só pra não ficar tão estranho eu vou usar muito pouco os personagens falando com "sotaque de bebê", com uma palavra ou outra falada de outro jeito]

 Depois de um tempinho, os bebês mágicos foram colocados para estudarem numa creche simples, ainda na Terra pra que aquelas crianças mesmo de espécies e planetas diferentes possam crescer unidos, considerando que as famílias deles são amigas, então os filhos claramente deveriam. A criança de gelo, Geracial, estava junto com as outras, a primeira aula parecia tranquila, e a professora Buffy Fluffy conversa com as criancinhas, querendo saber sobre algumas das que estavam ali.
 Depois daquilo, a professora organiza uma brincadeira, são dados vários bloquinhos com letras, pra eles montarem palavras que sabiam, enquanto isso a Buffy Fluffy foi se sentar pra responder e assinar uma papelada que ela tinha de outras escolas, a Kuminha e a Misa Churri já escolheram montar com uns bloquinhos que elas pegaram, e formaram a palavra "BOLINHA" (eram todas letras maiúsculas), mas a Misa tinha colocado o A do final de ponta-cabeça, parecendo "BOLINHV", e isso fazia a Kuminha rir muito. Já a Barroquinha não parecia tar a fim de brincar, só andava em direção dos outros bebês que tava brincando, e se senta olhando pro Brondes montando bloquinhos junto com o Simon, que por não saber falar, e nem ouvir palavras, não sabia que palavra montar, só entregava os bloquinhos, ou os oferecia, e o Brondes colocava, eles faziam as palavrinhas "PÃO", "OVO" e "LEITE".
 Zephyrson estava entediado com os bloquinhos, então foi fazer companhia pra Barroquinha, que tem uma ideia deles abrirem um armário e tirarem dele uma bolinha, eles davam chutinhos leves, com medo de serem vistos jogando bola, mas também porque queriam jogar bola sozinhos, Banban e Geracial estavam colocando um bloquinho encima do outro, achando que iam fazer melhor que os outros que estavam fazendo com os blocos um do lado do outro, mas acabaram fazendo ao contrário, saiu "LUZA" em vez de "AZUL", Banban fica bravo, empurra os bloquinhos e cruza os braços sentado, o Geracial fica triste. Durante essa brincadeira, uma criança Warg em forma de uma raposinha humanoide com cabelo e rabo bem vermelhos entrava escondida, até que ela foi vista pela Barroquinha, e foi oferecida pra jogar bola com os dois, mas quando ela ia responder, ainda tímida, a Buffy percebe, guarda a bola de volta ao armário e leva a Warg raposinha de volta à sala dela.
 Nesse meio tempo, o Banban anda um pouquinho na sala e, subindo no banquinho da cadeira, resolve pegar a caneta da professora e desenhar o sorriso num canto bem nas bordas em branco da folha, e desce de volta, o Geracial conversava com a Misa e o Brondes, e eles pareciam planejar alguma coisa.
Geracial: O que vocês vão fazer depois?
Misa: É... num sei.
Brondes: Vamo brincar de olhar?
Geracial e Misa: Vamos!
 Brondes, Geracial e Misa ficam olhando um pro outro, parecia que na brincadeira não podiam piscar e nem perder contato visual... até que o Vulcas joga um bloquinho pra longe com uma explosão que ele fez com sua magia, e assusta a Misa que sai da frente, e o Brondes também pisca quando o bloco voou na direção dele, o Geracial parecia que ganhou em 3 segundos e comemorava, quando chega a hora do recreio, os bebês saíam mesmo antes da professora voltar, e quando a ela volta e olha os papéis, acha estranho ter um rostinho desenhado num dos papéis dela, mas se recusa a questionar porque parecia triste. As crianças pegavam maçãs que tinham numa mesinha, a maioria delas eram maçãs Fuji bem crocantes, mas a Barroquinha pegava as maçãs farinhentas com barulho de como se a poupa estivesse se esfarelando na boca.
Criança raposinha: Vucê... gosta de maçã?
Barroquinha: Sim! :)
 As duas comiam todas as maçãs da mesa em pouco tempo, a raposinha que comeu mais acabou ficando um pouco redonda de tão cheinha, e foi embora rolando. Geracial andava num corredor bem longo, de paredes meio brancas com a metade de baixo alaranjadas, com portas vermelhas de vidro, do tipo de correr pras laterais pra abrir e fechar, até que então aparecia um garoto humano, do mesmo tamanho e talvez porte físico, porém, em vez de cabelo azul claro, ele era ruivo e com sardas, e vestindo roupinhas verdes um pouco ásperas, e quando eles se abraçam, a criancinha humana, chamada Fernando, o solta e fala.
Fernando: Ei! Você é...
Geracial: Hã?
Fernando: Um sovete!
Geracial: Sovete?
Fernando: Sim, bem fofinho e gelado, que nem um sovete.
 Geracial sorri e convida o Fernandinho pra ir com as outras crianças pro pequeno pátio, e quando o Fernandinho tropeça e faz uns cones de plástico colorido se baterem e caírem, ele tinha uma ideia. Geracial se sentava no chão coberto de tatames e o Fernando põe um cone vermelho sobre a cabeça dele, uma garotinha da mesma sala do Fernando, com vestido rosa, cabelo castanho-escuro e pele clarinha, chamada Lisa, questionava aqui.
Lisa: O que tá acontecendo? '^'
Fernando: Geraci é um sovete.
Geracial: SOVETE!! Espera, quem é vucê?
Lisa: Ah, eu sou a Li. :)
Fernando: ... Eu já te vi na casa dos meus pais, a gente comeu muito queijo ontem.
Geracial: Queijo? Quero!
Fernando: Eu não trusse queijo.
Lisa: Nem eu.
 Geracial olha pra Misa comendo bananas com o Brondes, e foi até eles, passa perto, atrás dela, e morde um pouquinho o cabelo dela, a irritando, e pega uma banana pra descascar e também comer, já o Banban tava no playground, escalando o trepa-trepa quadrado, e quando um bebê que também conseguiu subir ao topo empurra o Banban pra ele cair, e o inspetor correu desesperado pra socorrer ele... o Banban tava intacto enquando o solo estava até mesmo amassado.
 Durante a volta dos bebês e seus professores às salas depois do intervalo, a sala em que o Banban e seus amigos estavam não consegue ligar, o professor até tenta arrumar e reposicionar a lâmpada mas não funciona, tinham que trocar. Rogério é chamado pra trazer uma lâmpada de tubo pra escola, já que ele era o mais próximo e também amigo dos professores, e não queriam gastar dinheiro com um técnico, ele traz uma lâmpada fluorescente de tubo, e quando ele entra na sala, a Misa corre até o Rogério e abraça uma perna, o Geracial corre também e abraça outra perna dele (eles são bem pequenos, a altura parava por aí).
Misa: Imão!!
Geracial: Rogéro!!
 Banban apenas tenta puxar a cadeira pensando se poderia ajudar, mas o Rogério só segura o Banban e o deixa encima da cadeira do professor, que fica confuso com aquilo enquanto o Rogério ia trocar a lâmpada, e quando ele ia sair... a Misa ficava se segurando numa perna da calça dele.
Misa: I... Imão... Não me deixe! :'(
Rogério: Tá tudo bem, eu busco você depois do trabalho.
 Depois daquilo, com o Rogério saindo da creche e indo trabalhar como pedreiro com o seu pai adotivo, as crianças têm uma aula curta, isso é, ouvindo uma música sobre números, com o professor vendo se as crianças estavam acompanhando, mas depois que o tempo escolar terminou hoje, as crianças esperavam seus pais, e hoje a Cassandra buscava eles, e conseguia posicionar os bancos pra que coubessem todos os bebês de uma vez e em segurança, com uma modificação que a irmã dela fez no carro, e chegando na casa, o Bludraco para de escrever seu rascunho de livro, e quando foi abrir a porta, via a Cassandra contornada pelas crianças, logo antes delas correrem, quase o atropelando, mas ele sentia que já tava sendo atacado pela fofura deles, que aliás, dos conhecidos, só não tinha o Fernando, a Lisa e a Misa, e o Geracial, o último a entrar na casa, o Bludraco ainda se levanta e abraça dele.
Geracial: Papai!
Bludraco: Minha massinha de pão!
 Depois de um tempo, aparecem a Alex, o Daemuki e outros, indo buscar seus filhos depois do combinado da Cassandra buscar todos eles de uma vez, até a Cassandra estranhou o porquê da Misa não tar ali, mas o Rogério já buscou ela então tá tudo bem, o Daemuki fez pães de alho.
Brondes: Meu favorito!
Banban: Que pãozinho estranho. '^'
Brondes: Num é não! >:(
Banban: É sim, pãozinho amarelo é estranho. :)
Kuminha: Quer provar, sovete? É bom!
Geracial: Mais isso num é sovete.
Kuminha: O sovete é você!
 Kuminha aponta pra barriga do Geracial, que olha pra baixo, e a Kuminha levanta o dedo até passar no nariz dele, e isso o empurra, bem perto do Bludraco que ainda tava sentado no tapete. O pessoal se arruma, e as crianças cada uma ganhava uma fatiazinha de pão de alho, o cheiro infestou a casa, mas como o cheiro de pão de alho era bom, não era problema.

Continua>>>

26 de jul. de 2025

Queda do Milênio, parte 4

 Antes de tudo, é necessário entender os quatro humores da crença e medicina desse Novo Mundo. Aqueles mais fortes, ainda corajosos ou bem-humorados, têm o "humor" do sangue, são os sanguíneos, caracterizados por túnicas, peças ou tatuagens vermelhas. Aqueles mais sábios, inteligentes e de boa coordenação têm o "humor" do fleuma, são os fleumáticos, da cor azul, muitas vezes professores, operários de mão de obra mais complexa ou então líderes como as matriarcas. Os com habilidade de carisma, arte e comunicação, com o "humor" da bile amarela, são os cibiliares, assim como a maioria dos bardos usam roupa de maior parte amarela, enquanto professores e matriarcas têm estampas amarelas em diferentes padrões, incluindo a forma de estrelas, assim como os professores usam túnicas brancas (simbolizando "folhas em branco") com listras azuis do fleuma e a constelação do signo deles em um tom amarelo ocre, à base de gema de ovo. Os operários mais ágeis e versáteis têm o "humor" da bile negra, são nibiliares, muitos operam em conjunto com os sanguíneos, assim como os ferreiros e carpinteiros mais habilidosos têm túnicas pretas, os ferreiros com desenhos de triângulos, quadrados e setas como os metais mais usados, e os carpinteiros com desenhos relacionados a folhas e árvores, de corantes verdes. Camponeses geralmente vestem branco, dos tecidos mais genéricos, não tingidos, geralmente além dos cultivos, árvores e animais, os camponeses de vilas como a Rio de Madeira também são encarregados de operar com corantes, os mais eficientes ou que produzissem mais recebiam alguns dos recipientes como recompensa, geralmente os corantes relacionados a seus simbolismos, como os corantes dos quatro humores ou algum corante marrom ou verde relacionado às áreas verdes que eles operam.
 De qualquer forma, desde quando o mercador saiu da Vila Rio de Madeira, ele contou sobre o quão diferente a vila estava, para os nobres de outras vilas, como a Vila Roda Firme de onde veio o mercador e suas notícias, e vilas vizinhas como a Vila Sete Cordas e a Vila Nobre Casco, não acreditavam naquilo, a Vila Rio de Madeira parecia qualquer outra vila desde as últimas vezes que tiveram contato, já o exército da Vila Roda Firme crê que aquilo não era novidade considerando que o Capitão Kin foi visto "lançando raios" (como eles interpretaram o armamento elétrico que ele usava) contra Brokoks, uma espécie que as outras vilas não conseguiam enfrentar usando apenas lanças ou flechas, assim como desde então a Vila Rio de Madeira parecia ter aumentado, já os camponeses e operários da vila estavam com medo, acreditavam que a Vila Rio de Madeira estivesse usando alguma bruxaria ou se aliando aos Brokoks, então, com essa ideia distorcida, aos poucos as três vilas se preparavam, usando peitorais de bronze em trajes de couro grosso, assim como queimaram as ovelhas e galinhas ao acreditarem que esses animais estivessem amaldiçoados, e o mercador, que suplicou para não fazerem isso, foi preso.
 O Lucas, a Clara e o Fritz estiveram montando peças de cobre simples que se conectam dentro da caixa de madeira, uma agulha de diamante, o disco de vinil é girado enquanto a agulha o lê e cada vibração é lida num amplificador elétrico, replicando som, o vocalista Alessandro ajudou a testar o primeiro disco, a primeira gravação, assim como no segundo disco, foram registradas 5 músicas curtas que, pelo sucesso do teste, as matriarcas resolveram comprar aquele primeiro toca-discos em troca de um tipo de medalha de prata com símbolo de corvo, uma forma nova de indicar mérito, assim como, por Lucas e Clara já terem feito muita contribuição à vila anteriormente, um terreno livre agora estava disponível pra eles operarem, o Fritz também foi promovido a um cargo novo de chefe de seu grupo.
 Fritz, por sua vez, lembra do João e seu projeto de fazer o telefone, e consultando ele, descobre que ele está muito ferido, ao lado de um assassino  com a máscara e a cabeça estouradas por um tiro de revólver do próprio João, e numa casa muito destruída, Fritz foi socorrer, os guardas são acionados e aparentemente o Baile Cinzento está agindo cada vez pior. Durante essa busca por essa organização, qualquer capa preta ou máscara cinzenta era destruída, suas cinzas eram direcionadas principalmente a fazer concreto, assim como João, ainda que tenha movimento das mãos, estava tão machucado que, na anotação da planta de seu projeto, ele usou o sangue que saía dele pra escrever a ideia. Fritz e Walter saíram correndo pra realizar esse projeto logo, ao passo que o mago Enzo, assim como a medicina estava melhorando, conseguiu treinar moças e mulheres de sua idade para o cargo de enfermeiras.
 A base de vinil era retangular, embora sem pontas, o sistema dos botões como a pascalina de Maria foram reaproveitados de forma um pouco simplificada, com os botões de madeira reagindo aos circuitos de cobre e prata, um fone é ligado a fio como um telefone fixo antigo, com microfone e autofalante, e algumas réplicas foram feitas, cada uma ligada a uma central telefônica, que a Bella Tiana preparou a programação enquanto o grupo de Fritz fez as peças, como eram montados as válvulas eletrônicas (utilizando a mesma tecnologia das lâmpadas e do toca-discos), relés (peças eletrônicas de impulso), e um sistema de capacitores e resistores, num sistema compacto de placas-mães em que cabiam eletroímãs para os processadores vetoriais (onde os vetores de dados fluíam e podiam ser controlados pelo aparelho), no espaço de uma sala para a biblioteca recém-construída para guardar os pergaminhos, não só do grupo de João, mas dos professores e seus alunos que também estiveram ajudando no desenvolvimento tecnológico local, formando um computador que, além de gerenciar e direcionar as ligações telefônicas, também tendo operação de cálculo melhorada para a contabilidade da vila, e pelo tamanho compacto (cada parte do supercomputador tendo tamanho comparável ao Cray-2), um sistema de impressão, em parte mecânico, em parte controlado pelo sistema elétrico do computador, podia registrar os dados econômicos necessários em papel.
 João podia ter se cicatrizado, enquanto também comunicava com os civis daquele hospital pareciam estar sofrendo com gripe e estavam recebendo uma dieta de frutas frescas e chás para se recuperarem, mesmo que lentamente, ainda assim naturalmente, seja pelas ervas eliminarem patógenos e melhoram o metabolismo do corpo e as frutas darem as vitaminas pra combater tais doenças. Paralelamente, os exércitos chegaram em direção à Vila Rio de Madeira, e mesmo quando eles acreditaram que alcançariam os campos, os próprios camponeses colocaram armadilhas entre seus cercados que separavam seus campos e os soldados inimigos, que caíam e eram furados em buracos Punji de 80 cm que terminavam em pregos enferrujados, muitos deles reutilizados de pregos velhos, um pouco aumentados pelos ferreiros durante a reciclagem, para ter mais alcance, os soldados a cavalos ainda seguem rotas diferentes, contornando esses campos para, então, numa rede de soldados escondidos em torres de vigia, se coordenando, comunicando em telefones vermelhos (uma variação com o design mudado para esse destaque dos telefones militares) para então atirarem com seus rifles (criados pouquíssimo tempo antes dessa invasão, enquanto a vila sabia das invasões e precisavam de um combate à distância mais imediato), os cavalos eram abatidos na hora, e seus cavaleiros eram desarmados e capturados pelos camponeses próximos, ou explodidos por lanças explosivas (algumas com bombas na ponta, às vezes acesas por algum aliado com um tipo de isqueiro simples usando circuito elétrico, alguns armados mais próximos já molhavam com nitroglicerina) disparadas pelos jovens alunos dos militares.
 Lucas e Walter coordenavam os operários do moinho hidrelétrico para enviarem os recursos necessários para reabastecer os soldados e também recolher os cadáveres inimigos, e embora o exército combinado das vilas Roda Firme, Sete Cordas e Nobre Casco tivessem levado mais de 500 baixas ao todo, incluindo tanto mortos quanto os poucos feridos vivos, o grupo da Vila Rio de Madeira perdeu 3 camponeses por alguns dos ataques de flechas e o Capitão Kin está ferido e incapacitado tentando impedir um dos cavaleiros, e é socorrido por Peter enquanto Pierre pesquisa junto com as enfermeiras alguns cadáveres tirados dessa invasão. Depois de imprimirem e reescreverem os pergaminhos da biblioteca em um conjunto de até 15 livros, usando do supercomputador Altair, o 16º foi um livro de anatomia usando como base essas pesquisas, assim como são adicionadas as pesquisas de herbologia e patologia, assim facilitando os ensinos.
 Falando nos camponeses, Fritz e Walter usaram dos livros de engenharia para terem uma fórmula mais eficiente para construírem um projeto de carro, incluindo um combustível à base de óleo vegetal misto, como biodiesel, para poder carregar o aparelho. O veículo, chamado Friwa Mk I, era bem quadrado, ainda resistente, com rodas metálicas e espaço para até duas pessoas e uma carga de 200 kg, o que já foi reaproveitado para construírem, durante esse mês de recuperação, um trator para cada fazenda, com um sistema de arado por trás e de colher na frente, o que conseguiu acelerar o plantio por um tempo. Um mensageiro da Vila Nobre Casco envia uma mensagem para a Vila Rio de Madeira, agora nomeada Reino Rio de Madeira, sobre uma trégua para fornecer essa "magia" que eles estavam conseguindo. Maria Pascal, lendo isso, se irritou com aquilo e escreveu uma carta em papel fino, escrito a pena.
"Vocês estarem chamando os inventos do nosso povo de "magia" é uma ofensa severa à nossa capacidade de avançar, e não pense que nós esquecemos dos homo antiqua que vocês executaram por denominá-los loucos, assim como seu povo sempre teve problemas para nos oferecer metais pois o seu cobre é muito podre e o seu ferro é muito mole e difícil de tornar em aço. Até mesmo os vizinhos que são tão submissos ao teu povo demonstraram condições melhores na infraestrutura e nos produtos. Por que vocês acham que tínhamos pouco metal mas tanta diversidade botânica?"
 Logo depois dessa carta à Vila Nobre Casco, o Reino Rio de Madeira busca pelas vilas Roda Firme e Sete Cordas, para agora se aliarem a eles, que já estavam sem resistência, mas em troca o Lucas na Roda Firme e a Clara na Sete Cordas conseguem ajudar como embaixadores, para terem confiança e liderança na região. A Vila Nobre Casco apela para um trabalho ainda mais exploratório, forçando seus camponeses a colherem mais grãos e tubérculos, os carpinteiros a montarem mais carroças e arcos, os ferreiros a construírem materiais de ferro agora, e os mineradores a conseguirem mais carvão para as forjas, barricadas de madeira são construídas para bloquear os caminhos contra as frentes, e espiões são enviados pra descobrir a "bruxaria" do Reino Rio de Madeira.
 Construindo um computador menor para a Vila Roda Firme, chamado Estrela Circular, e um para a Vila Sete Cordas, chamado Serpente Branca, tinha uma rede de contabilidade e de automação para pequenos setores dessas vilas, assim como estava sendo levantado agora uma rede de painéis solares sobre as bases em que esse projeto estava sendo feito, e para aquelas vilas, usar a energia solar para alimentar um dispositivo que podia "pensar" e calcular por si próprio era basicamente um poder divino, mas para muitos dos civis, que nunca viram aqueles computadores pessoalmente, aquelas "coisas divinas" teriam alguma forma física, talvez como deuses metálicos, alguns diriam, e por isso, em cada vila, uma estátua de ouro era construída em honra ao que consideravam "deuses-máquina". Câmeras fotográficas estavam sendo criadas por artesãos dessas vilas, combinando planos das matriarcas do Reino Rio de Madeira, combinando a técnica de câmara escura em caixas de madeira com lentes convexas, filmes fotográficos de papel com nitrocelulose, foi útil registrar de forma bem realista, embora descolorida, as imagens que essas vilas tanto queriam memorizar, e em troca da fórmula exata dessa tecnologia, as duas vilas podiam criar algum sistema econômico mais eficiente e direto para poderem medir o valor de seus materiais, sem necessariamente dependerem do escambo.
 Por mais que a Vila Nobre Casco tivesse preparado seus armamentos para uma possível defesa contra uma possível guerra, aos poucos também posicionando seus soldados em acampamentos próximos, prontos para o ataque, a aliança Rio de Seda (entre aquelas duas vilas e mais duas recém-convidadas ao Reino Rio de Madeira) esteve deixando a otimização logística mais homogênea entre as vilas que cresciam em cidades, o uso da pirólise acelerava a produção de biocombustíveis com óleos combustíveis comuns e fibras de carbono com o algodão, úteis para os carros e também as novas proteções dos soldados, e a eletrólise que transformava salmoura em soda cáustica aumentou a produção de sabões e sabonetes, que junto com a construção de banheiros e termas públicas muitas pessoas podiam tomar banho, melhorando a saúde pela higiene, o grupo das vilas chegou a replicar o uso dos painéis solares para cada casa para terem mais energia, assim como o Reino Rio de Madeira tinha um complexo de geradores eólicos, junto dos moinhos dos camponeses, gerando energia do vento que circulava, o que era ótimo considerando a época de grandes ventanias, mais cachorros e gatos eram acolhidos, domesticados e cuidados, que garantia uma proteção nas casas contra pragas e invasores.
 Peter e Pierre estavam desaparecidos, junto com um grupo de 33 homens e 13 mulheres, aparentemente os suspeitos pelo Baile Cinzento, considerando que desde que eles sumiram não tinha mais assassinatos, e com isso, Peter e Pierre passaram a ser procurados, ainda que tivessem sido capturados e interrogados pela Vila Nobre Casco em busca de respostas sobre a "bruxaria", só sendo resgatados pelo próprio grupo que eliminou as matriarcas dessa vila e assumiram a liderança. A vila não estava nem nos primeiros passos de se comparar com o Rio de Seda, assim como esses 8 meses de defesa esperando um ataque que não acontecia foi desperdiçado. O mercador da Vila Roda Firme já estava liberado há muito tempo, e como compensação, foi convidado por João a um tipo de coorporação de lojas da própria vila dele, chamada Silkwheel, em que as feiras podiam vender produtos, se coordenarem para produzirem e venderem com qualidade, combinando um bom método de produção com o fluxo econômico das Wiverdólia (singular: Wiverdól), moedas de lanze (um metal que ligava 50% de cobre com um misto de alumínio, zinco e estanho, sendo extremamente resistente e barato, conhecido também como ouro vermelho), cada uma de um tamanho, entre as de 1, 5, 10, 25 e 50 créditos, com bordas serrilhadas para identificar o quão intactas elas estavam e assim evitar a replicação das moedas.
 Peter e Pierre coordenaram e convenceram os soldados da Vila Nobre Casco a recuarem, pois aquelas condições em que eles estavam eram inviáveis e só irão colocar eles em risco e a vila perderá soldados à toa, da mesma forma que a cada 10 espiões que foram enviados pela vila, só 4 sobreviviam, e a cada 8 sobreviventes só 1 tinha informações úteis, então como punição a maioria desses espiões foram abatidos, enquanto o grupo de Peter e Pierre coordenava o exército de Nobre Casco para dominarem outras vilas não associadas ao Rio de Seda, pra conseguirem mais números de soldados e mão de obra para o plano deles.

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25 de jul. de 2025

Queda do Milênio, parte 3

 João, Lucas e Clara tiveram suas ideias anotadas para uma meta futura, mesmo logo depois de recriarem o PVC e isso aumentar a quantidade de peças para móveis e algumas decorações, ainda com pouca produção devido ao risco dela no momento e ainda não terem tanta infraestrutura, durante esses dias, o João, o Lucas e o Enzo tiveram algumas relações  íntimas diretas com as matriarcas, cada um com três delas, o João e o Lucas estavam surpresos por elas pedirem pra esse tipo de encontro, e relutaram antes de aceitarem por causa da intimidade, já o Enzo estava se sentindo honrado, já que normalmente essas matriarcas escolhem homens de diferentes grupos, para terem descendentes com as melhores qualidades possíveis, alguns dos que trabalham no palácio são maridos ou filhos masculinos das matriarcas, usando túnicas azuis mais claras, com flores pastéis azuis, algumas de cor turquesa, enquanto as matriarcas usam vestidos tingidos de lápis-lazuli ou corante índigo.
 Durante esses meses, seja dessa pausa e folga, ou da gestação das matriarcas, também João, Lucas e Clara tiveram um tempo para conversarem e interagir com os civis, como na Taverna Bravo próximo do centro da vila, pequenas visitas nos campos e florestas eram feitos, o João e o Lucas também começaram a ajudar no trabalho de coletar os cultivos e frutas, também João teve mais amizade com o ferreiro Fritz e o carpinteiro Walter, e Lucas e Enzo reformaram a casa na árvore, tendo um andar novo acima, embora apenas pra guardar os materiais num espaço novo, e aquele gerador menor criado pelo João foi deslocado para um espaço abaixo dessa casa. Durante esse tempo, a borracha e resina foram extraídas e Clara ajudou a fazer monstros de brinquedo, baseados no que João modelava em argila durante seu hobby novo, e também fez um tipo de bola de Futebol, com a qual ela foi jogar com João, Lucas e Enzo quando o grupo tinha um tempo realmente livre, o que aos poucos incentivou os grupos juvenis a praticarem o Futebol como um esporte de lazer, as áreas usadas pras reuniões pedagógicas começaram a ter um andar inferior que escondia uma quadra onde o jogo podia ser praticado à vontade.
 Peter e Pierre, enquanto isso, estiveram organizando durante esses meses um grupo próprio, esses faziam pequenas operações secretas, paralelas ao governo das matriarcas, com todos desse grupo, chamado Baile Cinzento, devido às máscaras de cerâmica cinza com detalhes variáveis, o Peter e o Pierre tendo adornos adicionais em forma da seta de espada, suas operações variavam entre vigilância violenta, abatendo pessoas associadas ou não ao Baile Cinzento que fossem pegas roubando ou matando os civis, e sempre deixando algum papel em criptografia ASCII para os civis decifrarem, três das mensagens eram:
"78 111 32 99 195 169 117 32 110 111 116 117 114 110 111 44 32 110 101 109 32 111 115 32 109 97 117 115 32 105 114 195 163 111 32 115 101 32 112 114 101 118 97 108 101 99 101 114"
"65 113 117 101 108 101 115 32 113 117 101 32 97 110 100 97 109 32 115 111 98 32 99 97 112 97 115 32 110 101 103 114 97 115 32 101 32 109 195 161 115 99 97 114 97 115 32 99 105 110 122 101 110 116 97 115 32 118 105 103 105 97 109"
"79 32 100 101 109 195 180 110 105 111 32 116 114 97 122 32 112 114 101 115 101 110 116 101 115 32 101 109 32 116 114 111 99 97 32 100 101 32 98 117 115 99 97 114 32 115 117 97 115 32 97 108 109 97 115 44 32 101 118 105 116 101 32 111 32 100 101 109 195 180 110 105 111 44 32 109 97 116 101 32 111 32 100 101 109 195 180 110 105 111"
 As pessoas estavam seguras com a criminalidade diminuindo, mas paranoicas assim que alguns "bandidos" mortos eram familiares demais, o Peter e o Pierre fingiam não saber do assunto, assim como os disfarces deles como líderes estariam espalhados em pontos desconhecidos das ruas, os de integrantes de menor grau também, com exceção de uma capa preta e uma máscara cinzenta com três setas de lança vermelhas estavam vestidas em um espantalho dos campos, o que deu um susto nos camponeses que testemunharam, e com medo daquela ordem secreta ser um grupo de espíritos, incentiaram aquela capa, e quebraram aquela máscara, o mago Enzo queimou incensos para um ritual purificador.
 Falando nos camponeses, paralelamente, muitos estavam reclamando de terem dores de dentes, o próprio João e Lucas perceberam o fedor de alguns, um "bafo de bicho", enquanto outros operários podiam resolver desinfetando a boca com um vinagre fedido e azedo, e resolviam o odor com folhas de menta, ou mascando frutas ácidas como maçãs ou laranjas, o João pega um dos pergaminhos e põe uma das ideias anotadas em prática, misturando a menta pelo efeito refrescante, melaleuca que as mulheres já usavam pra cuidado da pele, por ter efeito bactericida, em uma massa misturada com bicarbonato de sódio, que levou um certo tempo devido à busca para minerar, mas foi obtido de nacolita de algumas minas, e é usado para clarear os dentes, algumas produções mais baratas usavam carvão que, embora muitos associassem a tingir de preto, era compreensível que tivesse um efeito de filtragem, durante esse desenvolvimento, a água coletada também aos poucos foi armazenada em filtros que pudessem limpar ela, ao saber que não só ferver água era suficiente, e agora, os civis tinham água ainda mais segura e os navegadores podiam se sustentar por mais tempo por poderem purificar mais ainda as águas próximas.
 O sabão é raro, geralmente usado pelos professores, artesãos e matriarcas, e o banho é normalmente feito no rio que circula a vila, por isso era comum ver desde os camponeses mais sujos até as mais lindas matriarcas se lavando dependendo dos cantos do rio, enquanto os banheiros têm latrinas que eram esvaziadas por um grupo especializado para extrair fertilizante, amônia e metano semanalmente, então, Lucas e Walter têm um plano, de fazer um encanamento como um esgoto, isso levaria muito tempo se não tivessem tanto empenho em facilitar muito desse problema, um esgoto foi planejado, conectando cada ponto que antes eram meras latrinas subterrâneas, as casas mais ricas não se preocupavam mais com o fedor, e as casas mais pobres não se preocupavam mais com as madeiras da casa apodrecendo, e falando em madeira, o mago Enzo reutiliza as anotações do João, sobre relatos dele sobre o tal concreto, que era resistente, à base de cal e água e altamente resistente, e Enzo aproveita para aproveitar os ossos de animais e farinha de osso não utilizados para, depois, purificar os materiais em fogo para extrair o cálcio, e misturar em cinzas (de resíduos de carvão e madeira), argila, cascalho e muita água, num tipo de betoneira criada por Fritz e Clara, e a longo prazo, os construtores substituíram paredes de madeira e de pedra por concreto, embora não completamente, quase usando como o que seriam vergalhões nas casas mais pobres, e as casas mais ricas eram aumentadas e melhor modeladas com aquele concreto.
 Um mercador viajante dirigindo uma carroça movida a burros entra casualmente na vila, passando pela muralha e os guardas, e estava estranhando como a Vila Rio de Madeira estava tão, mas tão diferente, ainda assim buscando oferecer tecidos, caixas de especiarias e potes de corantes, que pareciam interessantes, mas haviam caixas de enxofre e salitre, antes os materiais menos vendidos, mas a matriarca Bella Tiana, escolhe comprar tudo, incluindo os minérios que antes a vila nunca comprava, em troca de 6 ovelhas e 3 galinhas, pois esses minérios eram ingredientes pra uma das anotações do Lucas para os chamados fogos de artifício, e pela melhor tecnologia, também ficou melhor a agricultura que alimentou e fortaleceu os animais, então cada animal entregue valia mais que as ovelhas e galinhas de outras vilas, e o mercador foi embora bem grato. Lucas e Enzo foram correndo misturar unidades de enxofre e salitre com carvão, podendo fazer então uma pólvora chinesa, e uma bombinha de teste, isso assustou os aldeões que foram logo ver, Lucas buscou esclarecer que foi só um teste e deu certo, só precisava de melhorias. Quando veio o carrasco por perto, os dois ficaram com medo, mas a punição máxima foi apenas umas batidas de um cinto de couro na costa dos dois, por má conduta e perturbar ordem pública.
 Os dois estavam envergonhados, e tentaram cuidar um do outro, o que não precisou de muito tempo, assim como os fogos de artifício que eles prepararam não demoraram muito tempo, e Lucas tinha uma certa memória de ter usado elas em festas antigamente, o ferreiro Fritz e seus colegas oferecem facões de aço com cabo de latão para eles em troca de pelo menos um barril, Enzo não sabia o porquê, mas Lucas confiava que o plano deles parecia óbvio, ele até fica um dia com os ferreiros, num tipo de brainstorming, trocando ideias pro projeto deles, que era pra ser segredo, mas pelo Lucas ter descoberto tão rápido, aceitaram participação dele para ajudar na ideia desde que ele não espalhe aquilo, um pergaminho foi feito em segredo para os ferreiros prepararem, só era necessário um pouco de chumbo, um metal antes proibido de minerar, considerado sinal de azar, mas com ajuda de mineradores com novas máscaras de gás, mais fechadas e resistentes, ligadas ao que seria um barril de oxigênio (que não era oxigênio puro, mas era ar fresco embalado) e até um tipo de símbolo místico, de um pingente de porcelana (o grupo ainda acredita nesse azar pelo chumbo ser venenoso, então pediram a João esculpir símbolos de águias negras de desenhos vermelhos e brancos) para os proteger espiritualmente.
"76 117 99 97 115 32 101 32 69 110 122 111 32 115 195 163 111 32 117 109 32 118 101 110 101 110 111"
 Lucas e Enzo estiveram a caminho da Taverna Bravo para poderem beber um vinho ou hidromel, enquanto três agentes do Baile Cinzento estavam entrando no bar, logo depois de cortarem os fios de energia ligados ao bar com flechas, e os agentes estavam visíveis apenas por causa da luz das velas, que deixavam desde as máscaras às capas mais avermelhadas no brilho. Lucas e Enzo sacam suas lâminas, a Garra de Urso (facão de Lucas, com detalhes na guarda e pomo que deixam o saque mais firme, e talhas em forma de um urso feito de espirais) e o Bico de Corvo (corvos são associados a sabedoria, quase como anjos da morte guiando os vivos pro folclore local, os detalhes da arma em geral lembrando penas e garras do animal), e têm um combate direto e próximo contra aqueles três, que por estarem usando adagas de ferro, foram fáceis de abater, os civis até se voluntariavam e arriscavam em segurar aqueles assassinos, e ao tirarem as máscaras, o grupo se horroriza ao saberem que eram apenas pessoas, talvez vindas da mesma vila e sociedade que estão agora, então, o caso é denunciado, gravado numa tábua de argila marcada por uma agulha, e entregue a um mensageiro que avisou aos guardas, que agora estavam preocupados ao saber que dois agentes confiáveis viraram alvos da tal organização.
 Bella Tiana e Maria Pascal, então, iniciam dois protocolos: Um incentiva os professores a ensinarem defesa pessoal, seja o combate desarmado ou saque de armas brancas curtas, aquela arte marcial, chamada Sildo, também foi ensinada aos guardas, que também os ferreiros, depois de terminarem seu projeto, oferecem a eles revólveres, muitos deles similares a um Colt, incluindo um tambor de até 8 balas, de cápsula de cobre, ponta de chumbo e espoleta que detona a pólvora, os soldados estavam com medo daquela arma ser muito perigosa, mas Fritz insiste que seria necessário, e então, um certo treinamento era feito, para os soldados se acostumarem a, não só manusearem as armas, mas também sacarem com agilidade caso a espada ou lança estiver sendo usada primariamente. João e Clara, no palácio, estiveram testando mel e caramelo de açúcar, aquecido e congelado, para fazer novos doces para as pessoas do castelo, e durante o mesmo treinamento de culinária, os dois também aprenderam provisoriamente a caramelizar cebola, e usar isso como novo ingrediente para os sanduíches, junto da carne, tomate e queijo.
 Lucas, no entanto, chama o grupo e os lembra sobre o plano deles, de utilizar o policloreto de vinila, ou vinil, para fazer novos dispositivos, o que leva Clara a ter uma ideia antes dos planejados telefones, considerando os bardos locais estarem agora criando novas piadas e músicas com base nos feitos deles.

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Fiz esse post antes de esquecer tudo

 Eu tive uns sonhos surreais e vou aproveitar esse blog que planejei pra outros assuntos pra não esquecer porque de certa forma foi engraçado.

  1. Um dos sonhos que eu tive envolvia três versões do Bob Esponja (um clássico, um "da Era Punk" que era na verdade só o Bob Esponja de um traço diferente ainda das primeiras temporadas, e um das temporadas mais recentes), que estariam no que parecia a Fenda da Pedra, e eles são abordados por um tal Famoso Zé da Rocha (que parecia com os personagens daquele episódio duvidoso do desenho sobre caretas, o nome era tipo o Zé do Picadinho, um dos Bob Esponja até fala "o moço cantador, o osso rangedor, o caroço voador..." por algum motivo), que parecia realizar o pedido de quem tinha a boca cheia de ostras (como aquele episódio do Show de Talentos), mas o "Bob Esponja da Era Punk" não tinha a boca cheia de ostras, e foi desintegrado da existência (deletado?) pelo Famoso Zé da Rocha.
  2. Um personagem policial genérico aparentemente orando e cultuando a um tipo de "deus do sabonete", mas que não era só um deus da higiene a lá Higéia, também era dito como um tal deus dos doces também, e mesmo aquele sonho não tendo a ver com Warhammer, também é citado que esse deus seria um inimigo do Nurgle (mds, falando assim fica difícil levar a sério), e na lore do sonho mostra que eu que tava escrevendo aquela história do policial, e que taria supostamente em um caso com dois personagens masculinos que eu não consegui reconhecer.
 Diferente dos sonhos que falei no outro blog, esses não parecem fazer o menor sentido, nem algum tipo de história imaginária e nem algum simbolismo psicológico, e não ironicamente, o blog de diário anterior que eu fiz (link no texto colorido no parágrafo) chegou a ser bom pra eu ter feito, porque eu consegui dormir melhor, talvez pelo mesmo motivo que eu escrevo tantas histórias diferentes nesse site ou no Projeto Dream, em que escrever essas coisas abria espaço na minha mente, e talvez eu ter dormido... de mente vazia (?) eu acabei produzindo mais melatonina (hormônio comum do sono), e falando em vazio e Bob Esponja, é tão estranho como os "vídeos de vazio" o Eu Hipe mesmo não tendo começado essa moda acabou popularizando e isso se tornou uma piada (não do tipo que a gente ri da piada, e sim do piadista).
 Seja porque os autores dessa palhaçada sempre isolam episódios do desenho ou gameplays específicas como se isso resumisse a produção inteira (como foi com Bob Esponja e Gumball, e pelo que entendi até o JJ fez paródia desse estilo ao fazer um "vazio do Xvideos", apesar que ele já fez vídeos de vazio de outros jogos (no caso jogos além de Minecraft) relativamente melhor que os que faziam por moda e levando tudo a sério), eu mesmo já fiz um episódio com a Alex Valiant tendo um "sentimento de vazio" com um episódio de Shark Family em Projeto Dream, um pouco com piada, mas realmente pra atacar e criticar quem se ilude com essa moda. É surreal como até o Eu Hipe, que espalhou esse lixo, aos poucos começou a criticar esse estilo, não só no tweet do print acima, mas num vídeo que ele fez de Minecraft, sobre como o "sentimento de vazio" do jogo é ilusório, aaapesar que Minecraft tem um motivo pra essa memética de "jogo triste e vazio", afinal... Minecraft em parte é um jogo de terror, mesmo que sem querer, por mim é um jogo de dark fantasy.
 Essa moda de "redesenhar jogo/desenho como filme dark fantasy de 1980" (talvez algo ao molde de Conan o Bárbaro) pode parecer besta e só um meme, mas pelo menos era criativo como a IA modelava os designs dos personagens, e já vi falarem que essas ideias de um "Minecraft dark fantasy" seria melhor e mais atraente que o filme live action que fizeram, que... não vi o filme, mas o pouco que repetiram indica que o filme é bem brainrot e também algo que se fizessem em filme de outros jogos não iria pra frente (assim como foi com o Sonic). Mas o Minecraft eu digo que já é dark fantasy porque:
  1. Assim como falam que o Minecraft tem vibe de terror, como as cavernas ou os barulhos assustadores, assim como entre os monstros (zumbis, esqueletos, humanoides das trevas que teleportam, criaturas camufladas que explodem) são um tipo de criatura comum em filmes, mesmo sérios e tensos, também fantasiosos e épicos, com o adicional do Enderman e Creeper como coisas originais, sem falar dos Phantons do Minecraft atual que são monstros de insônia, tudo criaturas comum em histórias de terror.
  2. Dark fantasy também é caracterizado por protagonistas fortes, com armas medievais e armadura enfrentando esses perigos, algo bem comum numa gameplay vanilla do Minecraft, assim como a magia é escassa no dark fantasy e no Minecraft (isso é, os poucos itens mágicos são difíceis de achar, como bola de fogo ou de vento, itens de alquimia e boa parte do que dá pra considerar magia serem as poções que são difíceis de fazer, e a maioria das coisas realmente mágicas você tem que enfrentar, como Endermen e Blazes).
 Mas falando no diário anterior, tem uma parada sobre Gorogoa e Gris (e também Rogue Legacy) que eu não falei antes, mas valeria muito a pena falar sobre. Primeiramente, sempre deem uma chance a jogos indie, eles são leves, muito mais baratos que os AAA e também muito diversificados (não à toa existe o estilo roguelike/roguelite deriva do estilo Metroidvania com elementos comuns do Rogue Legacy).
Rogue Legacy: Esse eu diria que tive uma experiência "tsundere", no primeiro eu tente jogar, no segundo eu fiquei tão bravo que na Steam até avaliei falando mal do jogo, mas no terceiro quando dei outra chance eu cheguei a viciar e ir melhor, do quarto em diante eu progredi até zerar, e o plot twist com o primeiro cavaleiro eu achei genial e os créditos deixava o coração quente. O jogo é difícil? Muito, mas é melhor que o Cuphead porque o sistema de HP ao estilo RPG e Metroidvania faz durar mais tempo nas fases, assim como é relativamente fácil de se adaptar e melhorar no jogo e com o tempo fica cada vez mais prazeroso progredir, e a ideia de cada morte te dar um cavaleiro diferente é um 8/80 bem chato - Mesmo que tenha uma mensagem criativa sobre cada cavaleiro seguir o legado um do outro, e ter aos poucos cavaleiros melhores, teve uns cavaleiros tão zoados que eu recebi que eu até achei que os cavaleiros tavam praticando incesto.
Gorogoa: Por ser um jogo de quebra-cabeça (e eu tenho hiperfoco em Zelda e na infância eu joguei jogos em Flash de enigmas), foi bem satisfatório jogar o jogo e ir resolvendo os enigmas (seja os quebra-cabeças das fases pra conseguir as frutas, ou o mistério do jogo), eu conheci o Gorogoa e o Gris a partir do Cellbit e do Tropia, e esse eu fui mais além que o Rogue Legacy: eu cheguei a platinar o jogo e até comprar cartinha pra conseguir insígnia na Steam, e esse jogo eu vou arriscar dar spoiler do jogo porque tem bastante assunto pra falar, irei separar pelas frutas/fases do jogo.
  • O jogo se trata de uma entidade que o protagonista que você guia descobre e busca conseguir uma oferenda pra entidade.
  • A fruta vermelha é basicamente um tutorial do jogo, bem fácil de conseguir mesmo sem dicas, numa passagem do jogo o símbolo vermelho também é associado a sangue, claramente por ter a ver com o garoto se machucando e ficando paralisado, pelo que há a entender enquanto ele ia fazer a oferenda como no final do jogo.
  • A fruta verde é também tranquila, de transitar pra um tipo de jardim e depois pra um cenário de guerra (pelo que parece no começo da adolescência do protagonista, e aparentemente foi a mesma guerra que quebrou o prédio e fez o garoto ficar paraplégico depois de cair, e a fruta verde ter a ver com você ter que dar zoom nuns padrões pode ter a ver com o personagem buscando pela imagem do Gorogoa até em detalhes que seriam mínimos, em parte um ser onipresente.
  • A fruta amarela eu me perdi pra concluir mas aos poucos aprendi a fazer os quebra-cabeças dos móveis e das lâmpadas, estrelas e mariposas. Sobre o impacto desses materiais na lore, o personagem nessa época está estudando astronomia (como mostram as constelações, e pelos quebra-cabeças em si, não só de estrelas, mas de uma imagem de meteoritos) e religião (já que o hipocampo que aparece nas imagens parece ser um tipo de deus ou no mínimo um símbolo folclórico desse mundo do jogo). Não duvido que as mariposas tenham ligação entre elas se atraírem com lanternas, e você dar zoom nelas ser algo tipo "o Gorogoa está em todo lugar" como foi no enigma da fruta verde.
  • Já a fruta azul foi um pesadelo de tão chata e complicada de passar, seja pelas relíquias do protagonista adulto (aparentemente relacionado à terceira foto do primeiro quadro na ilustração aqui, diria que é a terceira foto porque a segunda foto parece ser das frutas verde e amarela, dele se recuperando do acidente e guerra e também estudando astronomia, e na terceira foto ele parece estar em outro país, assim como nessa fase há cenários dele em diferentes pontos diferentes da cidadezinha principal), que são necessárias pra transitar a versão que você controla entre essas fotos até a quinta, os enigmas são de fritar o cérebro, então vou só interpretar o que o personagem faz nos cenários das relíquias.
  • Aliás, assim como o verde simboliza plantas (pra gameplay o jardim da fase, pro final aparentemente a natureza que se perdeu depois da guerra) e o amarelo representa luz (seja de estrelas ou de lâmpadas), o azul eu não sei se tem a ver com sabedoria ou tecnologia (já que entendi que como nessa fase ele tá adulto, então é uma fase em que ele se formou da faculdade e tem emprego, somado com o tema de engrenagens) ou com divindade (já que nessa fase tem versões dele fazendo ritos a outras entidades.
  • Pro primeiro ritual (por assim dizer), o personagem batala sinos num tipo de peregrinação, pro segundo, ele põe velas pra uns altares, e pro terceiro ele se banha com água que ele encontra num tipo de escadaria (tipo aquelas escadarias de dojo Xiaolin gigante), não mostrei quais mas cada ritual é pra algum tipo de entidade, se não do mesmo panteão, ainda de culturas que o personagem deve ter encontrado em busca de se conectar com o Gorogoa. O Gorogoa aparece a cada enigma concluído, e sempre que ele aparece indica alguma mudança permanente, por isso mesmo os mesmos quadros assumem propriedades diferentes quando ele aparece.
  • Agora a fruta roxa é bem tranquila de fazer, não é curta como a da fruta vermelha, mas é muito mais fácil que a fruta azul, me lembra o enigma da Esfinge, "qual animal tem 4 pernas de dia, 2 de tarde e 3 de noite?", "é o homem, que quando bebê engatinha, quando cresce anda sobre só as duas pernas, e quando velho, precisa de bengala". Mas resumindo, há tanto enigmas usando um mapa de bondinho, escadas, e até mesmo uns tecidos. O que entendi da história desse jogo é que o garoto entregou uma oferenda física pro Gorogoa, mas ocorre um acidente que interrompe tudo e ele se machuca, durante sua recuperação ele estuda pra poder investigar essa entidade, no processo ele se forma numa faculdade, consegue um emprego, e desde o incidente à velhice dele, ele teria esse tal contato com o Gorogoa, e por isso ele parece ter sido "levado embora" pela entidade no final.
Gris: Esse eu não platinei, mas vou falar logo umas coisas que eu gostei. O jogo é EXTREMAMENTE lindo, seja na imagem, animação, até a sonografia, a arquitetura das fases é muito boa (assim como em Gorogoa), lembra um pouco as primeiras temporadas de Steven Universo (seja pelos prédios ou pela água), cada frame é ótimo pra usar como plano de fundo no PC ou no Opera GX, a psicologia das cores, com cinza, vermelho, verde, azul e amarelo com as Fases do Luto é muito bem aplicada, o worldbuilding é maravilhoso também.
Interessante como, a cada cor desbloqueada, o mundo fica mais completo, como o deserto vermelho, com ventos, rochas e prédios com relógios, esses robôs em pedras (bem na vibe Studio Ghibli) ou esse bichinho de pedra que come maçãs (bem fofo e até busquei fazer a conquista de dar todas as maçãs pra ele), a floresta que combina vermelho e verde de forma muito boa (mostrando o vermelho não só como algo bruto ou a raiva em si, mas também vida, como a madeira e as maçãs, completada com o verde das folhas e esse tom rosa/laranja pastel de luz da tarde), e esse pássaro preto ter como fraqueza o som de sinos me lembrou o Venom, aliás essa cena dos sininhos antes do "boss battle" dele foi um foreshadowing bem natural.
As fases azuis, com água, são bem lindas, seja essa floresta com chuva (que aliás, é criativo as árvores de folha invisível com o chão revelado pela água, embora as plataformas sejam irritantes, a metáfora do azul a tristeza, numa fase de chuva, me lembrou aquele meme do Vegeta na chuva kkkkkkk) ou a literal caverna aquática (que aliás é maravilhosa no design e bem satisfatória de jogar também), dos poucos jogos que eu vi que a fase aquática não é irritante ou enrolada.
A fase de caverna aquática é maravilhosa, ainda mais com essa tartaruga rosa luminosa (meu personagem favorito :) ) ou a Lua quando desbloqueia a cor amarela, e o castelo principal fica maravilhoso quando tem todas as cores e a habilidade de cantar é desbloqueada.
Não zerei o jogo ainda, e planejo fazer 100% que nem o Gorogoa por ser curto e as conquistas valerem a pena.

Antes de concluir esse post, um aviso: O Jverso (como eu chamo esse megaverso que une as histórias minhas) não tem suas histórias tudo no mesmo universo, e mesmo que tenha multiverso, as histórias não são necessariamente da mesma cosmologia (embora eu tenha planejado o Cookieverso e o antigo Hard Life pro mesmo multiverso de Fenômenos), e elementos que aparecem em comum com histórias que pareçam nada a ver, considerem como a bolinha de estrela ou o carro do Pizza Planet da Pixar, são meros itens que uso como forma de conectar esses universos (uma marca registrada), incluindo itens e seres que obviamente terão a mesma propriedade nas histórias diferentes (como as ervas helênicas, ctônicas e etéreas, os xuburtes e até o Crisáureo que pode ser melhor explorado em outras histórias que o tenham), como parte dessa minha mitologia.

Até mais!