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Filhos do Sol em outras realidades

30 de jan. de 2022

O jogo dos mundos - parte 10 - escuridão e aço

[Esses episódios de Jogo dos Mundos não são episódios lineares, então está tudo bem ler na ordem que quiserem. Para mais episódios da categoria, confiram essa tag]

 Durante a formação do céu e do inferno, e depois da criação dos elfos, demônios e humanos e do adormecimento dos dragões, muitas alterações na Terra se formaram, e daí que San Mundai, além de separar os deuses do céu dos deuses do inferno, também construiu barreiras herméticas que impedem esses deuses de interferirem diretamente no mundo mortal. E os deuses do céu são liderados por Sura (deus das chuvas e grande usuário dos raios), Hzena (deusa da arte, da filosofia e da matemática), Tinr (deus do fogo, que traz poder aos seres vivos e também pode ser comunicado por piromancia), Hesitania (deusa da magia, da lua e da natureza, capaz de abençoar humanos com magia), e os deuses do inferno são liderados por Leviatã (deus do mar, cujas punições no inferno dos mortos envolvem rios de sangue, piche fervente e ácido, e ele pode atacar navegadores com tempestades) e Ishtar (deusa da morte e dos animais carnívoros, e que apesar de estar no inferno por ver os dragões como uma ameaça, ou simplesmente operar como punidora do inferno, ela só segue as missões de Leviatã e também é mãe dos demônios).
 A humanidade cultuou vários deuses com o passar das eras, sejam esses os Keriia ou deuses próprios deles, e com sua tecnologia os humanos conseguiram evoluir até o topo da cadeia alimentar, até a chegada de vampiros, lobisomens, demônios e dragões, que levou os humanos a recorrerem aos deuses, já imaginando que a sua ciência não fosse o suficiente, e então, nasceram os magos, cuja magia original lhes dão poder sobre a natureza de uma forma que não os corrompa, e alguns magos podem até mesmo restaurar vampiros ou lobisomens ao estado original, controlar dragões assim como eles podem chamar outros animais, e banir demônios ao inferno.
 Porém, há cidades que se mantiveram com a ciência acima da religião, e por isso, suas armas eram puramente materiais, e também buscavam estudar essas criaturas para poderem se defender de forma mais eficiente, inclusive, zoólogos da cidades do extremo sul do mundo (como Afrani, Morrocó e Extenia) conseguem usar lobisomens como animais de caça, algo que outros povos, já tendo magia, acabam precisando apenas de cachorros, e também podem carregar armas de prata e borrifadores de alho e pimenta, o que pode eliminar vampiros, paralisar lobisomens inimigos ou também queimar cavaleiros loucos sem o ato de remover sua armadura.
 Já uma cidade ao norte, no entanto, não possuía nenhuma tecnologia avançada, nem uma alquimia hermeticamente eficiente, porém, eles também não tinham nenhuma cultura consistente, em que, enquanto as pessoas viviam de superstições como molde de seu conhecimento, outros mistificam vários conceitos de outras civilizações (vendo tecnologias como poderes mágicos, ou vendo religiões alheias como falsas e manipuladoras), já outros povos ignoravam qualquer caminho espiritual, seguindo apenas o que sua carne pedia.
 Essa civilização, chamada Priona, é uma das poucas cidades desse mundo que só se deterioraram com o passar do tempo, não tendo altos e baixos, nem um estágio de recuperação, parando em uma idade das trevas onde ela mesma acabou se extinguindo, seja porque as pessoas não tinham uma saúde decente, porque suas armas só eram boas para caçar animais e tinham péssimas condições contra as armas de ferro, aço, prata e diamante de outros povos, ou também armas de fogo e explosivos (embora essa última opção seja muito mais usada para mineração e demolição do que em combate), e era também considerada uma civilização analfabeta, não tendo nenhum registro em letras e palavras, somente desenhos ficaram para trás, e o que as pessoas conhecem sobre a linguagem falada de Priona é bem rudimentar, mas as pessoas garantem que é como as línguas de outros povos do norte, como Scandis, Noranga (um dos países mais visitados, e também um dos mais saudáveis de se morar mesmo com um clima tão gélido) e Inglagon (que desenvolveu a língua mais falada no mundo, devido à sua simplicidade e praticidade), e outro detalhe que os teólogos e sociólogs de Chirasil (uma cidade de grande demografia rural, arquitetura barroca e grandes festas tradicionais, entre o Oeste e o Centro do hipercontinente) é que, como eles não tinham religião fixa, nem uma língua escrita, esse povo sucumbiu aos monstros, devorados por vampiros e lobisomens ou absorvidos pela escuridão.
 Uma vez, uma maga chamada Mendina VIII entrevistou os elfos de Lacutia, querendo saber o por que dos elfos não terem interferido naquela cidade, e ela recebe a triste resposta: "Eles não tinham esperança, seu conhecimento estava tão limitado perto de outros povos que educar toda aquela civilização iria durar uma eternidade, e proteger eles seria uma tarefa desnecessária, gastando muito tempo e recurso com algo que não irá avançar, e também que tal ato de ajudá-los só iria alimentar a ideia de que os humanos não foram feitos para evoluírem", e conferindo mais sobre o que os elfos costumam ajudar ou ignorar no mundo humano, Mendina confere a Biblioteca Inglazhena, ainda em Lacutia, e lendo alguns livros e conversando com alguns dos elfos dali, ela descobre o que leva os elfos a lutarem na Terra.
  • Civilizações humanas atacadas pelos demônios
  • Monstros que estejam atacando povos humanos à larga escala
  • Conflitos que não envolvam só humanos
  • Humanos que estejam destruindo a natureza (um dos únicos casos em que os humanos quem é atacado como punição)
  • Civilizações importantes sendo ameaçadas
 E vendo essa ideia utilitarista dos elfos, ela descobre que as missões de intervenção dos elfos são muito mais difíceis de decidir que o esperado, mas ainda tinham de certa forma algum sentido, inclusive, os elfos foram os responsáveis por impedirem os demônios de corromperem os humanos por vários séculos, conservarem estudos e a estrutura de cidades como Inglagon e Chirasil, e também que o fato dessas missões dos elfos serem muito secretas, muitos questionam a existência desses e de outros seres mágicos, ainda conservando a fé em intervenções divinas, o que também se conecta com uma ideia que os elfos seguem, "Se os deuses precisassem controlar a vida dos homens, os homens não evoluirão, pois eles se tornarão dependentes das forças divinas".
 Já entendendo o que os elfos realmente pensam, Mendina volta para a sua casa em Morrocó.

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