Blog do dia

Filhos do Sol em outras realidades

12 de jun. de 2022

Coletânea de Contos 1

Tinha uma pequena época que eu simplesmente anotava pequenos texto sobre criaturas que eu tive a ideia de apresentar, mas nenhuma de estendê-las ou uni-las em uma única história, msm que da tag "histórias únicas", que se tratam de histórias curtas de página única.

Cabelo-de-Ouro na cidade dos anões
- Era uma vez uma bela menina, de cabelos dourados como uma igreja barroca, pura como água destilada, e de olhos azuis que pareciam dar uma sensação de perda de sede ao serem vistos, porém, por inveja de suas irmãs, ela foi perseguida pelas mesmas, e então, ela fugiu para as florestas, caindo em uma caverna que só por fora parecia assustador, mas dentro, era algo digno de mitologia.
- Uma cidade dominada por homens e mulheres bem pequenos, com chapéus pontudos, orelhas e narizes redondos e sempre carregando ferramentas, em prédios de pedras iluminados pela magia daqueles seres. Ela, encantada pela beleza daquele reino, decidiu ficar, mas aquele povo não parecia gostar dela por ela ser muito alta e, pela aparência, muito vaidosa. Sete dias e sete noites se passaram, e ela começou a conviver na humildade, ela ajudava os anões e se sentia igual a eles, mas sentia que precisava voltar.
- 10 homens e 2 mulheres se voluntariaram para ajudá-la, e essas 13 pessoas indo para o reino em uma carruagem de toupeiras draconianas, alcançam o castelo, em que a bela Cabelo-de-Ouro se apresenta e conta o por que de seu desaparecimento.
- Suas irmãs, que eram 7, foram desertadas, e ela foi marcada para um casamento com um burguês da cidade, que o rei estava planejando para a irmã mais velha de sua principal filha, e a Cabelo-de-Ouro viveu muito feliz e orgulhosa de sua recuperação, mas ainda sentirá saudade dos anões, que não poderão viver perto dos homens.

Cavalheiro Sem Cabeça
- Olá, nobres cabeçudos, eu sou Crane Walken II, conhecido como o Cavalheiro Sem Cabeça dos calabouços, eu estou morto, mas também vivo, eu não como, mas não sinto fome, eu não respiro, mas sinto meu corpo sem nenhum funcionamento, e eu não posso falar, só escrever, e nenhuma cabeça se encaixa em mim, mesmo eu tendo um pescoço humano que possa funcionar com tais unidades.
- Estou preso em um calabouço de um castelo pelo horror que eu causo às pessoas por ser um zumbi sem cabeça, que tenta conversar, mas não sai nada agradável do que sobrou de minhas cordas vocais. Mas eu posso escrever cartas para a família real que me guarda, ou para os circos interessados em mim.
- Cabeças? Bem, nunca matei alguém, muito pelo contrário, eu fui morto, executado por um crime que nunca fiz, e com medo de que ninguém poderá mais acabar com minha vida, me deixaram aqui, trazendo água para me refrescarem, papel para eu escrever, e cabeças de pessoas já mortas, para verem se me completem. Mas, entretanto, concluo que eu vou viver para sempre assim, uma aberração em forma de um homem sem cabeça.

Aquele que vive no escuro
- Akevinsq, aquele que aguarda atrás do armário, Akevinsq, aquele que é sustentado de contradições e ignorância, aquele que vive no terror. Ele não tem forma, não é divino, não é profano, não é humanitário. Ele não é vivo, não é morto, não é amortal, sua existência não se sabe. Rimas o irritam, então, evitem-nas.
- Essa, é a canção de ninar que conta a história de uma entidade desconhecida, do folclore norte-americano, que se extende do interior do México, até mesmo cantos populares do Canadá, Alasca e Texas, que conta sobre uma criatura como o Bicho Papão ou Bye-Bye Man, usada para assustar colegas no acampamento, mas sempre que essa canção era proferida, uma das pessoas que ouviram morre no dia seguinte.
- Aparentemente, se a pessoa apenas contar como um texto, e não como uma música, o efeito não acontece, apenas assusta as pessoas. A descrição da criatura desenhada varia muito, sendo a versão mais popular uma da forma de um rolo de papel higiênico rodeado de vapor, originada no 4Chan com a intenção de ridicularizar essa criatura, mas caindo na boca do povo.

O Bar de Cristal
- O melhor bar, restaurante, barbearia e locadora do universo, localizado em uma outra dimensão, que pode ser acessada por literalmente qualquer lugar no universo, seja por portais mágicos, cavernas abissalmente profundas ou até mesmo sonhos, embora nesse último caso não seja possível interagir com esse bar dimensional.
- Esse estabelecimento tem 10 andares, cada um com mais de 100 metros quadrados, embora nunca com o mesmo formato nos andares e suas salas, como se esse lugar fosse subterrâneo, embora não tenha como saber onde esse lugar fica exatamente. As paredes são indestrutíveis, portas que não vão pra outras salas têm portais que levam a pessoa para suas casas instantaneamente.
- As bebidas têm um brilho púrpura, azul-turquesa, escarlate, vinho, verde-limão ou multicolorido, com aspecto de neon, e sempre com sabores maravilhosos. Qualquer moeda é válida, qualquer corte de cabelo é possível, incluindo o Cabelo Indestrutível 3000. E os empregados daquele bar são criaturas semelhantes a chamas com olhos e asas.

Irmandade
- Uma sociedade secreta que vivia nos subterrâneos de todos os países pareciam serem capazes de controlar tudo o que havia acima deles, eles não eram animais diferentes, nem criaturas novas, e não são robôs rebeldes, eles se parecem com humanos, com roupas datadas do século X d.C., olhos vermelhos brilhantes, e nenhuma linguagem é usada por eles, nem em palavras/letras, nem em imagens, nem em sons, e mesmo todos distantes uns dos outros, eles são capazes de se comunicarem e se encontrarem.
- Quando um desses "irmãos" sobem à superfície, um grande caos acontece. Pessoas boas e influentes morrem, guerras ocorrem, pessoas más sobem ao poder, e populações são manipuladas para idolatrarem ideias idiotas e temerem inimigos invisíveis. Não há esperança, eles podem ser invisíveis para pessoas sem imaginação fértil, mas eles não podem ser mortos pelo que a humanidade é capaz de usar.

T'ngalr
- Um livro misterioso encontrado em uma Igreja do Vaticano em 1978, empoeirada, irreconhecível, e com letras estranhas, o que as pessoas temiam que fosse mais um manuscrito de língua desconhecida e desenhos absurdos, mas por incrível que pareça, estava escrito em italiano, em uma letra típica do século III, e seus desenhos eram como os de iluminuras medievais genéricas, mas com bem menos variedade de cores, e as poucas cores usadas eram sempre sólidas e com sujeiras feitas com a mistura das tintas.
- Com mais de 1010 páginas, 201 delas contam sobre etimologias católicas, incluindo contos sobre anjos, demônios, dragões e Adão e Eva, outras 333 delas contam sobre hermetismo e alquimia (como deu exatamente 333 páginas? ninguém sabe), 7 delas descrevendo a fabricação de uma Pedra Filosofal, 22 contando a história do Rei Arthur e a localização de Excalibur e Avalon, 79 narrando descrevendo a aparição de OVNI's em Gênova e as suas consequências, 103 páginas sendo reescrituras de filosofias gregas clássicas, 10 páginas mostrando monstros únicos demais para as mitologias convencionais ou a cultura popular atual, como o Monstro de Cracóvia, a Tartaruga-Terra e os Gull, 4 delas formando uma ilustração inteira da Via Láctea no traço das iluminuras, e 192 delas descrevendo uma civilização perdida localizada entre a Península Ibérica e o Oceano Atlântico, dito como tendo um poder além da compreensão humana.
- Os Gull, mencionados na página 741, em forma de uma massa de carne com a frente na forma de um corpo de homem, e que são eternamente vorazes e caçam qualquer coisa que seja orgânica, e depois de 10 anos de chegada, eles desaparecem, encontrados somente nas grandes ruas de Brandemburgo, na Prússia. E essa civilização perdida no Atlântico não se chama Atlântida, e sim Oblivio, e descrito como uma cidade sempre escura, com prédios azuis que brilhavam de forma anormal e habitantes semelhantes a homens com cabeça de peixe.
- As 66 páginas restantes ainda estão sob estudo, porém, uma palavra foi descoberta na página 991 possui um texto inteiro em uma língua única e de origem sânscrita, com palavras impronunciáveis e algumas que podem resultar na morte do leitor só de serem pronunciadas verbalmente.