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Filhos do Sol em outras realidades

27 de jan. de 2022

História dos dragões

[Esse post pode ter um tanto de detalhes do vídeo da Replai (link aqui), mas ainda vai ter paráfrase (uso de palavras próprias) e também detalhes a mais, incluindo dragões da fantasia/ficção]

Primeiros dragões
 Dragões surgiram de forma bem simultânea em várias culturas, e mesmo tão diferentes, eles ainda possuem detalhes em comum o suficiente para se tornarem em um mesmo tipo de animal: formas de répteis, voo (com ou sem asas), criaturas gigantes e poderes elementais.
 Na humanidade, é comum o uso de animais como símbolos de poder (como leões para os romanos, crocodilos para os egípcios, elefantes para os indianos, águias para os estadunidenses - embora que isso não seja um símbolo mitológico - e lobos para os nórdicos), mas os dragões são os poucos animais realmente imaginários, usados como símbolo.
 Considerando que todos os dragões têm bases em serpentes, e também que serpentes mitológicas também são associadas a dragões, é porque essas civilizações viam esses animais como seres agressivos (com exceção da China, que já chegaram a usar esses animais como pets ou no mínimo para eliminar ratos), e a serpente aparecendo como símbolo de agressão (por serem predadores assustadores, tanto que a nossa visão está adaptada para reconhecer melhor as cobras) ou esperteza (por serem animais que dependem de emboscadas para capturarem suas presas) foi evoluindo até formarem variações mágicas, assim como tem leões mágicos (que são símbolos de nobreza) ou herbívoros mágicos (que são criaturas tão pacíficas quanto os herbívoros reais e são símbolos de pureza).
 E sobre o nome "dragão", o máximo que eu achei foi que vem de "drakón", que é "grande serpente" no grego antigo, tanto que monstros com base em serpentes (sem exceção) na Grécia também são referidos como dragões, como a Hidra, a Píton, o Ladão, os Basiliscos e alguns detalhes da Quimera, que antes eram de serpente, mas foram atualizados como de dragão, inclusive, é teorizado que o bafo de fogo dos dragões é reutilizado da Quimera, embora que tenha poderes assim também no Leviatã, que ambos cospem fogo e expiram fumaça.

Dragões ocidentais
 Depois do auge de Roma e da chegada do cristianismo, as culturas de ambos os povos se uniram, tendo conceitos romanos aplicados a entidades judaicas (como os anjos com forma humanoide ou os demônios meio-gente e meio-bode), assim como conceitos judaicos se aplicaram a entidades romanas. Entre as criaturas que foram atualizadas, veio o dragão, que uniu os conceitos das serpentes gigantes e mágicas, com o bafo de fogo da Quimera e a posse de tesouros dos grifos. E os dragões, embora agressivos e até associados a demônios, foram usados como representação de poder, nobreza e coragem.
 No Oriente Médio, dois dragões muito conhecidos das mitologias de lá são a Tiamat (uma serpente gigante de puro caos, que Marduk eliminou e usou seu corpo para criar a Terra) e Bahamut (um dos poucos dragões que não têm base em répteis, que inicialmente era um peixe gigante que, junto com Kujata e um anjo islâmico, segura toda a criação, e em Dungeons & Dragons ele é representado como um dragão gigante com corpo de platina).

Dragões orientais
 Os longs são dragões chineses, com corpo serpentino com patas de ave, barba, escamas coloridas e galhadas na cabeça, e eles são seres pacíficos por causa do uso deles para caçar ratos, enquanto também se tornaram símbolo de realeza por causa do interesse dos nobres em terem esses ícones dos dragões, seja pelo interesse dos nobres por coisas exóticas ou também para demonstrar que são poderosos.
 E diferente dos dragões ocidentais, eles além de bons também são deuses ou semideuses, que podem trazer água doce (por chuvas ou rios), fertilizar o solo e até concederem o tempo e as suas datas, incluindo as estações do ano. Mas em contraparte, tem também dragões chineses como animais comuns, entre eles as carpas que, após cruzar um arco no topo da cachoeira, se transformam em um dragão, que pode ser similar aos dragões divinos mas com os poderes em menor escala.
 No Japão e na Coréia também tem dragões com bases chinesas, inclusive, em Dragon Ball, esses dragões como deuses são muito comuns, e têm até o poder de realizar desejos, um recurso muito usado no anime. E a figura bondosa dos longs é o que mais acelerou a alteração dos dragões como figuras boas e até cósmicas.

Espécies e Variações
- Draco: O dragão medieval clássico, com 4 patas, 2 asas membranosas, poderes de fogo e inteligência suficiente para formarem colônias ou terem conceito de valor. Fora isso, ainda tem dracos sem as patas dianteiras, que diferente das serpes/wyvens são muito maiores e mais poderosos, iguais aos dracos "completos".
- Wyvern: Geralmente dragões medievais de 2 patas e 2 asas, mas também tendo como características eles serem mais fracos e mais comuns e alguns casos nem cospem fogo.
- Long/Ryū: Dragões asiáticos de 4 patas e que voam telecineticamente, em sua maioria eles manipulam os elementos da natureza e o clima, e alguns carregam esferas especiais, similares às esferas dos yokais, o que também inspirou às esferas do dragão em Dragon Ball.
- Dahaka: Um dragão persa de 3 cabeças e com propriedades mais próximas dos dragões europeus, incluindo o bafo de fogo e voo.
- Knucker: Um dragão extremamente longo e com asas muito minúsculas, provavelmente que não deem voo, e esses dragões têm preferências aquáticas (tipo os pinguins), e essa criatura aparece na lenda de Beowulf, um herói anglo-saxão.
- Amphiptere: Uma espécie de dragões serpentinos, sem patas e com duas asas.
- Wyrm: Dragões-minhoca, cujo nome vem da palavra latina que significa "verme", inclusive na maioria esmagadora das histórias, tanto ocidentais como orientais, têm os wyrms como a forma larval dos dragões.
- Drake: Pode se referir tanto a dragões jovens, que têm a forma de dragão mas ainda são jovens e pequenos demais para terem o nome dragão de fato, mas também pode ser dragões de 4 patas mas sem asas.
- Kaijus: Muitas criaturas gigantes japonesas adotaram o nome "kaiju", que inicialmente era só uma expressão comum para monstros, começou a ser um nome de monstros gigantes, tendo muitos com formas de dragões (como Ghidorah e Rodan) ou dinossauros especiais (como o Godzilla e suas variações).
- Dragões marinhos: Dragões de forma serpentina que vivem no mar, podem assumir diferentes elementos, mesmo fogo, como é o caso do Leviatã, antes uma baleia gigante, depois um dragão e por fim um anjo caído em forma de dragão.
- Hidra: A base para dragões de múltiplas cabeças ou que têm muito veneno, já que ela tem ambos. Ela possui normalmente 9 cabeças com um veneno tão forte que só dela respirar já intoxica o ar, suas cabeças podem renascer a menos que seu pescoço seja queimado em seguida, e ela é o segundo trabalho de Hércules, e em outras versões, a Hidra seria o próprio Pântano de Lerna, que Hércules teria de drenar e limpar aquele pântano, mas o rio desse pântano foi adaptado para a própria cobra gigante.
- Basilisco e Cocatriz: Antes uma mesma criatura mas agora separada em duas raças, sendo o basilisco uma cobra gigante com cabeça de galinha e que pode queimar tudo o que se aproxima dela, e o cocatriz um dragão-galinha com uma visão petrificante.

Poderes comuns entre dragões
- Manipulação de fogo: Todos os dragões ocidentais e uns poucos orientais no mínimo cospem fogo, e alguns mais poderosos podem controlar o fluxo de fogo no ambiente e usá-lo como arma, ou acessar o plano elemental do fogo. Leviatã pode soltar fogo de seus olhos também.
- Arsenal natural: Os dragões têm praticamente todo tipo de arma natural comum na natureza, como asas para voar, cauda para apoiar o corpo ou segurar objetos como uma mão pélvica, garras para cortar, presas para morder e envenenar e chifres que, embora não sejam práticos como arma em um carnívoro, ainda servem para segurar objetos com a cabeça.
- Manipulação do clima: Além dos longs e r
yūs, os dragões anciões também têm o poder de afetar as propriedades da natureza, como é o caso dos dragões de Game of Thrones, cujo poder de fogo é o responsável pelo calor naquele mundo, ou então dragões brancos de D&D que podem criar nevascas com sua boca.
- Telepatia: Alguns dragões na ficção podem falar telepaticamente, inclusive podem usar isso para conversarem com humanos ou animais, e alguns mais avançados até podem manipular mentes, como o Alfa de Como Treinar o Seu Dragão ou os dragões de Senhor dos Anéis.