Blog do dia

Filhos do Sol em outras realidades

24 de jun. de 2024

Espadas, Magdeburgo, Etc.

Hoje eu vou publicar mais uma chuva de informações e experiências um pouco antes de voltar a terminar o capítulo de Projeto Dream, aproveitando que eu já contei sobre vários dos meus hiperfocos semana passada.

Os Hemisférios de Magdeburgo são um tipo de vácuo artificial criado por Otto von Guericke em 1640, na cidade de Magdeburgo em que, além de ser onde Otto descobriu esse tipo de vácuo, também tornou em um tipo de atração, em que era um vácuo tão forte que aguentava a força de 30 cavalos ao mesmo tempo, e há experimentos modernos que esse vácuo aguenta força de carros.
O experimento é tão importante que há uma estátua que ilustrava esse tipo de atração, embora com apenas um cavalo e seu jockey/cavaleiro de cada lado, ainda assim puxando como era essa esfera de vácuo. Fica aí uma dica se você for criar algum poder inusitado, em que algum personagem teria um poder tão avançado sobre o ar/o vácuo que contra ataca golpes de personagens com superforça.

Uma curiosidade nada a ver é que o SCP-173, o primeiro SCP escrito na internet antes da Wikidot começar, foi retirado de uma foto do "Untitled 2004" (uma estátua sem nome criada por Izumi Kato, um artista japonês atualmente de 55 anos.
Por problemas de direitos autorais, a foto clássica foi vedada do site, mas diferente de SCP's como 106 e 682, o pessoal não criou uma foto nova pro SCP, deixou ela sem nada, e falando em SCP...
Até que achei uma foto que foi usada como base pra ilustração antiga do SCP-096, que diferente da foto do 173 parece que deletaram a ilustração antiga porque ela se contradizia com o incidente do SCP-096-A (aquele do meme do "4 fucking pixels"), afinal, se 4 pixels do SCP inteiro já ativavam o SCP, imagina o corpo inteiro com só a cara pixelada.

Agora sobre um assunto mais a ver com o título, espadas antigamente já foram, não só armas eficientes, mas também um símbolo de nobreza na Europa devido à dificuldade de fazer esse tipo de arma (fazer qualquer peça desses armamentos durava dias, meses, ou até anos), tanto que, diferente do que muita gente pensa, espadas não eram usadas pra qualquer tipo de luta, como por exemplo em guerras, porque as armaduras também eram feitas pra serem as mais resistentes possíveis.
[Um agradecimento especial à Superinteressante porque foi mais difícil achar uma foto boa pra ilustrar a informação a seguir]
A primeira camada é sempre uma roupa de 32 camadas de linho (um tecido à base de plantas bem comuns na Europa), chamada Gambesão, que dá a primeira camada de durabilidade, embora com resistência maior a golpes cegos ou francos (porrada), depois a cota de malha feita de pequenas correntes (por isso em inglês é "chain armo" ou "chain mail", como era com a extinta armadura de cota de malha do Minecraft que antigamente ninguém sabia o que era), e por fim as placas duras da armadura que dão o acabamento. Diferente de guerras, em que por usarem armaduras completas precisava de armas de impacto pesado como clavas ou martelos-de-guerra, em duelos podia ocorrer do cavaleiro lutar menos protegido, e que teria seu gambesão cortado pela arma, embora possa haver duelos de armadura completa, em que o objetivo é só derrubar.
Há também o halfswording, ou meia-espada, em que o cavaleiro usa a espada segurando a lâmina como um cabo e do pomo à guarda como uma cabeça, o que compensava o pouco dano que as espadas poderiam dar. Por isso perde o sentido ou até a graça ver aqueles personagens de pouca roupa destruindo inimigos de armadura com espadas tendo como única justificativa que eles têm poderzinho, e também dá pra aproveitar o assunto pra falar sobre katanas: Essas espadas não eram tão pesadas e nem afiadas quanto fãs de histórias de samurais tanto idolatram ou enaltecem, justamente por causa de algumas desvantagens metalúrgicas no próprio Japão.
Os dois tipos de ferro mais comuns disponíveis eram: Hematita (comum em praias, em forma do chamado Areia Ferrosa - Tamahagane -, porém, por ser óxido de ferro, podia ser purificado facilmente ao ser torrado) e Ferro Gusa (ou Ferro Porco dependendo do idioma e sua tradução mais literal, provavelmente tendo esse nome por ser muito difícil de ser torrado e purificado, em que daí surge o maior problema). Forjar armas também exigia um método chamado de Dobra, em que o ferreiro dobra a chapa na base da martelada, assim livrando partículas de carbono da lâmina, o que os japoneses usavam bastante em compensação ao não conseguirem torrar devidamente, por limitações de suas forjas chamadas Tataras, com um limite entre 10 e 20 vezes, com duas desvantagens:
  • Muito dobrado é quando o ferro tem menos carbono, tendo mais dureza, logo podendo cortar mais, porém perdendo parte da tenacidade.
  • Pouco dobrado é quando o ferro tem mais carbono, e assim ficando menos quebradiço mas menos afiado.
  • Logo por isso chega a beirar um código de honra os samurais e ferreiros darem tanto valor a suas espadas no Japão, já que todo cuidado é pouco e, além de combinarem o fio menos carbonado e o sulco mais carbonado pra um corte mais homogêneo, o samurai precisava de muito treinamento pra cortar direito.
Em comparação, a China tinha uma habilidade ainda melhor de combinar camadas de ferro formando assim o Aço de Damasco, um tipo de aço à base de ferro e carbono, porém, com camadas de diferentes proporções dos dois materiais, com uma afiação suficiente pra cortar outras espadas de ferro/aço inferior, também um tipo de aço que se perdeu com o tempo, até que pesquisas arqueológicas descobriram nanotubos de carbono, o que levou a pesquisas pra poder recriar elas e atualmente há facas de cozinha feitas desse aço.
Os celtas e nórdicos também tinham habilidades melhores com o ferro, seja por habilidades metalúrgicas melhores e mais baratas, em que além de construírem armaduras, machados e escudos em sua maioria de ferro, os celtas também criaram ferraduras pra cavalos, embora tenha também motivos mitológicos, como espantar fadas e espíritos malignos, em vez de só motivos materiais como a proteção e durabilidade dos cascos. O alto-forno, inicialmente desenvolvido durante a Dinastia Han da China no século I a.C., depois de um tempo se popularizou na Europa, começando pela Suécia no fim da Idade Média.

Falando em forno, um tipo de forno que eu também pesquisei por causa de eu gostar dessas curiosidades tecnológicas e culturais é o Tandoor, um tipo de forno especial pra assar pães e carne que surgiu na Pérsia em 3000 a.C e se popularizou do Oriente Médio à Ásia Central.
Forno esse também é construído debaixo do chão e tendo as paredes construídas à base de argila, por isso tendo uma vantagem de manter a temperatura e fogo por mais tempo naturalmente, e geralmente usam um pão plano nesses fornos, mas apareceram fotos e vídeos de Tandoors assando esses pães mais redondos.

Falando em fornos, eu fiz esse diagrama de vários desenhos baseado em diferentes utensílios, alguns de cozinha, outros de banheiro, até alguns de carregar na viagem, alguns como:
  • 1. Gavetas de tecido macio que são confortáveis e úteis para guardar roupas, bolsas e pequenas quinquilharias.
  • 2. Centrífuga usava pra lavar frutas.
  • 3. Caminha pra proteger a esponja de mofos e deixá-la mais bonitinha na pia.
  • 4. Suporte pra colher em forma de caranguejo.
  • 5. Suporte de ovos em forma de vários pinguins, seja pra guardar ou cozinhar os ovos.
  • 6. Mixer automático de velocidades controláveis e a gosto.
  • 7. Saca-rolha em forma de morcego/vampiro.
  • 8. Tábua de cortar com funções extras de descongelar carne, afiar faca e espremer alho.
  • 9. Fruteira com prateleiras, além de retráteis, versáteis.
  • 10. Compartimento de sabonete líquido automático que espreme por movimento.
  • 11. Forminha de gelo de silicone, que faz vários cubinhos e os solta só de apertar.
  • 12. Recipiente pra cozinhar alimentos no micro-ondas e manter a umidade sem sujar o próprio forno micro-ondas.
  • 13. Frigideira 3 em 1.
  • 14. Fornecedor de refrigerante parecido com um filtro de água (lembro que usei de referência pra uma cena no Projeto Dream se eu não estiver enganado)
  • 15. Uma garrafinha d'água que, da área do rótulo pra baixo, tem espaço pra pequenos pertences.
Talvez todo esse hiperfoco específico por utensílios versáteis e bonitinhos tenha sido justamente por causa do Projeto Dream, já que, se você for ver lá, teve por um longo tempo recursos como o Papapapa, Plambers, Tamafone, Ulbra Solar e Grifo Intermagnético, embora tenham sido específicos pra viagens espaciais porque o Projeto Dream teve grandes aventuras no espaço e isso era necessário pra representar a versatilidade tecnológica, junto da Logística que eu tanto estudo.

Falando no Projeto Dream e Logística, teve uma vez que um webamigo meu que comentou que as linhas de contorno nos meus desenhos eram mais grossos que o esperado, e eu, por causa dessa dica do webamigo, fui conferir e, além de concordar, cheguei a elaborar umas explicações que justificassem esse caso, como:
  1. Os desenhos já serem pequenos e as linhas só tarem proporcionais.
  2. Os lápis talvez estejam velhos, assim como é difícil pra mim apontar eles direitinho e a ponta durar tempo o bastante.
  3. Desenho ou outro eu faço com linhas grossas de propósito pra dar destaque no meio da cor (porque geralmente o lápis azul-escuro ou marrom acaba "comendo" parte do contorno, dependendo do caso uso até caneta pra compensar).
  4. Às vezes o carbono do lápis se desgasta e fica aquele tom estranho e espesso no contorno, seja passando a mão por cima sem querer ou quando não desenho de uma vez e deixo o caderno em algum lugar.
  5. Também pode ser algo acidental já que às vezes faço correção de cor no próprio Google Fotos ou no editor de fotos do Instagram. (Lembro de um desenho que eu fiz da Luna Pleine que quando eu aumentei a saturação a parte roxa da roupa bugou, basicamente saiu do espectro, mas acho que esse desenho não vou conseguir achar a tempo)
Isso é o Diagrama de Ishikawa, ou Espinha-de-Peixe, que se refere a separar as causas (representadas pelas costelas na espinha) que levam todas ao mesmo efeito (a cabeça), assim como eu examinei acima, já que diferente do que muita gente pensa, nunca é só uma causa que leva aos resultados, mas sim várias, assim como eu consigo interligar todos esses assuntos numa mesma publicação, diferente do que muitos fariam que é uma publicação por curiosidade, mas enfim...

Até mais!

22 de jun. de 2024

Como pirâmides no Facebook me levaram a esse desabafo

Esse blog foi feito mais como uma descontração e será até mais curto que os outros blogs de curiosidades porque só tarei comentando umas coisas engraçadas.

Eu tava vendo besteira aleatória no Facebook e então me deparei com isso:
Óbvio que o Chichen Itzá é uma pirâmide asteca/mexicana que existe desde 600 d.C e é um grande símbolo cultural, além de antigamente ter sido usado pra esportes, rituais e estudo astronômico, e as Pirâmides de Gizé foram terminadas em 2160 a.C e são a única maravilha antiga do mundo que dura até hoje, mas não duvido que seja bait ou alguma incompetência de quem publicou.
Ok, essa crítica social foi bem criativa.
O pior é que tem um motivo pra estadunidenses/norte-americanos saberem tão pouco de história e geografia globais: Eles estudam muito apenas da história e geografia dos próprios EUA, o que por um lado pode ajudar a saber mais do país, mas aí o estadunidense não sabe porra nenhuma de fora, ao ponto de errar muito sobre história e geografia mesmo falando com muita convicção.
Agora vendo esses dois comentários vi que é realmente a página tentando lacrar com o que não sabe, já que o cara ficou falando de quem contra argumentou o meme, não porque "não entenderam a piada", mas porque "o pessoal gosta da pirâmide", e a página responde como se fosse um bot de Whatsapp.
Acho que a comparação com bot não é mera coincidência, porque a página nunca responde o que tem a ver com o comentário, só fala pra compartilhar.
Achei esse comentário estranho justamente por causa de "moderna" e "histórica", talvez a pessoa tava tentando argumentar e só saiu mais vergonhoso.
Pesquisando um pouco, baseado nos comentários falando sobre pirâmides brasileiras existirem, realmente teve um registro de uma pirâmide em Ratanabá, em Rondônia, mas ela tá inabitada e um tanto erodida pela floresta (Tadinha).
Além da página respondendo que nem bot teve esse comentário do Caetano que eu gostei também (Choquei tem que se lascar mesmo, junto com a Mynd8).
[Não tô conseguindo abrir o Paint e fazer no Imgflip dá muito trabalho, então não deu pra censurar os nomes]

Mas... por que eu tive a ideia de analisar esse post duvidoso e seus comentários? Simples: Eu achei engraçada essa vergonha que ocorreu na publicação e isso até lembra o Efeito Dunning-Krueger, um efeito psicológico em que, quando menos a pessoa sabe, mais arrogante ela é do que sabe, o que me lembra o meu irmão porque ele:
  • Já ficou spammando especulação de que aves evoluíam de dinossauro de escamas moles porque ele não conseguia raciocinar que dinossauros não eram só répteis (e tão até longe de serem) e tinha muito dinossauro aviário.
  • Quando eu tava falando de "hipérboles e falácias" de anime do nada ele tirou de falar mal do grafeno (aquela liga de carbono especial pra nanotecnologias) só porque "é impossível" existir uma película ultra resistente e condutora feita de átomos, pra depois falar que "não pode ficar acreditando em qualquer coisa" pra em segundos depois me induzir a falar que soja não fazia mal (porque eu já vi pesquisas falando que fazia mas fui controlado pelo monólogo dele) pra depois ele me "refutar" (o que nem fazia sentido, porque ele não se decidia se era ou não pra acreditar no que pesquisava) falando que soja fazia mal.
  • Já brigou comigo falando que a viagem à Lua é uma farsa só porque "não fazem mais" (segundo a lógica dele seria uma inconsistência tecnológica, sendo que a viagem à Lua só foi feita pelos EUA e a União Soviética por causa da corrida espacial, ou seja, uma competição na Guerra Fria, enquanto os satélites e expedições ao espaço são o normal) ou porque "usam foto de baixa resolução pra parecer real" (porque ah sim, com toda certeza ia ter uma câmera 30 megapixels em 1969, uhum confia), tanto que isso me levou a pesquisar sobre as câmeras da época e... a Hasselblad 500 EL que é a que usaram na época tinha uma resolução menor que a da Tekpix, e como é câmera analógica e não digital o volume não é medido em pixels e eu tive que fazer uma gambiarra pra calcular isso tudo, e o esforço seria menor se meu irmão PENSASSE no mero fato de que o Apollo 11 é antigo ao invés de pagar de intelectual questionando coisa que já aconteceu.
  • Ou quando meu irmão ficou me obrigando a droppar Death Note depois da morte do L porque, segundo ele mesmo, "depois dessa morte é tudo filler" (o que já prova que ele é um fanboy obcecado do Kira, não sei por quê) e ainda inventou que quem criou o Death Note era uma mulher, mas aí eu desmenti na hora e falei sobre os autores de Death Note (Tsugumi Ohba e Takeshi Obata), e mesmo refutando ele... eu droppei Death Note por causa desse clubismo todo.
  • Meu irmão já ficou falando mal do Estoicismo e falando que "não dá pra levar a sério" essa filosofia, e ficou falando de um guarda """estoico""" que ficava reclamando de tudo (o que dá pra ver que meu irmão não sabe nem o que é o Estoicismo), sendo que meu irmão lê A Sutil Arte de Ligar o Foda-se e Fudeu Geral, então ele não tem direito de falar mal de uma filosofia que basicamente tanto nos ajuda pra depois ele ficar devorando livro de autoajuda, além de uma vez ele tentar falar que era "estoico" só pra fugir de uma reclamação da minha mãe (e sim, eu critiquei essa parte na hora que meu irmão ficou falando isso na sala).
  • Mas a última vez que ele ficou choramingando pra me colocar pra baixo falando que é inteligente ou sabe alguma coisa que, na verdade, ele não sabia nada, foi quando eu fui com uma camiseta de manga porque eu tava com o ombro queimado mas ainda precisava ir pra academia, não sei o que deu nele mas ele achou que ia ser suuuper útil ficar falando mal de mim porque eu "não ia ter a vitamina D sagrada/mágica do deus sol" (porque só dava a entender isso, o lance da vitamina D obtida pelo sol o meu irmão ficava falando como se eu morresse se tivesse uma molécula a menos), e falou que "depois que eu viver de remédio não posso reclamar", pra depois de eu falar isso pra minha mãe e depois ele ficar todo tristinho falando que queria ser o "pilar" da família (o que parando pra pensar, só prova da masculinidade frágil dele, de achar que pra proteger ou ensinar os outros ele tem que ficar tratando como se a pessoa fosse um rato)
Assim como eu já desenhei dragões pra representar minha raiva, eu já desenhei um dragão azul (o irmão) cuspindo fogo no vermelho (eu) pra representar o que aconteceu.
Mas é claro, não é um exposed, eu não sou tão vazio pra usar um blog inteiro como um doc contra o meu irmão, afinal, tudo já se resolveu e esse é só um desabafo do que aconteceu e eu não aguentava mais deixar só na memória. Tanto que hoje, quando eu peguei uma crise de febre e sinusite foi ele que me levou pro hospital e acompanhou, além de que o meu irmão é também um melhor amigo pra mim, e esse Efeito Dunning-Krueger com o meu irmão acabou depois que eu falei pra minha mãe, e tudo acabou bem.

Até mais!

21 de jun. de 2024

Selk'nam: Os Gigantes Vermelhos

Eu estive separando o que irei falar pra esse post porque é realmente bastante coisa só desse povo, e também porque vi muito pouco sobre essa civilização.

Quem são os Selk'nam:
Selk'nam são uma tribo de pessoas que habitaram na região atualmente conhecida como Patagônia Argentina e Chilena, na Terra do Fogo (que por sua vez tem esse nome por causa do Fernão de Magalhães, que durante sua viagem ao mundo em seu barco viu várias fogueiras a céu aberto na ponta da América do Sul, que eram do território desse povo). Há um histórico de 4.000 anos deles desenvolvendo seu povo, porém sendo destruídos pela colonização em 100 anos.

Eles eram altos, bem fortes, com a média de 1,80m de altura, com tatuagens vermelhas de manchas ou listras brancas no corpo, como vestimenta só usavam chapéus simples e, em alguns casos, capas e/ou saias de couro, e aparentemente se aqueciam mais usando essas fogueiras, considerando que é relatado que elas nunca apagavam.

Como foram extintos:
Os argentinos e chilenos estavam expandindo seu território, caçavam e até criavam recompensas pra eliminar pessoas Selk'nam, só pra ter terreno pra pastorar ovelhas ou coletar ouro, os que não eram eliminados, eram levados pra zoológicos de humanos (o que só foi extinto em 1958), criados puramente pra representar o que acreditavam ser a superioridade europeia, algo tipo a Bélgica já fez com nativos do Congo, e mesmo nas situações mais tranquilas, quando os Selk'nam eram convertidos pro cristianismo e moraram ao lado dos colonos, alguns morreram de doenças que pros argentinos, chilenos e espanhóis eram coisa normal, como a Varíola (que embora tivesse vacinas inventadas em 1796, a doença só foi erradicada em 1977), e mesmo descendentes mestiços com o tempo iam perdendo características físicas dos originais, no máximo mantiveram parte da cultura.
Houveram duas últimas pessoas Selk'nam: Lola Kiepja, uma mulher xamã que seguiu parte das tradições desse povo, nasceu em 1874 e morreu em 1966 com 92 anos, que além do conhecimento desse povo, ela já foi testemunhada cantando um idioma Selk'nam que os habitantes daquela época consideravam estranho, e já foi relatada se casando duas vezes na vida, porém, e Ángela Loij, a realmente última 100% Selk'nam, e que assim como Lola, se casou com um Menek'enk (tribo essa também conhecida como Haush, e os Selk'nam como Onawo/Ona), e boa parte do que foi estudado sobre os Selk'nam foi graças à pesquisadora franco-americana Anne Chapman.
Fontes: Biobiochile e Sebastián Pinto, complementado com a Wikipédia.

Mitologia Selk'nam:
Os Selk'nam tiveram suas próprias entidades e cosmologia cujos registros ainda duram, começando pelos Sho'on, um conceito de Céus que denominam o tempo para essa tribo, sendo eles: Kamuk (Céu do Norte, que representa a primavera e o verão), Keikruk (Céu do Sul, que representa o inverno), Kenénik (Céu do Oeste, que representa outono) e Wintek (Céu do Leste, que se interliga aos outros três e representa até mesmo o tempo. É um tanto parecido com o conceito de Quatro Ventos da mitologia grega e as Quatro Criaturas Cardeais da mitologia chinesa, com uma diferença clara que, como é um povo no Hemisfério Sul, eles denominam o "vento" do norte ao quente e o do sul ao frio, justamente porque os ventos considerados símbolos do calor são sempre aqueles próximos do Equador, onde é mais quente, e os símbolos do frio são os mais próximos dos polos, onde tem até ilhas/continentes de gelo.
Temáukel é o realmente considerado um deus nessa mitologia, uma entidade suprema, dominador da natureza e criador do universo, e pai dos Howenh (algo como deuses menores, ou anjos, demônios, depende da interpretação), que são um tipo de entidades ancestrais que fundaram a vida e a humanidade.
Entre os Howenh, há o Kenos, o primeiro deles e pai dos humanos, Shenrr, o deus dos ventos e o da foto acima, Kojh, deus do mar, Josh (eu não tô zoando, eu juro), o deus da neve, e Xalpen, uma deusa que lidera o submundo e representa o Hain, um ritual tradicional dessa tribo. Segundo o criacionismo Selk'nam, o começo da humanidade fazia o Hain com as mulheres se fantasiando como espíritos e assustando os homens, pras mulheres não fantasiadas enfrentarem e espantarem esses espíritos, porém, quando os homens descobriram, ocorreu uma guerra entre homens e mulheres, em que enquanto o líder dos homens, Kren, estava perseguindo a Kre, líder das mulheres, os dois subiram ao céu, e Kren se tornou o Sol e Kre a Lua, enquanto os outros homens e mulheres que sobreviveram cessaram fogo, e os homens ancestrais mantiveram segredo com os homens mais jovens, que protegeram, se casaram e tiveram filhos com as mulheres jovens que sobreviveram, e depois o Hain começou a ter os homens fantasiados de espíritos, ou detendo eles, e as mulheres tendo que se proteger.
Fonte: Portal dos Mitos.

O que é o Hain?
Além desse conceito criacionismo que explica a origem do Hain, o ritual realmente existiu e esses espíritos menores da Xalpen, chamados Sho'ort, seriam supostamente entidades que atacariam a vila, e acreditava-se que Xalpnem também podia atacar as crianças, se alimentando delas e dos jovens, embora há a entender que Xalpnem também pode escolher comer carne de Guanaco (uma espécie de lhama dessa região que também era fonte de couro e alimento comum dos Selk'nam), tanto que esse ritual começa quando se tem muita comida na tribo, podendo valer desde esses Guanacos a baleias.
Entre os Sho'orts, eu desenhei alguns deles, seja por causa do próprio interesse pelo assunto ou porque o que sobrou das imagens eram fotos em preto e branco dos Klóketen (que refere tanto a jovens homens quanto aos membros do Hain) e alguns modelos de artesanato e crochê desses seres.
Ulen, um dos mais conhecidos embora, pela descrição que eu vi sobre ele, não é tão grande coisa, tanto que ele é dito como uma entidade que faz travessuras e distrai as mulheres durante Hain (ou seja, o primeiro deus go-go boy de uma mitologia não-grega), tem umas coisas sobre ele (não mitologicamente, mas quanto ao contexto da pesquisa toda) que eu explico no final.
Tanu, um espírito feminino e irmã de Xalpnem, que segundo a história ela se manifesta pra observar a infestação e relatar à mesma. Ela lembra o Medjed (aquela entidade egípcia que parece um fantasma de pano), porém indígena.
Kulan♀ e Koshménk♂, que o máximo que achei sobre eles é que são um casal, em que Kulan é cheia de luxúria e tesão, e trai o Koshménk amorosamente, o que eu achei hilário e não sei se isso tem um significado a mais ou então um contexto sobre essas duas entidades.
Keternen, um filho de Xalpnem com um Klóketen, e é descrito como um ser luminoso, pelo que entendi como se as bolinhas que compõem seu corpo fossem pequenas lâmpadas ou mini estrelas.
Kotaix, um espírito com chifres cilíndricos (e que me lembra um Teletubbie por algum motivo- desculpa), com listras vermelhas e brancas, e o mais cruel, já que ele tem a função de torturar os homens no Hain.
Matan, um espírito ágil e alegre, que assim como Ulen, entretém as jovens, dessa vez com suas danças e saltos, algo como um balé. Ele é bem parecido com a Kulan e o Koshménk.
Tem também os Hayílan, ou Sho'orts menores, que são os mais humanoides e com diferentes padrões de branco e vermelho/preto, pelo que eu já achei tem um ou outro com pigmento cinza, e a função deles é tipo uma tropa, eles são vários e por isso não daria pra eu desenhar sem acabar tendo que escolher tão poucas versões.

Contexto da Pesquisa:
Uma vez eu tava vendo vídeos de ARG e mistério, até que apareceram fotos dos tais Sho'orts colorizados, com o pessoal com dúvida do que seriam daqueles seres, e no vídeo a mulher narra que teorizavam que fosse uma tribo canibal selvagem ou então uma tribo brasileira, e não sei se foi o vídeo que explicou mal ou eu que não prestei a atenção, mas pelo que falavam era como se fosse algo da América do Norte ou da Polinésia (o que não é o caso, como eu mostrei antes), e quando eu terminei o vídeo, eu saí dele e esqueci.
Mas a memória continuou, e desenhei isso no meu caderno dia 10 de Junho, algo como uma mistura do Koshménk com o Matan, e coloquei na pesquisa inversa do Google, e então o Google me recomendou umas imagens, entre elas uma foto desse Ulen feito de crochê no Pinterest (inclusive o Pinterest também tem muita foto dessa tribo e mais várias outras, e junto uns diagramas sobre esses seres). Tudo isso me levou a toda essa pesquisa.
Tanto que no Pinterest eu achei essas foto de algumas variações do Kotaix, Ulen, Tanu, Koshménk e o Sho'ort aleatório, e falando no Kotaix... Já repararam na onda que tá tendo de bichos feios com cabeção e cores sólidas? Vi isso com o ARG do Boisvert_ e o Boiled Man Phenomenon do Doctor Nowhere, além de algumas entidades Weirdcore assim. E sim, eu ter falado que pareciam Teletubbies tinha um motivo específico: Eles nas fotos lembram aquelas fotos "333-333-333" dos Teletubbies em preto e branco, só que em mais formatos.
Mas encerrando também, é meio triste saber que um povo com uma cultura tão rica e duradoura acabou sendo exterminada pela ganância e racismo, e que agora o que resta é eliminar a parte ruim e honrar a parte boa do legado desse passado dark, e essas criaturas são realmente bem únicas em sua aparência, e eu saber que fazem arte com base nesses seres é bem legal, ao saber que as ideias ainda são replicadas e expandidas.

Até mais!

20 de jun. de 2024

Coisas Específicas, Monstros e Horror

Esse vai ser um outro blog em que eu vou metralhar vocês com curiosidades bestas sobre cultura e espécies ao redor do mundo porque, além d'eu ter foco nesses assuntos, também faltava algumas coisas pra eu falar já que não tava cabendo.

Primeiro vou falar sobre um esporte bem específico e que é bastante jogado na América do Norte mas aqui no Brasil você talvez só tenha ouvido falar em aulas de educação física, que é o Lacrosse, é um esporte que funciona de forma similar ao Hóquei, mas em vez de um disco é uma bolinha, e em vez de tacos é usada uma rede chamada de Crosser, e as arenas, como são em terra com grama, não se diferem de campos de futebol normal. Esse esporte é mais conhecido no Norte por causa dos nativos dessas terras que jogavam, e que isso foi herdado com o tempo nos EUA e Canadá. Só pra terem noção do quanto o esporte mudou, os nativos jogavam em campos de centenas de metros a quilômetros só de comprimento (se pá por isso o Sandman em JJBA SBR é tão rápido, o cara era craque em Lacrosse). E pra terminar, "Lacrosse" vem de "La Crosse", um tipo de bastão usado por bispos, mas que depois de um tempo se tornou o nome da rede e desse esporte, mas há nomes alternativos como "Baggataway" e "Tewaarathon", que combinavam palavras nativas e inglesas.

Outro esporte interessante, mas dessa vez menos conhecido e que é praticado na Europa, especificamente nas Ilhas Canárias - que curiosamente, esse nome é baseado nos Cães-Canários, uma cruza espanhola de cachorros -, que é o Salto do Pastor, que por sua vez tem esse nome baseado numa prática que pastores de cabras tinham que aprender pra poder guiar cabras em terrenos tão irregulares e íngremes, mas depois de um tempo, os pastores foram precisando cada vez menos guiar as cabras a pé, e a prática foi reutilizada como uma prática esportiva canária.
Acho bem bonitinhos cachorros grandes, e sobre o que ilustrar sobre esse tal Salto do Pastor foi meio difícil pra eu selecionar as fotos, mas escolhi essa pela vibe de print de filme do Michael Bay ou do Zack Snyder. Outra curiosidade que dá pra falar também, aproveitando que falei sobre América do Norte e cachorros, é o Cachorro Quente, especificamente porque, embora tenha sido um sanduíche inventado por alemães, e popularizado dos séculos XIX a XX por causa de imigrantes que sabiam dessa receita, o nome exato tem algo mais a ver com os Estados Unidos, e eu já achei umas três versões disso, claramente porque teorias foram criadas, afinal, quem ia se importar naquela época de saber como o nome mudou/surgiu? Enfim, as teorias eram:
  • Em uma, o cachorro-quente antes era "Dachshund", ou "Hot Dachshund", mas depois de um tempo, vendedores de cachorros-quentes em estádios (que nem você vê aos montes em sitcons e desenhos) chamavam de "Hot Dog" porque era mais rápido e fácil de falar.
  • Em outra, havia rumores no século XIX de que o cachorro-quente era feito de carne de cachorro, o que não faz sentido, há muita piada de pastel de frango no Brasil e nem por isso chamamos de "pastel de pombo" ou "pombel".
  • Na terceira, é que o cartunista Tad Dorgan fez uma charge humorística de um cachorro-salsicha (ou Dachshund) como se fosse literalmente (não só um comparativo) um cachorro-salsicha.
Falando em pastel, o pastel pode ter duas origens, igualmente a ver sobre imigrantes asiáticos: Uma é chinesa, com os Rolinhos-Primavera, que na China esses são um tipo de pão recheado com vegetais, queijo, e a carne que, no Brasil, ficou mais popular, aí pode ter inspirado o pastel quadrado/retangular; Já a segunda é japonesa, em que imigrantes do Japão, seja refugiados ou disfarçados depois da Segunda Guerra, que faziam Guiozas, uma guloseima também à base de massa e também com recheios variáveis, esse é a base do pastel redondo ou em forma de meia-lua.
Aí algo legal que o Japão trouxe pro Brasil além de mangás, Karatê, Jiu-Jitsu e Judo (duas dessas artes marciais são melhor dominadas pelos brasileiros, mas tiveram origens japonesas).

Agora um assunto bem fora desses assuntos de curiosidades do mundo, e mais a ver com uma experiência pessoal, que é de um desafio que tive que fazer numa aula de 2 de Maio desse ano, em que a professora estava ensinando a diferença entre empatia e simpatia:
  1. Empatia: Sentir as emoções e sensações do próximo.
  2. Simpatia: Simplesmente gostar ou apresentar boas opiniões sobre o próximo.
  3. Por sua vez, gostar de algo ou alguém nem sempre quer dizer que a pessoa entende.
Aí o desafio em específico era de ir à sala do TI da faculdade, pedir o papel pra sala e levar pra sala de aula. No meu caso foi pra ir de cadeira-de-rodas (curiosamente a professora me selecionou pra essa situação porque julgou que eu era bem forte) pra sala, e voltar com a mesma, e a subida era muito difícil porque demorei pra entender que não era pra eu rodar as rodas da cadeira, e sim um suporte que tem junto das rodas, que era mais leve e menos doloroso (e mais limpo também, de tanto girar a roda pelo pneu minha mão ficou preta de tão suja), mas depois de lavar a mão e usar a cadeira de rodas o desafio saiu certinho. Curiosamente a cadeira não caber na porta do TI a professora até usou de exemplo pra explicar uma das dificuldades que um cadeirante pode ter.

Ok, voltando às curiosidades mundiais. Eu vou usar como base um desenho que eu fiz que era tunando uns designs de Supernatural que eu achei ridículos, e usarei a auto-análise dos desenhos como base pra falar sobre algumas das criaturas. O que quer que eu já tenha falado antes eu vou só explicar o porquê dos redesigns.
  • Vampiro: Eu adicionei as presas mais expostas (tipo a Porfiria, mas com dentes afiados), unhas pontudas e um cabelo claro, que se esse desenho fosse colorido eu adicionaria vermelho ou branco (ambos cabelos relacionados a vampiros.
  • Lobisomem: Eu só criei a transformação mais lupina, porque eu achava até mesmo ofensivo pra caracterização dos lobisomens de Supernatural a transformação deles serem apenas "humanos feios", algo tipo o Dentes-de-Sabre. "Ah, mas não ia ter dinheiro pra CGI", vocês já ouviram falar de maquiagem e figurino? Ou pra fã de Supernatural efeito prático é coisa das cavernas?
  • Metamorfo: Eu separei a forma humana como parte do poder dele, de se passar por humanos e trocar de peles pra mudar a forma, de uma forma monstruosa (baseada em Analog Horrors) que seria a forma sem pele. Metamorfos (Shapeshifters) pelo que entendi são baseados em Doppelgangers, um tipo de entidade maligna que se passaria pela pessoa que representa, e que se a pessoa de verdade encontrá-la, ela morre ou é amaldiçoada.
  • Fúria: Achei de boa o detalhe de serem monstros humanos com lâminas ósseas, mas pra deixar mais estranho, só precisei desenhar com os olhos pretos. Fúria pode se referir tanto a um tipo de fantasma puto após a morte, como também tem em World of Darkness, quanto à versão romana das Erínias, que são entidades que punem vingativos (Alecto), infiéis (Megera; inclusive daí a origem do nome "megera" pra definir mulheres com muito rancor e ciúme) e assassinos (Tisífone), então sim, os olhos pretos ainda têm um simbolismo de vazio e ódio.
  • Vetala: Pelo que eu vi é tipo um vampiro-dragão da mitologia hindu, que pode ser tanto espíritos que possuem corpos quanto os próprios corpos ressuscitados em forma de monstro, o que ocorreria, segundo a lenda, se não houver um funeral digno pra pessoa. Eu adicionei partes de cobra mais aparentes que o que tinha em Supernatural (de novo, na série os monstros só parecem pessoas feias ou que ficam feias quando tão mais fortes) e um tipo de pinta na testa, baseada no Bindi, um símbolo comum em mulheres casadas, um pontinho vermelho feito de um pó de açafrão chamado Kum Kum. O vestido eu tentei me basear na moda indiana mas saiu muito simples.
  • Castiel: O anjo co-protagonista da série, e só pra dar mais detalhes de anjo, mas ainda mantendo a parte simples, eu só adicionei asas com adornos e um sigilo na camisa, considerando que sigilos são os símbolos usados pra evocar anjos, gênios ou demônios.
  • Wendigo: Pode parecer que eu me baseei em Analog Horror de novo, mas na verdade o jeito do rosto eu me baseei em algumas ilustrações do Slender Man, e junto adicionei os chifres de alce. Wendigo é um monstro do folclore nativo-americano, das tribos algonquinas, geralmente descrito como um monstro meio alce e meio humano, que só se alimenta de carne humana.
  • Skinwalker: Achei sem graça esse monstro no Supernatural ser só humanos transformados em cachorros, afinal, na mitologia Navajo original, Skinwalkers eram bruxas malignas que extraíam poder dos animais dos quais vestiam sua pele, o que com o tempo foi interpretado como um poder de mudar de forma, como naqueles vídeos do Youtube e Tik Tok sobre animais andando de forma bípede, como vídeos estranhos de ursos andando em pé ou esses vídeos de um cachorro de três patas andando em pé que me deram arrepios, que eu vi a partir do Knuppy, o que me fez adicionar apenas o fato de que o Skinwalker "melhorado" do diagrama pode andar em pé, o que numa série com foco em terror de monstros ficaria bem medonho com a ambientação certa.
  • Ōkami: Vindo de Inari Ōkami, um kami japonês das raposas, do arroz e da fertilidade, que tem como avatar uma raposa branca, e eu achei desrespeitoso uma entidade tão foda da mitologia Tao japonesa ser só um monstro genérico em forma de mulher feia. Por isso adicionei detalhes tipo uma Kemonomimi (algo como uma personagem metade furry e metade humana), com olhos grandes, cabelo humano, um corpo esguio e mais leve que o do lobisomem transformado, e sem cauda, o que inclusive me levou a adicionar a cauda no lobisomem do redesign pra ficar ainda menos repetitivo.
  • Gênio: Não tive muito do que adicionar nos Djinn porque eles já têm um design muito incrível, então eu só fiz ele musculoso. Os Djinn mais legais são os com maior porte físico, mesmo se for músculo ou gordura. O poder dos Djinn na mitologia árabe é a de tanto serem fortes pra serviços manuais quanto controlar magia pra criar recursos pra seus chefes, e eles são na mitologia árabe o que os anjos são pros abraâmicos e o que os daemons são pra gregos e romanos, ou talvez o que os elfos são pros nórdicos e as fadas são pros celtas, mas acho que tô indo muito longe, e o poder de realizar desejo vem do livro de Aladdin nas Mil e Uma Noites, embora que no livro tenha dois gênios (um mais fraco pra serviços manuais e um mais forte que realizava desejos, mas eram desejos infinitos), o Gênio do filme da Disney podia realizar só três desejos, o que pra falar a verdade foi um nerf interessante e até teve um impacto no conceito de Djinns (tô especificando que são Djinns porque há mais categorias de Gênios, como os Ifrits - gênios demoníacos de fogo, sendo o líder deles o Iblis, uma contraparte islâmica de Lúcifer - e Ghouls - gênios malignos que se alimentam de carne humana e que inspirou o conceito de Tokyo Ghoul). Os Djinn de Supernatural não controlam a realidade pelo que eu saiba, mas seria interessante haver algo como contratos/pactos (realizar desejos com um custo).
  • Dragão: Eu desenhei eles de forma bem animal e similar ao dragão medieval, afinal, além de desrespeitoso que nem fizeram com a Ōkami, também é um roteiro preguiçoso pior que o que teve no filme do Flash que teve ano passado, porque usaram a ideia dos dragões mudarem de forma como desculpa pra eles terem forma humana, o que pra mim é pros dragões de Supernatural o que a pele que brilha no sol é pros vampiros de Crepúsculo. Fiz um design com e sem asas, pra indicar que o máximo que teriam como poder de mudar de forma é o pra criar e retrair asas, e se desse pra adicionar mais coisas, daria pra desde fazer o mesmo com as garras (assim como leões e tigres, que são ambos base pras patas de dragão de várias histórias) ou mudar de cor (assim como os camaleões, aproveitando que dragões são baseados em répteis)
[Curiosidade louca: Dragões-de-Komodo já foram considerados uma lenda por muito tempo, sempre descritos como "feras similares a dragões" que habitavam a ilha de Komodo, na Indonésia, até o animal começar a ser catalogado em 1910, esse animal raramente ataca humanos, embora seja bem venenoso]
  • Fênix: Eu mantive o design humano por um motivo experimental que era de testar a forma humana ainda com um estilo de Fênix: Extravagante, elegante, com tema aviário, como ilustrei no Olho de Horus no rosto (assim como a Fênix grega é tanto baseada na Benu da mitologia egípcia quanto uma entidade egípcia por si só), e se esse desenho fosse colorido, eu iria encher de cores, com um terno arco-íris como eu já fiz pro Turbalani e a Luna Pleine em Projeto Dream, a capa amarela e azul como a cauda de pavão, e um cabelo ruivo similar a um padrão de fogo. De quebra vou falar do Elias Flinch (uma fênix cowboy do passado) já aqui: Eu já gostei do estilo dele no original, então só adaptei pro redesign das Fênixes do diagrama.
  • Caim: Eu só adicionei um terno a ele, mas sobre a faca, eu fiz como uma faca asteca com lâmina de obsidiana, pra adicionar simbolismos da própria obsidiana, já que por ser um mineral vulcânico, é associado ao fogo, um elemento considerado primordial pra natureza e pra humanidade, diferente do design vazio como uma faca de prata que aparece na série, ou uma faca de mandíbula como é normalmente reconstruída. Obsidiana é um tipo de pedra especial, enquanto Caim é sempre descrito como alguém que matou Abel com uma pedra, tanto que na mesma Bíblia diz que Caim morreu com uma pedra caindo sobre ele, como se o que ele tivesse feito virasse contra ele.
  • Leviatã: Eu misturei várias coisas pra forma verdadeira desse ser, como lesmas (considerando que Leviatãs perdem força quando materiais alcalinos caem na pele deles) e polvos (baseado numa citação de que o Cthulhu é um ou tem a ver com Leviatãs), e mesmo que não pareça assustador no meu traço, ia ser muito maneiro se fosse feito um figurino disso, ou fizessem num traço mais sério e dark.
  • Jefferson Starship: São os monstros de elite criados por Eva pra deter os Winchester, fundindo vampiros e fúrias, nesse caso eu adicionei, além das presas, unhas e orelhas dos vampiros e as lâminas e olhos das fúrias, também asas de morcego e focinho, como se os detalhes dos dois monstros ficassem mais intensos, além de lembrar asas de dragão e cara de lobisomem.
[Não culpando a produção da CW, mas hoje em dia eu acho mais engraçado que assustador esse design de humano com a boca no lugar do rosto, lembra o Teethineer do Badwater Videos 2009, Monstros S.A tinha razão, tá cada vez mais difícil assustar as pessoas, e Universidade Monstros também, depois que a gente cresce a gente perde um monte de medo]

"Ah, mas o que é assustador de verdade pra você, Jean?"
Distorções da forma humana, ainda mais quando mistura muito detalhes escuros e sombrios com contraste de cores elevado, e esse contraste de design muito simples mas os poucos detalhes são muito destacados. Esse lance da entidade na foto olhar tão diretamente pra tela aumenta o fator horror, é bem desconfortável ficar olhando olho no olho, o que é mais comum em autistas no caso de humanos, mas em animais é quase uma regra eles não se olharem nos olhos, é como um sinal de desafio.
O body horror não precisa de gore ou violência, muita distorção física pode ser até melhor, como ocorre muito quando as entidades nas obras do Boisvert_ e aqueles poderes de braços gigantes.
Não só a simplicidade em contraste com o valor dos detalhes, e o uso de cores escuras e sem saturação, mas esse aspecto abstrato, parecendo entidades etéreas e invulneráveis, ou intangíveis. A Nictofobia (medo do escuro) é bem comum e até mesmo associada ao próprio medo do desconhecido e a monstros, o que dá a impressão de que esses seres se aproveitassem do próprio ambiente que se alojam, seja se escondendo em móveis ou em áreas pouco iluminadas.
Espaços Liminares: Fotos de lugares transitórios (assim como a liminaridade representa situações intermediárias), que você não vai tar lá por muito tempo, como salas de espera, salas de aula ou de escritório, banheiros e instalações como escolas, armazéns e supermercados, ou até mesmo ruas, porém, além de inabitados (o que deixa estranho por serem lugares de criação humana), adicionados com elementos que adicionem desconforto, como má qualidade, elementos fóbicos como escuridão, ou abstratos como olhos de frente pra tela e colagens, ou em casos raros algumas entidades, de preferência que sejam como o que eu falei: Claramente distorcidos ou então algo que pareçam, além de monstros fortes, algo que não dê pra vencer, no máximo fugir, por um motivo que completa alguns desses tópicos que eu citei. Conseguem ser assustadores na medida certa, eles dão uma ambientação boa pro horror e não dependem de chocar o expectador.
Mais sobre Body Horror: Como dito antes, não é necessário usar gore pra fazer "terror", afinal, gore não é exatamente assustador, é mais nojento e chocante, o que mais dá medo no gore, por ser desconfortável, é o fato de que alguém morreu ou se feriu muito gravemente, e o problema disso é a insensibilidade das pessoas que gostam desse tipo de situação. Body Horror é sempre o horror pela distorção corporal, como eu mostrei pelas entidades esticadas, abstratas ou vagamente humanas, no caso de monstros, a distorção de humanos ou animais acaba deixando eles medonhos, como o Seth (foto acima), do Uncanny Project da Molly Brown, conhecida como "Deadlymelodic".
Vilões bem-feitos: Algo que deixa os vilões gostáveis em qualquer história é se tem motivos pra sentir motivos negativos, seja medo, raiva ou dúvida (terceira opção se você souber criar motivações solidamente definidas sem necessariamente passar pano pro personagem), e um vilão que me dava medo na infância era o Doutor Octopus no Homem-Aranha 2 de 2004 (esse filme é uns 4 meses mais novo que eu e isso é... interessante), que não me dava medo só porque ele era bem maligno ou tinha um plano muito perigoso, mas também pelo que é construído no filme, como os tentáculos dele que são pesados e me davam na época a sensação de que, se ele apertasse, mesmo com pouca força, o Homem-Aranha, ele seria esmagado por aquilo, ou o chip inibidor perdendo controle dos tentáculos (o que também deixa triste pelo fato do personagem estar fazendo aquilo irracionalmente, corrompido), ou o Octopus ter colocado tanta gente em risco e, diferente do Venom que só enfrentou os heróis, e o Duende Verde que matava direto as pessoas, esse usava as pessoas como um tipo de arma, as colocando em perigo pra chantagear o Homem-Aranha, o colocando num dilema entre salvar as pessoas ou deter o Octopus, como a lendária cena do trem.

Mas falando um resumo melhor, há uma trindade que define melhor o que pode, não só me assustar, mas assustar qualquer um: O mistério, o desconforto e a sensação de ser real são muito importantes pra criar um terror bem-feito. É sempre importante induzir o medo do desconhecido e a curiosidade pra procurar a razão do próprio medo, criar uma ambientação ou suspense, indicando pouca segurança perante à fonte do medo, e deixar a produção imersiva, seja criando um realismo pra dar a ideia de que a entidade ou a ambientação possa existir, ou se não for uma produção em imagens (em textos ou em áudio), controlar bem o que tá narrando, descrevendo e tematizando, pra dar uma sensação enervante e paranoica, o terror literal, composto por monstros e gritos, é insuficiente quando não tem terror psicológico, o medo que entra diretamente na cabeça humana.

Nem eu esperava que terminasse com um tipo de tutorial de como criar produções de terror, mas é isso aí, às vezes só basta deixar as coisas acontecerem normalmente.

Até mais!