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Homem-Aranha: O Herói de Todos os Públicos

26 de abr. de 2025

Silkpunk, Decopunk e Aliens Feios

Uma vez falei sobre Concord e como um design horroroso ferrou a imagem física e emocional do jogo, assim como os gráficos ultra-realistas, além de terem distorcido a ideia de ser um jogo Hero Shooter, também agravou os designs feios, e fui repetindo esse assunto por um tempo com uns webamigos, e quando falei sobre aliens pra um desses webamigos, ele falou sobre como os aliens de Concord parecem mais com aliens malignos que com aliens benignos, e considerando o jeito desse jogo é bem claro que no papel eles queriam ser inclusivos até com os aliens.

Assim como, como eu disse, o jogo parecia sujo demais pra algo que era pra ser futurista, lembrando que isso não anula qualquer ideia de uma história futurista suja, inclusive tô usando esse parágrafo como uma errata antes do próximo assunto, em que como um Hero Shooter tem um estilo mais estilizado, liso e como se fossem heróis mesmo, obviamente vão ter um design mais polido, e quando é algo mais sujo terá seu contexto (como o TF2 que eu falei que se passa num passado com muita guerra, e o Paladins mesmo sendo futurista tem um tom mais rústico e um pouco arenoso, e o Overwatch é até muito limpo, meu irmão até comparou com a frase do Bob Esponja, "tudo no futuro é cromado", do episódio SB-129)
Por isso hoje em dia, desde o século passado, começaram a dividir as estéticas e sistemas tecnológicos de ficções no estilo "punk", como o Cyberpunk.
  • O Cyberpunk americano tem mais base em empresas corruptas, tecnologias avançadas, embora a desigualdade torne o uso dela injusto, e a presença de hackers e gangues tentando sobreviver ao sistema, muitos lembram do jogo Cyberpunk 2077 (incluindo a versão antiga, Cyberpunk 2020, e o anime Edgerunners; e não sei se falei antes, mas odeio esse jogo porque sempre que tento falar do gênero Cyberpunk o pessoal acha imediatamente que vou falar desse jogo, mesmo que eu nem quero saber do jogo) mas tudo começou com Neuromancer.
  • Já o Cyberpunk japonês tem uma estrutura mais puxada ao terror, seja com horrores das tecnologias avançando e a ética sendo ignorada, incluindo tecnologia bélica, como Akira e Ghost in the Shell, ou até mesmo a tecnologia deformando as pessoas, como em Tetsuo the Iron Man (que aliás, usei como inspiração pro universo IMX de Projeto Dream).
  • Por fim o Cyberpunk chinês tem como maiores bases a tecnologia, embora também vigiando e monitorando os civis, ainda sendo usada de forma estratégica pelos personagens. Um exemplo mais famoso é o Problema dos Três Corpos, que resumindo muito, é um livro em que os protagonistas descobrem o povo Trisolariano (Trisolaris é um sistema de 3 estrelas nessa história, em que o fluxo dessas estrelas nesse sistema deixa tudo inabitável, nem é pelos três sóis e sim pela órbita que fica bagunçada por essas estrelas), e a humanidade tem que se proteger da invasão desses seres.
Apesar do sufixo punk significar algo contra o sistema, assim como cada um desses 3 estilos tem uma forma diferente de mostrar problemas no sistema social ou tecnológico, o mesmo sufixo é usado para outros estilos de tecnologias, como se o punk não fosse do movimento punk necessariamente, mas por ter algo a ver com o cyberpunk, como:
  • Steampunk: Sistema tecnológico com base na Inglaterra Vitoriana, com máquinas a vapor ou engrenagens, um sistema bem conhecido por jogos e histórias com temática medieval com um pouco mais de futurismo (ou retrofuturismo), como alguns jogos de Final Fantasy, e Monstros SA tem mais ou menos isso com as pilhas de grito e riso (que as vozes entram e saem da pilha como um gás), mas um livro bem icônico desse estilo se chama Nas Fronteiras do Universo (inglês: His Dark Materials), que muitos lembram por causa do filme A Bússola de Ouro, que claramente fracassou por ter sido feito só pra entrar na onda de Harry Potter assim como foi com Percy Jackson e Eragon, mas fracassou por entre os motivos não ter adaptado nem metade do que o primeiro livro ou o conceito dessa história representavam, mas teve uma série que adaptou melhor.
  • Silkpunk: Em suma, um steampunk oriental, com base em tecnologias antigas, dessa vez da época feudal chinesa e japonesa, como além da seda, também papéis, outros tecidos animais, bambu e também madeira, e pode soar mais bonitinho justamente porque foi um gênero retrofuturista feito pra ser bonito, às vezes mágico.
    • Vocês talvez possam ver muito disso em animes, seja de forma pura como em filmes da Ghibli como Viagem de Chihiro e Princesa Momonoke, ou mista com outros estilos, como Dragon Ball (que desde o clássico misturava arquiteturas tradicionais japonesas com desde veículos modernos a até mesmo algo um tanto nanotecnológico, como as cápsulas da Corporação Cápsula), Naruto (que também mistura com mundo moderno, tendo rádios, TV's e até a Vila da Chuva sendo mais dieselpunk, e meio por isso Naruto é um anime criticado por ser inconsistente, afinal os caras têm rádio mas usam falcão pra se comunicar) e One Piece (que mistura com oceanpunk, um estilo tecnológico de quaisquer tecnologias marítimas, e há ilhas mais steampunk ou cyberpunk).
  • Decopunk e Dieselpunk: Decopunk é um estilo de ficção científica mais estético que sobre a tecnologia, tanto que pode mesmo ser misto com tecnologias de outra tecnologia "punk", como Metropolis de 1927 que é considerado o primeiro filme Cyberpunk sendo também Decopunk, e Bioshock é Dieselpunk (estilo tecnológico com base em combustíveis fósseis, o mais notório sendo o Diesel ou a Gasolina, como na franquia Mad Max), mas o Bioshock Infinite é mais Steampunk, mas a franquia em si é Decopunk, um estilo de ficção científica focado na Arte Deco, um estilo artístico formulado nos anos 20 a 30, seja baseado em Metropolis, em artes cubistas do Picasso ou na ideia do futurismo com base nesse padrão mais linear e abstrato, ainda compondo pinturas e arquitetura. Anões de RPG's são associados a esse estilo Deco também.
Biopunk: Um estilo de ficção científica também útil para o terror, por ter a ver com o HR Giger que contei no mesmo blog que eu falei como contexto e introdução aqui, mas dessa vez terá mais liga para os próximos assuntos. Biopunk aparenta ser uma "versão maligna" do Silkpunk e do Cyberpunk, considerando o jeito biomecânico desse estilo de ficção científica, com diferenças como, quando o Silkpunk é orgânico, é com materiais mais delicados, bem-modelados ou rústicos, já quando o Biopunk é orgânico, é bem monstruoso e com bem mais ênfase na carne e nos ossos, e algumas tecnologias biomecânicas do Biopunk lembram estruturas Cyberpunk por terem a ver com tecnologias avançadas, porém digamos que infecciosas.
Coloquei no meio o Death Stranding porque esse bebê em específico lembra um pouco essa estética, e vou aproveitar pra falar um pouco do estilo Strand de jogos, em que diferente do que Toddyn tentava falar se achando foda, não é só um Walking Simulator como era o LSD Dream Emulator ou o Yumme Nikki, porque Death Stranding tem objetivo mais explícito e um enredo mais claro e próprio, do protagonista Sam sobrevivendo a esse mundo invadido pelo Death Stranding que seria um fenômeno que trouxe o apocalipse desse universo, enquanto trabalha como porter (um tipo de entregador também dessa história), e a física e biologia do jogo é bem mais detalhada que de um jogo "só pra andar e apreciar", teve um carinho da equipe junto com o bom planejamento do Kojima.
Só pra concluir essa parte, dá pra citar mais estilos punk e mais estéticas visuais e gráficas:
  • Atompunk: Estilo de ficção tecnológica que compila o que os anos 60 e 70 viam como futuro utópico, como carros voadores, arquiteturas curvadas que aliás lembram a arquitetura de Oscar Niemeyer, materiais que combinam peças brancas com coloridas, incluindo trajes e naves espaciais estilizados, e o mais importante: A energia nuclear, que aliás é um estilo conhecido por causa de Fallout e Os Jetsons. Em Projeto Dream, os Crônopos têm o design que combina Atompunk com Steampunk, pra representarem um paradoxo temporal.
Frutiger Aero: Tinha uma época que Dreamcore (espaço liminar de sonhos e paraíso) e Weirdcore (espaço liminar e monstros de pesadelos e alucinações) eram muito falados, mas depois que acabaram saturando parece que a nova moda passou a ser o Frutiger Aero, como apelidaram com base na fonte Frutiger e no software Windows Aero, em que o máximo que consigo descrever é que é um estilo de arte bem detalhado, futurista e ainda assim bem limpo e colorido.
  • Essa estética também pode ser considerada "mãe" de outros estilos, como:
  • Frutiger Aqua: Pelo que entendi o nome não é oficial, pois se trata de artes Frutiger Aero porém aquáticas, o que pode incluir golfinhos, peixes coloridos, água do mar ou de piscinas (pelo que vi raramente tem essa estética com rios) e aquários (inclusive tenho memórias de quando eu tinha medo do escuro e um abajur que eu tinha era dessa vibe com peixes circulando quando o abajur era ligado).
  • Metalheart: Um estilo metálico e pontudo, que dá pra comparar a ambientes de jogos de PS1, como Metal Gear Solid e Final Fantasy 7, ou ao PS2, à Bayonetta e ao filme Enigma do Horizonte. Diria que lembra muito o Linkin Park por causa dessa estética metálica e obscura, mas ainda energética, e me lembra o Playstation 2 por parecer com a abertura de quando liga o jogo ou o menu quando abre sem jogo, como pra ver os arquivos do Memory Card
  • Frutiger Metro: Ligado ao Windows 7, Nintendo Wii, MP3, os primeiros iPhones, e... posso tar maluco, mas me lembra muito aquela capa do The Best Electrosummer 2009 e àqueles vídeos de Xbox 720 e outros consoles doidos, mesmo que esse segundo mistura com Metalheart (link nos textos com cor), a priori diria que animes como Lucky Star e Suzumiya Haruhi também se encaixam bem, e musicalmente a série de DVDs piratas Clipes Animados, do Rozenildo Negrão, combinam ainda mais, não pela parte visual das animações mas pelo estilo das músicas.
  • DORFic: Que lembra um pouco o app Powerpoint (que aliás, tô precisando usar muito na faculdade e você que tá lendo se pá vai usar mais até que eu) e às tecnologias e a casa do Vector de Meu Malvado Favorito, por causa da presença forte de branco, laranja e vermelho, junto de uma estética mais lisa e minimalista, ainda sem perder detalhes ou a beleza. Associam essa estética aos irmãos Kagamine (Len ♂ e Rin ♀) de Vocaloid, mas eu associaria ainda mais à Kasane Teto. O "DORF" do nome vem de "Daylight, Orange, Red, Futurism", e "ic" vem de "Graphic Design". Adicionei junto o Diler & Associados, uma das marcas que participou da produção daquele filme em que a Turma da Mônica viaja no tempo, mas diria que a Miravista (embora misturada com Metalheart) e a Labocine Digital combinam tanto quanto (sim, eu destravei uma memória da minha infância e da de muitos que podem estar lendo só pra terem um exemplo ainda mais próximo).
  • Vectorflourish e Technozen: Duas estéticas que aparentam não terem muito a ver mas irei falar juntas por serem bem mais rápido de falar sobre. Vectorfluorish, ou Vectorgarden, é uma estética que combina linhas e espirais abstratas com flores e até mesmo mulheres bonitas, e o Technozen é um estilo baseado em aparelhos eletrônicos dos anos 2000, de estruturas brancas lisas/sólidas e, quando tem telas e elas tão ligadas, têm painéis simples similares ao Frutiger Metro. O Nintendo Wii, Wii U e DS têm a ver com essa estética, e aliás muitos cenários Technozen têm essa mistura de branco e verde (branco dos aparelhos, verde por muitos dos jogos de Wii e Wii U usarem essa cor em seus ambientes).
Acho que já tô mais pronto pra falar um pouco sobre alienígenas e sobre como a estética é uma ótima chave para definir a moral e personalidade de personalidades, como por exemplo:
  • Espécies de alienígenas, monstros de fantasia ou até animais feitos pra serem inofensivos ou então aliados a humanos têm a estética mais atrativa, sejam eles mais bonitos, mais adoráveis, ou mesmo que pareçam perigosos, também pareçam fortes ou importantes, e as cores mais vibrantes podem indicar também essa moral.
  • Busquei misturar alguns exemplos associáveis a esse arquétipo, incluindo uns de espécies alternativas junto com humanos, ou que já interagiram com humanos, no caso dos animais da segunda foto, mesmo sendo carnívoros perigosos, têm simbolismos positivos como coragem, força e liderança, ou o fato de serem carnívoros, que têm a importância de controle populacional de outros animais. Outro detalhe (que liga com o que falei dos estilos de tecnologia) é que a civilização dessas espécies "boazinhas" na ficção usa a tecnologia de forma mais cotidiana ou até mesmo harmônica, causando dano mínimo ou nenhum dano ao redor, e mesmo os de tecnologia mais bélica e avançada, ainda tem uma cultura que justifica o uso dela (ex: os Tetramandos, que são avançados em tecnologia e têm uma forte cultura com base no combate).
  • Já espécies de aliens, monstros e animais que são perigosos – quando são realmente malignos ou só selvagens e hostis –, eles são feitos pra terem um design agressivo, monstruoso, alguns que ainda soem mais naturais também têm uma fisiologia mais preparada pra atacar, como garras, presas, espinhos e, dependendo das ilustrações, chifres também.
  • As cores geralmente são mais mortas, mais fracas, e quando são vibrantes, elas podem significar algo ruim (como vermelho representar fogo ou raiva, verde representar radiação, roxo ou rosa representar toxinas ou o azul representar tempestade), assim como eu falei que os animais carnívoros podem ter simbolismos bons mesmo podendo ser perigosos pra ter de tudo pra devorar gente como eu e você, animais herbívoros também podem ser usados como símbolos malignos.
  • Os exemplos mais comuns são os bodes, carneiros, vacas e macacos são usados como inspiração para o design de demônios, ou morcegos (animais a maioria frutívoros) que são a base principal de vampiros, além dos gorilas que são uma base mais comum pros orcs de histórias de fantasia mágica, e falando nos orcs, em Senhor dos Anéis os elfos e hobbits têm tecnologias mais orgânicas por serem algo baseado no Tolkien ter vivido melhor nos campos, enquanto os humanos, anões e orcs que são espécies guerreiras e são mais bélicos, os orcs são mais monstruosos e com armamentos mais feios pra representar essa demonização da industrialização desenfreada.
Assim como eu falei de como os estilos de tecnologia e cultura fazem diferença em como as civilizações se comportam, as cores e o formato dos personagens podem indicar a personalidade, mesmo que só sinalizar isso, um exemplo que tenho aqui é um desenho que fiz pro meu webamigo Gabriel.
  • A Hope (canto superior esquerdo) é mais confiante, sociável e alegre, o que representei aqui com ela mais redondinha (sem ser necessariamente gorda, só o design que é redondo) e baixinha.
  • O Slash (canto superior direito) é mais sério, bravo e o principal atacante do grupo, o que busquei deixar detalhes dele mais pontudos.
  • O Chad (canto inferior esquerdo) é extrovertido, xavecador e ainda assim bom amigo, o que ilustrei mais quadrado e musculoso, o que é comum em personagens mais amigáveis mas protetores.
  • A Takara (canto inferior direito) é educada, inteligente e não luta, o que combinando com ela ser uma elfa (e elfos já serem mais magros e delicados), fiz ela mais fina e alta.
Inclusive é irônico eu ter falado de todo um conjunto de ficções científicas e estéticas de internet, pra conectar com como a gente associa o visual dos personagens à personalidade deles, e estender não só um, mas praticamente dois assuntos de um blog de umas semanas atrás, assim como enquanto eu estive fazendo esse post eu achei isso aqui.
No caso o segundo assunto que eu tinha revivido era justamente de como aliens (ou qualquer outra raça) é ilustrada na ficção, como no caso do Biopunk e Cyberpunk que são mais comuns em histórias distópicas, o que junto com a escolha inconsciente de design se completa com o que falei sobre HR Giger, e dá pra concluir recapitulando e até mesmo adicionando algumas informações adicionais.
  • H. R. Giger foi um pintor suíço que fez diferentes pinturas de uma estética que ele chamou de Biomecânico (hoje em dia tendo o nome alternativo Biopunk), e a arte dele mistura body horror com uma mistura de máquinas com seres vivos, seja ciborgues monstruosos ou até mesmo máquinas feitas de carne, e esse estilo do Giger deu muito certo, ficando mais conhecido nos cinemas por causa de filmes como Alien (1979) e A Experiência (1995).
  • E sim, qualquer simbolismo relacionado a putaria alienígena é 100% proposital, seja pela reprodução (como se fosse parte do processo dessas máquinas ou dos seres orgânicos) ou pelo erotismo e tabu, e entre os símbolos com esses nomes, também o Giger compilou diferentes pinturas dele, seja do álbum Biomecânico ou de capas que ele fez pra álbuns de bandas, para ilustrar o que mais combinava, segundo ele, com arquétipos do Tarot.
  • Tanto que esse Tarot foi criado fundamentalmente para representar o esoterismo nas artes Biomecânicas, especialmente sobre como esses horrores e infecções na arte do Giger, que por sinal se tornaram um símbolo de como a arte dele "infectou" a arte e estética da época até hoje (afinal, hoje em dia tem até crossover de Alien com a Marvel, ou então a referência ao Alien do Giger em mídias consideradas nada a ver como em Conker's Bad Fur Day e Planeta 51, ou então uma das fases de Earthbound que é puro Biopunk)
    • Pois é, esse filme não é um delírio coletivo, e aliás, enquanto tava pesquisando o nome, descobri que esse Alien no jogo do Conker se chama Heinrich.

Aproveitando que falei de Earthbound, falam de uma teoria que a turma do Ness teria abortado o Giygas nessa viagem ao passado, seja pela Devil's Machine parecer uma bolsa d'água, a forma abstrata do Giygas ter uma forma de embrião e também a estética dessa fase, mas creio que não seria necessariamente isso, considerando que a "cabeça" desde o começo dessa forma abstrata já ter um design como o Giygas invertido, e a forma de embrião pode ter a ver com logo o Giygas estar regredindo fisicamente até não ter mais uma forma física. E assim como eu disse, o design do Giygas demonstra o quão ameaçador e terrível ele pode ser, com as cores vermelha e preta formando esses desenhos, e com tantos significados e vários deles se ligam ao que o ele se tornou, seja uma forma parecida com a do Mother 1, ou nele ter se tornado um mal condensado, ou como eu disse sobre a regressão temporal.
Já na subversão em que algo que pareça extremamente assustador ou perigoso, mas não tem intenções malignas, um exemplo que lembrei foi o Frank em Donnie Darko: Ele é um fantasma de um cara coberto numa fantasia de coelho monstruoso, que só se manifesta para o Donnie, que é esquizofrênico, e sempre em lugares escuros, tem uma voz assustadora nessa forma espiritual, ele claramente é bem monstruoso e assustador, mas além de aliado do Donnie, também é guia dele principalmente para seus poderes psíquicos.
  • Pode parecer que o blog não vai acabar nunca (inclusive pra mim enquanto eu tô escrevendo), mas vai valer a pena. A cosmologia de Donnie Darko é interessante por causa de como o filme usa viagem no tempo e multiverso para representar destinos ou até mesmo ciclos de vida, como:
  • Pequenas variações na Quarta Dimensão formam um universo tangente, um universo paralelo temporário que pode ser destruído naturalmente, esses universos duram 28 dias, 6 horas, 42 minutos e 12 segundos, pelo que eu vi (ainda mais na análise de Pipocando) tem a ver com o calendário lunar, e quando um material (normalmente metálico, que segundo esse universo é um material que pode acessar o tempo) é duplicado ou teleportado nesse universo, é apelidado de "Artefato", e se não for devolvido ao universo original, a destruição do universo vai "puxar" o universo normal.
  • O Donnie é o escolhido, ou Receptor, que tem os poderes necessários para tornar o retorno do Artefato possível, como poderes psíquicos (como a telepatia que pode ver espíritos, poder de prever o futuro a partir dos "tentáculos" que mostram o destino das pessoas, ou projeção de energia), portais (seja para ir a outros lugares ou controlando a água, outro elemento temporal, para retornar o Artefato), super força, hidrocinese e pirocinese (poder esse que facilitou Donnie de queimar a casa de Jim Cunningham).
    • Falando no Jim Cunningham, é incrível como ele é feito pra ser um personagem insuportável, como o vídeo dele sobre medo e amor que simplifica de mais as emoções (algo que Donnie critica), ou ele ser bajulado por uma professora mais amargurada e conservadora (que aliás culpa a professora mais boazinha de incentivar Donnie Darko a inundar a escola), ou ele tentar falar sobre um personagem que teria tomado todas as escolhas erradas (aparentemente tentando ensinar valores morais ou bons costumes), e o Donnie Darko o acusando de ser um "anticristo do caralho", o que vira um foreshadowing, porque quando Donnie Darko queima a casa do Jim Cunningham, é encontrado na casa do mesmo um "calabouço de pornografia infantil", o que parando pra pensar fica pesado a ideia de alguém que se dizia a favor dos bons costumes na verdade é alguém que faz chamar de monstro ser ofensivo pros monstros.
  • Rolandinho no vídeo da teoria dele dizia que o Frank ser visível só pro Donnie era pelo Donnie ser esquizofrênico porque, supostamente, senão daria pra outras pessoas verem, mas o que ele não considerou foi justamente o Frank ser um morto manipulado, e mortos não precisam ser necessariamente físicos, então o Donnie, sendo um Receptor, veria fantasmas com ou sem a esquizofrenia.

Mas bem, mais uma vez eu gastei um dia inteiro pra um blog que poucas gentes vão ler, mas ironicamente, quem sabe o que importa não sejam as visualizações, afinal não sou de fato famoso, e sim o que importa é eu tar fazendo o que eu gosto, e podendo anotar pra que essas coisas não fiquem só na minha mente.

Até mais!

22 de abr. de 2025

Nossos sonhos são muito estranhos

Olá, recentemente eu consegui dormir muito bem porque teve dois feriados logo seguidos de um fim de semana, nos primeiros dias dormi tarde, mas mesmo no segundo dia teve um momento que eu acordei cedo só pra ir pro banheiro escovar os dentes e mijar, e com o tempo consegui dormir e acordar mais cedo, ao ponto de hoje eu conseguir trabalhar melhor por ter perdido a insônia. No Domingo eu e minha família fomos comer uns lanches na Barra Bonita, o o milk-shake de Nutella acompanhando aquele X-Calabresa foi ótimo.
Não memorizei os sonhos mais recentes, mas tem sonhos bem estranhos que eu tive que, além de eu não esquecer, também usei como inspiração pro Projeto Dream, como:
  • Um sonho que não lembro muito bem se foi em 2016 ou 2017 porque só sei que foi no fim do meu Fundamental 2, mas tinha um sonho que se passava numa cidade de prédios descoloridos, e com uma personagem de cabelo azul aparentemente tendo um cotidiano, que aquela personagem eu usei como base pra Tifanny Scarlet (ou Tifanny Durant nas versões antigas) e a cidade branca foi mais ou menos como eu visualizava e desenhava as cidades de Projeto Dream (especificamente quando eram HQs em papel, e eram tão malfeitas que eu lembro que depois de um tempo eu joguei fora, me arrependo um pouco porque virou basicamente uma obra perdida de uma séria tão importante)
  • Já tive múltiplos sonhos com banheiros (e obviamente eu nunca usava, mas ao mesmo tempo eu explorava esses lugares, e eram como backrooms, e esses sonhos inspiraram os banheiros da base de Muramasa, que são basicamente uma dimensão de bolso) ou com ruas e ladeiras (a maioria dessas ruas eu não aproveitei ou pude aproveitar pra desenhar ou escrever algo baseado, mas tinha um que usei como base pra um dos sonhos que Orla tem nesse episódio)
[O sonho era tipo isso mas com as casas e os morros tridimensionais, e as casas bem mais quadradas]
  • Teve um sonho em que o Dragondorf em algum tipo de desafio contra algum vilão fica com a aura prateada em vez de dourada, o que me inspirou a, quando a magia dourada dele fica mais fraca, ela fica prateada, algo que acontece quando Charles o enfraquece na saga do Oculush.
  • Já tive também vários sonhos em que parecia que eu tava tendo uma vida normal, mas às vezes a casa tava totalmente diferente, às vezes futurista, ou parecia a mesma mas numa iluminação nada a ver, tinha um sonho em que eu supostamente atrasei pra escola (e que eu acordei preocupado e era ainda de manhã), e teve um sonho em que eu raspava a barba, e deu uma sensação estranha quando eu raspei no dia que acordei desse sonho porque parecia que realizei uma previsão ou o próprio sonho.
  • Obviamente sonhos não inventam rostos e corpos inteiros, e claramente a gente não reconhece a maioria dos "NPCs" dos sonhos porque a mente cria de forma genérica ou mista que a gente acaba não ligando, mas lembro de um sonho antigo, em que eu ia pra casa da minha avó, que no sonho era toda azul por fora e estava de noite, e eu tava discutindo com alguém que parecia a Tia Nastácia porque a mesma tava falando que eu não tinha família, e lembro que o sonho muda, e eu tava usando um tipo de computador antigo (daqueles brancos/beges com monitor de CRT) passando o que parecia ser a foto de uma ilha com um coqueiro, ao som de uma canção do Donald e Pateta (especificamente do curta No Sail, que não sei se traduziram o nome na época que dublaram, mas era um curta da Disney distribuída pela Abril Vídeo, que eu conheci por VHS), se esse foi o mais específico é porque é um dos sonhos que eu mais lembro detalhes, ainda mais que eu lembro desse curta inclusive por esse sonho.
Acho que, dos sonhos que eu lembro mais inteiros e mais recentemente, tinha um que eu taria num tipo de fazenda que, atrás de um trator, tinha uma instalação em que tinha tanto um restaurante com paredes brancas com a metade de baixo vermelha, chão avermelhado e móveis pretos, e junto tinha um tipo de frigorífico que tinha carcaças de bois e também latas de Coca-Cola normal e Zero. Isso de uma sala com paredes brancas e etc., eu lembro que sonhei com algo parecido, era uma casa com paredes brancas com a metade de madeira, chão de madeira, não parecia ter um teto, quando olhava pra cima era só escuro, e as portas levavam a algumas salas muito parecidas ou quando era diferente eram mais estranhas, o que me baseei pro Espaço Cebola, lar dos oniões em Projeto Dream.

Eu falei de sonhos, e bem, tem algo sobre a Vertigo, que inclui HQs como Sandman (que entre seus temas inclui sonhos), em que há algo bem tosco da DC ter feito a Vertigo, que é de "mostrar que HQs não são só pra crianças", o que além de trair os próprios leitores, falando que quem ainda tinha HQs como Superman ou Mulher Maravilha tavam lendo "gibis infantis" pra enaltecer só HQs específicas como "de adulto", também foi um marketing velado só pra parecer que "só a DC faz HQ pra adultos", o que vendo isso hoje em dia é bem bobo, e tirando o Sandman que tem uma arte boa, o autor (Neil Gaiman) tá sendo preso por estupro e boa parte do que teve na Vertigo, como a lore dos Perpétuos ou da personagem trans Wanda, foi descontinuado junto com o selo, o que parando pra pensar nada dá pra ser pior que os Novos 52, que além de tentar imitar e surfar no hype do Snyderverso, tentaram ser "realistas e sombrios", mas além de ter ficado ruim e com personagens nerfados demais, também eles tentaram inventar moda respondendo perguntas que não existiam com retcons retardados.
O Lobo era um personagem fdp justamente por ele ser uma paródia, crítica e disrupção do padrão de personagens idealizados, mesmo os da própria DC, tanto que HQ's solo dele eram de fato paródias de humor negro forte por isso, e a graça era isso. O Lobo femboy dos Novos 52 que a DC tentou empurrar que seria o "verdadeiro Lobo", além de genérico, ele vira exatamente o tipo de personagem que o Lobo era contra, ou pior porque pelo menos personagens como o Superman têm personalidade e motivações pra serem bons e gentis.
Geral tava pouco se fudendo pro poder do Verde, Cinza, Vermelho, Azul Macaxeira do Norte... e o Mutano não combinava nem um pouco com isso de "poder do Vermelho" (que era tipo o Verde do Monstro do Pântano mas, em vez de plantas, é pra bichos), afinal o poder dele era como o Omnitrix do Ben 10, mas em vez de virar aliens ele virava animais, e em vez de ser por uma tecnologia foi por poderes depois de ser curado da Síndrome do Macaco Verde, e o Mutano vermelho, além de não combinar física e mentalmente com a versão gostável do personagem, também era só um personagem pra DC falar "hahahaha olha como esse universo é de macho onde não existe felicidade hahaha", o que deu miseravelmente errado.
Uma HQ que menos gosto da Vertigo é o Livros de Magia, isso porque:
  • O livro inspirou JK Rowling a fazer Harry Potter (e diferente do meu irmão e de uns primos eu não gosto do Harry Potter, não ao ponto de odiar, mas eu de fato não gosto principalmente porque Harry Potter é pra magos e bruxos o que Crepúsculo é pra vampiros, e o efeito borboleta dos envolvimentos da Rowling são ainda piores, e Harry Potter só foi tão gostado justamente pelo hype de ter uma história de adolescentes, só é gostado no Brasil porque tirou essa demonização chata da magia, mas não como se tivesse feito isso sozinho, e só é gostado hoje em dia por memória afetiva e porque a Rowling é uma covarde, seja falando preconceitos a céu aberto pra depois fazer retcon, sei lá, que o Ron é trans ou que ela vai criar o novo bruxo brasileiro Bananilson Farofa da Silva mestre em quatribol)
  • O sistema de magia dessa HQ é um lixo, tudo acontece "porque sim" (ou no caso, "porque foi magia", que numa história que nunca explica essa porra não tem diferença), eles sempre pintam a magia como misteriosa, incompreensível e onipresente, mas existe um limite entre a magia ser misteriosa ou aberta a interpretações, e você usar "magia é incompreensível" como justificativa pra magia gerar um monte de Deus ex Machina (e tem artefatos que os personagens ganham que nunca é explicado até o momento que convenientemente os personagens precisam de uma solução e sobrou mais nada)
  • Essa história não só esquece, mas parece até apagar o que tanto conecta a Vertigo à DC, mesmo que tenha o Morfeu que interagiu com personagens da DC padrão, e às vezes aparece a Zatanna, não há tantos outros personagens que fazem diferença pra cosmologia da DC ou então pra magia desse multiverso, como a Mulher Maravilha, o Senhor Destino e a Ravena.
  • Alguns personagens aparentam explicarem muito mal a magia, e alguns outros abordam o Tim Hunter de forma bem estranha, como o Vingador Fantasma e outros magos abordando ele sozinho numa rua (sério, se não fossem "antiheróis mágicos uiuiui edgy", esse moleque taria morto), ou um goblin roubando um item mágico e tentando culpar o Tim só pra tentar escravizar (tipo, esse goblin aprendeu com os do Goblin Slayer!? tudo bem que era pra ser um personagem filho da puta, mas mesmo que essa escravidão seja, sei lá, forçar o cara a lavar a louça e as cuecas freadas do goblin todos os dias, por que o cara escolheu logo uma criança?), ou a Titânia entregando a chave dimensional pra ele e depois se aproveitando da regra de não ir embora do Reino Mágico sem realizar essas dívidas mágicas, pra do nada a HQ lembrar que o Tim tinha um ovo e convenientemente esse ovo ter valor equivalente à chave dimensional dessa Maria Mucilon do Inferno.
Sobre o que falei do goblin e da Titania, claramente não tinha intenções obscenas reais, mas de novo, é bizarro um goblin do nada colocar um item mágico no bolso de um garoto só pra incriminar e colocar nessa situação, afinal não dá pra dizer que é uma lição de não confiar em estranhos já que não foi planejado como uma HQ infantojuvenil, assim como a Titania dar um item mágico à força pra esse pré-Harry Potter só pra dar essa suposta tensão, além de ser quebrado com um Deus ex Machina pelo personagem ter um equivalente a um bitcoin mágico, também tira o peso ritualístico, alquímico (troca equivalente) ou até mesmo econômico (afinal, aqui nessas Fairlands as trocas mágicas são claramente como um escambo de produtos mágicos, e é estranho como... a bitcoin mágica tava no meio de um espelho que serviu pra nada e uma corrente que se estica, só pro pré-Harry Potter não ficar com a Maria Mucilon do Inferno, afinal, se ela deu como um presente, não faz sentido ela exigir um valor tão grande, no máximo pedir pra devolver; o engraçado é que no universo DC as Fairlands são mesmo um terreno que o Lúcifer alugou pras fadas e outros bichos, é estranho eu ver toda uma socioeconomia num mundinho mágico paralelo a uma história de super-heróis kkkkkkkkkkkkk).
Eu tô chamando de Deus ex Machina porque temos as seguintes diferenças:
  • Plot twists têm no mínimo algumas pistas prévias (como foreshadowings, armas de Chekhov ou meramente sendo desenvolvido de forma que parece desconectada) antes do momento que muda a interpretação da história.
  • Retcons mudam de uma vez algo que já foi colocado de forma diferente em arcos anteriores, algo que só é ruim quando malfeito ou feito em excesso, exemplos bons incluem Dragon Ball, como quando a partir do Z é revelado que o Goku é um Saiyajin e o Piccolo é um Namekuseijin, enquanto no clássico falava como se fossem seres terrestres.
  • Deus ex Machina tem esse nome por causa de teatros gregos em que os atores dos deuses eram erguidos em um tipo de guindaste pra simular que eles estão voando. A analogia é basicamente essa: Como se um deus chegasse do céu pra interferir, mesmo metaforicamente e narrativamente, com itens e informações aparecendo sem justificativa ou desenvolvimento.
Aproveitando que falei de histórias que não gosto, e de mecânicas narrativas, eu realmente não ia falar de The Non-Racoon em nenhum post meu porque praticamente todo mundo no Youtube destrinchou sobre o quão zoada é essa animação, ou até mesmo as polêmicas do Luster Flix, e enquanto eu pesquisava isso eu achei uma página do IMDB, e... no dia que tô escrevendo isso The Non Raccoon tem nota 3/10, e a Branca de Neve desse ano tem 1,6/10, e esse eu realmente não vou falar porque além de todo mundo ter falado mal do filme e da atriz não tenho o que adicionar.
Sobre o que geral fala e que eu concordei, mas que eu gostaria de adicionar, é:
  • A animação do corpo dos personagens é muito travada, parece stop motion (não lembro que vídeo era, mas era alguém mostrando como fez uma cena lá, e... o jeito que a animadora fez a animação foi apresentado igual àqueles vídeos de time lapse de gente mexendo o boneco do stop motion peça por peça), já a animação da boca parece se mexer de mais, o que é estranho de mais, eu lembro que eu via animações do Roger van der Weide de Sonic, principalmente do Sonic Riders, e a animação da boca dos personagens era a parte mais esquisita e também desincronizada, lembro que uma vez eu tive que treinar com uma fonoaudióloga pra voltar a articular a boca, porque por culpa dessas animações quando criança eu comecei a falar muitas vezes sem mexer a boca e isso era um inferno pra me escutarem.
  • O Luster dubla mal, canta mal, tem uma voz bem feia, o microfone dele parece call do Discord e é bizarro ele tentar "se identificar como americano" com um sotaque carioca tão irritante, o Cartunizando já foi criticado por parar de ter sotaque nordestino, que falando nisso teve gente falando "nossa como assim você desistiu do sotaque nordestino que vem de uma cultua tão linda?" (que infelizmente não vou lembrar quem falou isso e eu parafraseei, mas sim, com certeza é síndrome de vira-lata não ter orgulho de ter nascido em Xique Xique Bahia! /j)
  • A história é rasa e vaga de mais, porque o Luster ficou focando demais em mastigar sapato, com um monte de diálogos expositivos repetitivos, piadas forçadas entre os personagens e uma inconsistência na personalidade dos personagens (tanto que pelo que há a entender, o protagonista é bonzinho mesmo com personagens masculinos que o tratam mal gratuitamente - e a mãe dele que é """imperadora"""/imperatriz já matou gente por aparentemente infinitamente menos, mesmo que nunca seja explicado o porquê também - enquanto a personagem que o trata bem ele trata mal, só porque o protagonista seria gay, o que aliás lembra Yaois ruins, como se não bastasse a anatomia ruim agora temos personagens homoafetivos com personalidade zoada)
Por isso, o que tenho a dizer das enrolações desse primeiro episódio é:
  • Regra dos 3 episódios: Digamos que cada série ou anime tem no mínimo 3 episódios pra apresentar o que a história tem de bom ou o que ela tem pra contar, se os primeiros episódios são bons então vale a pena continuar. Não, fanboy de One Piece, quem não gosta do anime não precisa nem assistir à desgraça do anime, e se no episódio 38476587346 fica bom, então que comece assistindo no 38476587346, e não ser forçado a assistir 38476587345 episódios ruins.
  • Regra dos 9 minutos: No caso de um filme ou de um episódio piloto, os primeiros 9 minutos apresentados devem ser usados pra desenvolver os personagens, e se a narração é tão pobre, que seja mais sucinto nas explicações, mas ainda contando informações chave para o entendimento principal, use das imagens aproveitando que é uma animação pra adicionar o que quiser pra significar à narração ou se completar, e a partir daí desenvolve pra extender.
  • Couro de Sapato: Ouvi falar do canal Jurandir Gouveia, e resumindo muito, se trata de que filmes muito enrolados e chatos, com cenas mais longas que o normal, vão ter muitas cenas de personagens andando, e a analogia vem justamente do som dos calçados batendo no chão. Por isso falei que o uso desse tipo de enrolação, chamando de "mastigar sapato".
Outras duas mecânicas narrativas que vale a pena mencionar são MacGuffins e Diálogos de Lore:
  • MacGuffins são elementos, itens, conceitos ou até pessoas que justificam a história. Hitchcock iniciou essa mecânica explicando em uma alegoria, de dois personagens achando um item em um trem, e um deles diz ao outro que aquilo era um MacGuffin, que supostamente captura leões nas Highlands, porém, meio que a punchline do Hitchcock é por não existirem leões naturalmente na Escócia, ainda mais vagando nas Highlands (que aliás, é daí que vem o nome Highlander).
Link da foto do leão: Clique aqui (foi difícil achar um mais a ver com o que eu tava procurando)
  • Já um Diálogo de Lore seria, em suma, um diálogo expositivo curto demais, em que as informações são expostas à toa ou de graça, mas diferente de um diálogo expositivo normal soa bem incompleto. Tem isso em filmes do Seagal, com as frases de seus protagonistas parecendo biscoito da sorte e sendo pior que conselho de bêbado, ou secundários o bajulando ou falando que ele é um mestre da SWAT, ou teria salvado alguém importante, etc., e embora tenha em Rick n Morty, claramente quando tem lá é pra trollar o expectador, o fazendo ver episódios anteriores achando que perdeu algo, ou pra dar brecha a teorias aleatórias, ou aproveitando o estilo antológico como se cada episódio tivesse sua cronologia.
Pode ser estranho ter começado falando de sonhos, e depois sobre animações ruins e mecânicas narrativas relevantes, mas a forma que ligou os pontos faz sentido, a coragem não é a falta do medo mas um antítodo desse, e a ordem não é uma ausência do caos, mas o controle organizado sobre ele, o ato de dar sentido a algo que simplesmente existiu e aconteceu sem intenção ou propósito, assim como houve uma ordem ao combinar tantos outros assuntos num liga-pontos simples, e assim como outros blogs de Explicação e Diário foi bom pra não ter que pesar essas memórias na minha cabeça à toa, e ver o progresso mental acelera o desenvolvimento do cérebro e o aprendizado de diferentes formas, porque pensamentos nunca serão permanentes, mas escrever eles pode marcar como eles são mais desejados, os dando uma ordem e sentido.

Até mais!