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Filhos do Sol em outras realidades

10 de dez. de 2021

Dotspaces: Atlântida

[Essa narrativa possui ligação com Dotspaces e outras narrativas]
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 A Atlântida é muito mais antiga do que os próprios helenes - os povos gregos, romanos e macedônios - foram capazes de registrar, já existindo desde quando os humanos ainda estavam desenvolvendo suas tecnologias, mesmo técnicas de acender fogo, e enquanto o solo firme parecia ser escolhido para os humanos e monstros, os atlantes preferiram morar nas águas, um lugar que parecia tornar o desenvolvimento de tecnologias impossível, mas na verdade eles não precisaram do fogo, a primeira tecnologia realmente complexa e impossível para espécies não sapientes, para avançarem.
 O primeiro avanço que eles fizeram foi o de começar logo pelo ato de domesticar animais, começando principalmente por atuns, tartarugas e bagres, sendo esses terceiros o substituto ideal do fogo, porque com essas coisinhas elétricas eles conseguiam sua fonte térmica e forma de ataque artificial, paralisando mortalmente feras muito grandes. Inclusive, logo após isso, eles começaram a construir quarteirões com torres de pedra, em sua maioria esféricas para que não sofressem com a pressão da água, e com os espaços sem água que sobrava nessas lugares, eles começaram a criar seus próprios jardins, armazéns e "aquários reversos", ou "zonas respiráveis": regiões com muito espaço livre, ricos em plantas, fungos e bactérias, que mesmo a luz interferida no mar conseguia alimentar aquelas plantas, disponibilizando, embora com restrições das leis atlânticas, o uso do fogo, ensinado por vizinhos humanos.
 O vidro, o concreto, as esponjas e o aço já foram também descobertos por essa civilização marinha, muito antes dos seres humanos, sendo assim, eles estavam muito na frente, mas nunca entraram em conflito com os humanos por vantagem de terreno completamente desbalanceada dos atlantes, de estarem nas regiões mais profundas do Oceano Atlântico. E mesmo com lendas e cultos, eles também usam magias que funcionam e, não só tinham monstros em sua sociedade, como também eram categorizados como monstros, especificamente da "filo" dos prodígios(monstros humanoides e sapientes).
 Durante a época da Roma Antiga no auge, houve várias guerras civis que, não só reduziram a Atlântida, como também a dividiu em vários outros territórios, formando assim algo similar com a divisão de Roma após sua queda, embora que a Atlântida, em vez de ser reduzida a uma cidade como aconteceu com Roma, ou a um país bem pequeno como a Grécia, essa ainda se manteve bem firme e grande e, depois do ano 410 a.C., aquelas civilizações fizeram as pazes, com o Tratado dos Subatlantes, em que eles, mesmo separados, ainda tinham de se respeitar e avançar unidos, e com esse tratado de paz, feito com papiro e tinta similares aos usados pelo ser humano, mas usados em zonas respiráveis, fez com que a Atlântida entrasse em um certo tempo de paz.
 Porém, na Idade Média, os atlantes começaram a visitar a Europa graças à curiosidade marítima da Península Ibérica, que viajaram pelo mar à procura de especiarias, mas então acabaram encontrando com monstros meio-peixes, que prometeram ajudar eles nas pescas em troca de que eles lhes oferecessem ouro e artefatos mágicos, e então, depois de 2 meses de trocas de ouro por bacalhau, os portugueses, furiosos, abriram guerra contra a Atlântida, algo que não deu nada certo, fazendo os marinheiros afundarem e se afogarem com um redemoinho provocado por esses safados do mar. E com isso, os atlantes nunca mais visitaram a Europa até o ano de 1492, em que Cristóvão Colombo esteve navegando para as Américas, ele acabou encontrando, não só os tais indígenas, como também colônias terrestres de atlantes, que com isso acabou zoando toda a viagem, consequentemente atrasando as colonizações para cerca de 1563 para todas as regiões das Américas, embora que, de resto, tudo tenha fluído normalmente.
 Sobre a linguagem, 13 países do sul usam português, espanhol e italiano, 4 países centrais, mais próximos da África, falam em uma variação própria do inglês, enquanto a atual Atlântida possui uma linguagem própria, que os humanos conseguiram traduzir usando de referência o grego, embora que, no meio da água, todas as 18 nações marinhas usem linguagens de sinais, até liminares às libras brasileiras e americanas, com poucas diferenças, e também que o alfabeto deles usam principalmente letras latinas e metade das gregas, totalizando umas 50 letras, e usam como sistema de números símbolos próprios, em um sistema tanto decimal quanto binário, e em caso de atlantes perdidos, eles podem assobiar no mar com força suficiente para ser escutada a 30 km de distância na água, e 12 km no ar, assim servindo como uma telecomunicação de urgência muito eficiente.


 Agora falando sobre a composição da civilização desses humanos aquáticos, os atlantes possuem grupos de sexo - macho e fêmea, como outras espécies animais, mas também havendo inclusões para hermafroditas/intersexuais, andróginos e sexualidades alternativas -, etnias - em sua maioria organizadas pelas espécies de animais aquáticos similares às unidades atlânticas, similar à maioria dos monstros (que têm etnias baseadas nos animais que representam) ou os humanos de diferentes cores -, raças - nesse caso, atlantes incluíam várias raças, como alguns monstros aquáticos (em sua maioria chamados de sereias e tritões), yokais (variantes referentes a lendas de criaturas aquáticas), leviatãs (monstros humanoides e meio-baleias, uma espécie parente dos "atlantes originais"[espécie a seguir] e que, diferente dos neandertais, conseguiram se dar bem com seus parentes evolutivos) e um grupo próprio de seres vivos que trouxe o nome da civilização (conhecida como uma subespécie dos homo exotis) - e castas sociais, que possui uma pirâmide social similar à dos egípcios e maias, com exceção dos escravos(que devido aos avanços eles não precisavam de algum trabalho forçado) e que a escrita, embora não seja exclusividade dos escribas atlânticos, ainda é motivo para os melhores trabalhos possíveis, por isso ainda mantendo um status elevado para quem tem a capacidade, e para evitar tais problemas, as lojas e áreas especiais usam ícones que se referem aos significados dessa cultura, combinado de iluminações específicas para localizar melhor esses ícones, usando bactérias bioluminescentes.
 E depois de aperfeiçoarem as artes das domesticações, eles desenvolveram diferentes tipos de ferramentas vivas, combinado com a imensa arquitetura com o tão forte concreto armado, com construções similares às de Oscar Niemeyer, ou com construções que usavam em grande parte a figura das conchas como base, e possuindo ferramentas próprias como: bactérias especiais que podem reconstruir pessoas de seus danos físicos, iluminar lugares escuros a partir de "fotossíntese reversa" ou desintegrar materiais descartados, em sua maioria plástico de baixa qualidade; bagres domésticos que são tão elétricos que, mesmo curtos como seus parentes selvagens, ainda conseguem ligar algo similar às torres de transmissão do solo firme; peixes-espada, embora ainda em fase de domesticação, que conseguem caçar vários animais para seus mestres, quase que como cães-de-caça; águas-vivas gigantescas gigantescas que transmitem a eletricidade pelas cidades e são alimentadas à base de plânctons como as baleias; fazendas de plânctons, algas e corais; zonas respiráveis especializadas para a produção e venda local de plantas que originalmente só se encontrava nas terras de solo firme; pecuárias de ostras e caracóis, dessa vez feitos, não só para a produção de carne, mas também a extração de calcário e, no caso das ostras, pérolas; e baleias também domesticadas, ao nível de servirem como veículos vivos.
Ilustração de algumas casas conchais e torres de transmissão vivas

 Outros materiais, dessa vez feitos pelos próprios atlantes, são os plásticos e motores originais, construídos com a descoberta do petróleo no mar, antes como um acidente ao escavarem mais e mais à procura de expandirem território, o que por um lado não foi problema, já que além dos humanos não terem direito de tocarem no petróleo marinho - mesmo o megalomaníaco Estados Unidos -, eles também podiam vender seus próprios produtos de petróleo, que eram mais eficientes que os da Terra, além deles também terem uma marca de bronze própria, variante de gerações de manufatura da família Orikalkam, chamada oricalco, um bronze luminoso, refinado o suficiente para se comparar com o aço.
 Algo curioso é que, quando a civilização atlântica já estava muito potente, em 1600, uma enorme criatura apareceu nos céus da Terra, durante uma belíssima noite banhada pelos braços da Via-Láctea, de corpo meio humano e meio draconiano, com cabeça de polvo, e com um mero tapa no causou um terremoto que quebrou muitas regiões dos países do Oceano Atlântico e banhou os litorais da América Latina e da África Ocidental e Subsaariana, assustando todo o planeta, formando uma guerra que só pôde ser parada por causa de magos atlantes que puderam reordenar as estrelas ao nível delas se alinharem, adormecendo aquele demônio e, depois, selando-o em um castelo, e os seguidores daquele monstro passaram a serem escravos dos atlantes por pura raiva da raça atacada.
 Esses seres meio-polvo não podiam se reproduzir com raças da Terra, nem entre si, mas eram imortais e tinham uma ligação telepática com seu líder, e assim tornando aquele titã adormecido em uma espécie de invocação, agora manipulável, sendo esse ser o Cthulhu, cuja mera presença podia enlouquecer humanos despreparados.
 Apesar da Atlântida ter sido tão inativa durante o Século XX nas ações da terra firme, eles apareceram muito, não só por começarem a fazerem filmes e teatros próprios, mas também porque eles estão desenvolvendo cada vez mais produtos que pudessem combater a poluição, assim podendo prolongar ainda mais a história da humanidade.