25 de jun. de 2025

O Templo do Arroz e os Frangos de Ouro

[Usarei essa história, um pequeno autodesafio de fazer um Dark Fantasy curto, para fazer reboot de uma história que eu acabei abandonando - Detalhe triste: Era uma história bem fraca que eu abandonei no primeiro episódio]

 Numa terra distante da Sumarta, um mero soldado entre os outros no exército sumartano, mais alto e mais forte que os outros, de um cabelo preto com alguns fios grisalhos e uma barba volumosa um pouco danificada, terminou de retornar de uma guerra ao lado de seus companheiros, alguns maiores, outros mais musculosos, outros pelo menos mais jovens e que poderiam continuar o exército se sobrevivessem, eles estavam em guerra contra um grupo de entidades que eles não sabiam o que seriam, mas para Sumarta eram nitidamente inimigos.
 Os Fomorianos, como eram chamadas aquelas entidades, tinham um corpo similar ao de humano, aparentemente, o porte físico, as cores e algumas partes corporais variam com o que poderiam ser castas ou subespécies, afinal, numa época dessas mesmo a biologia dos materiais terrestres era algo bem iniciante e primitivo.
 O general de cabelo comprido e barba danificada, chamado Foroman, esteve dedicado a destruir as tropas daquelas criaturas, ainda mais que a sua primeira esposa foi levada embora por aquelas coisas, e ele acredita que ela está morta, logo, usa como motivação para enfrentar eles com menos medo. Fomorianos aqui vieram de além do céu, mas usam cavernas como entrada para bases sob o seu solo, e com isso criaram grandes templos, calabouços, e inventos para não precisarem levar mais um ano para voltarem para a sua galáxia de origem.
 Foroman, depois de três meses treinando e repousando, enquanto caça feras para comer suas carnes e vender seu couro, ossos e chifres para artesãos, é chamado por um ancião da Sumarta por um presságio ao Leste, e convidado para ir visitar um grande templo de madeira, similar a um grande Minka, com paredes de madeira, portas de papel, um telhado e os rodapés de pedras, telhas e tijolos, no centro de um enorme campo de arroz, por isso, sendo chamado Templo do Arroz, e que, por aparentar ser inofensivo, não precisaria de tanta mão de obra para ir até lá em segurança.
 Porém, mesmo chegando em uma rota segura na Rota da Seda, e alcançando esse templo sem danos, ele sentia uma presença estranha, chegando dentro do templo, mesmo chamando para ser atendido, não era respondido, mesmo entrando no templo, onde tinha mesas, bancos e um altar de pedra em nome do chamado Deus-Elefante, uma figura antropomórfica, forte, com o rosto de um elefante furioso, e na cabeça dele, havia uma pedra que misturava o que um dia foram pedras-coração dos até então ditos como Fomorianos, Foroman chega à estátua e, quando tira dela a joia, o chão ao redor se desestabiliza, e quando o chão se quebra e Foroman cai num grande rio.
 Se levantando, nadando naquela caverna, ele alcança uma passagem, com um chão de azulejos brancos com tinturas e gravuras azuis belas, com passagem a um belo palácio, com pilares coríntios e paredes de tijolos de pedra à vista, no mesmo padrão de branco com desenhos azuis, ainda abstratos, com algumas galinhas de penas e crista douradas, mordendo o chão com seu bico, tirando sementes e insetos que lhe foram deixados. Foroman não entendia, não faz sentido os Fomorianos construírem tudo aquilo debaixo do solo, Foroman pensava, e conforme ele andava entre os corredores extensos, ele via circuitos que levavam ao que ele não compreendia, mas não se passavam de computadores criados pelos Fomorianos para comunicar, contar e também anotarem informações e curtirem pequenos entretenimentos, como eram alguns com telas, e nessas salas, tinha Fomorianos maiores, e com corpo mais longe do que seria humano, Foroman estava com medo, ele nunca conseguiria deter um daqueles, só podia se esconder, até achar uma fuga.
 No caminho, ele também encontra um laboratório daqueles seres, por onde havia frascos e recipientes para múltiplas substâncias, materiais de diferentes tamanhos, cores e nomes num idioma de cunhas, que embora Foroman entenda por parecer com o idioma Malesh, de Alta Barca, não tinha letras e gramática iguais, e por isso, ele não sabia o que cada material era, e quando ele olha para trás, haviam pessoas e animais de diferentes tipos, conservados em cápsulas com um fluido verde, talvez para adormecer e nutrir eles, entre eles, a primeira esposa de Foroman, que Foroman, desesperado, gritava seu nome, e com seu machado, quebrava o vidro, e soltava a sua ex-esposa que começa a recuperar consciência.
 Fomorianos foram enviados para interferir, mas Foroman levava a mulher e o seu machado enquanto fugia, ele cortava a cabeça de alguns dos seres, ou acertava a pedra-coração em pontos vitais deles, e quando acha um lugar com elevador, três criaturas, chamadas Dracos de Valinácio, semelhantes a vermes ou serpentes do comprimento de uma anaconda e com a cabeça similar à de um inseto, iam em direção dele, e pra lutar contra eles com mais facilidade, Foroman larga a mulher, Liryan, e cortando os Dracos, degola o primeiro em um golpe liso e preciso, foi mordido por um enquanto dava um corte de tirar o pedaço do terceiro.
 Liryan pega o segundo pela cauda, inutilmente porque estava sem força, embora ainda aparentava ter energia, talvez pelo mesmo fluido que deixava ela mais jovem e recuperada, e quando aquela fera se soltava de Foroman para ir atacar Liryan, Foroman reage, e cortando a garganta do terceiro, se impulsiona para virar mais e, pulando agressivamente, golpeia a nuca do Draco de Valinácio, o matando na hora.
Foroman: Você não deveria ter feito isso, não iria sobreviver.
Liryan: Por favor, me desculpe, eu não poderia fazer a minha vida custar a sua!
Foroman: Eu não quero destruir os seus sonhos, mas... eu tenho filhos com uma outra mulher, e o nosso filho de antes, morreu numa guerra contra os valinácios.
Liryan: Por favor, não me diga isso!
Foroman: Não podemos perder tempo, tem algo muito pior esperando por nós.
 Os dois sobem o elevador que estavam tão perto, e esperavam, enquanto a cápsula, num sistema hidráulico que a levantava, e os levava de volta à superfície, eles olhavam um ao outro, e refletiam sobre o perigo que estiveram sofrendo até pararem naquela plataforma misteriosa, e quando chegam ao topo, eles saem para onde era na verdade o próprio Templo de Arroz, e com pelo menos uma daquelas galinhas douradas, talvez perdida, talvez parou ali por engano, mas enfim, Foroman pega aquela galinha, e Liryan pega o ninho com ovos dourados dela, e eles vão de volta à Sumarta.

Fim!